quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Portugal - Farmácias têm de estar abertas menos horas



Governo reduz número mínimo de horas em que uma farmácia tem de estar aberta. Nos turnos de serviço permanente, as farmácias vão poder cobrar 2,5 euros pela dispensa de medicamentos, mais um euro do que actualmente.
O Governo reduziu o período mínimo em que uma farmácia tem de estar aberta ao público. Se antes, o limite estava fixado nas 50 horas semanais, agora a maior parte das farmácias tem obrigatoriamente de estar a atender 44 horas por semana. Já as farmácias com menos movimento poderão abrir 40 horas por semana, contra as anteriores 44 horas.

Na portaria, esta quarta-feira publicada em Diário da República, determina-se o horário padrão das farmácias.

Assim, a generalidade das unidades - as que abrem 44 horas por semana - têm de estar abertas de segunda a sexta das 10horas às 13 horas e das 15 às 19 horas. Já ao sábado, o período de atendimento terá de ser das 10 às 13 horas.

Nas farmácias, que só tem de estar abertas 40 horas por semana, que são aquelas cujo valor da facturação ao Serviço Nacional de Saúde seja igual ou inferior a 60% da média anual do sector, ou seja as mais pequenas, terão de garantir o atendimento de segunda a sexta das 10 horas às 12h30 e das 15 horas às 18h30. Ao sábado o período de abertura é das 10 às 12h30.

Além destes horários, as farmácias têm de garantir, consoante planograma proposto pelas associações das farmácias, os turnos de serviço permanente e regime de disponibilidade, turnos que têm de ser aprovados pela ARS (Administração Regional de Saúde).

Além destas alterações, o Governo permite às farmácias que cobrem mais um euro pela dispensa de medicamentos fora dos horários normais, ou seja, nos turnos de de serviço permanente. O preço que é permitido cobrar passa de 1,5 euros para 2,5 euros. De qualquer forma, esse valor não pode ser cobrado caso se tratem de medicamentos prescritos no próprio dia ou no dia anterior pelo médico. 
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Drogarias contrariam Anvisa e vendem antibióticos sem restrição em Manaus

10 Set 2012 . 02:00 h . Islânia Lima .

Portal D24AM percorreu várias farmácias em Manaus e identificou a ilegalidade em muitos bairros.
  Balconistas oferecem genéricos e ainda sugerem outras formas de tratamento aos pacientes. Foto: Jair Araújo
Manaus - Passados quase dois anos da vigência da resolução 44/10 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que proíbe a venda de antibióticos sem a apresentação de receita médica, remédios de tarja preta e vermelha continuam sendo comercializados livremente das farmácias de Manaus, sem a exigência do receituário.

O Portal D24AM percorreu drogarias pela cidade e flagrou a venda ilegal dos medicamentos sem qualquer restrição. Os antibióticos precisam de autorização devido à alta base de substâncias classificadas como antimicrobianos, que requerem controle médico na prescrição.

Sem saber que falava com a imprensa, duas atendentes de uma drogaria localizada na Avenida Codajás, em Petrópolis, zona sul de Manaus, chegaram a medicar os consumidores com antibióticos como Nimesulina e Amoxilina, sem qualquer restrição ou pedido de receita médica. No estabelecimento, os medicamentos são vendidos a R$ 12 e R$ 27, respectivamente.

Ao ser questionada sobre os problemas na compra do medicamento tarja vermelha que requer receita médica por conter efeitos colaterais, a atendente informou que não haveria problema algum.

Em uma outra drogaria localizada na Rua Itacoatiara, na Cachoeirinha, também na zona sul, o remédio Ampicilina de 500 miligramas pode ser comprado a R$ 27, caixa com dez comprimidos. Mesmo com outros clientes na loja, o atendente buscou o medicamento e até sugeriu um genérico. O medicamento tarja vermelha é contra-indicado para pacientes com histórico de hipersensibilidade e com infecções, devendo ser vendido apenas por prescrição médica.

O medicamento Penicilina pode ser comprado em uma outra drogaria no Educandos por R$ 12,90. De acordo com o vendedor que se identificou como Marcos, o remédio pode ser comercializado quando não acontecem as fiscalizações no bairro.

O Benzetacil conhecido por ser um remédio de efeito antibiótico rápido é facilmente encontrado e vendido sem receita médica na Rua São Vicente no São Lázaro. Segundo o vendedor, apenas a venda do injetável é feita sem nota fiscal e sem aplicação na drogaria. O antibiótico deve ser utilizado com cautela em pessoas que tenham históricos de alergia ou asma, segundo informações da bula do remédio.

Ao todo, 93 substâncias isoladas ou associadas que passaram a ser vendidas somente com receita médica, seja comprimido, pomada ou gota. O objetivo da determinação da resolução 44/10 da Anvisa é tentar conter o avanço de superbactérias e evitar o consumo inadequado deste tipo de medicamento.

Os estabelecimentos deverão manter à disposição das autoridades sanitárias, por um período de dois anos, a documentação referente à compra, venda, transferência, perda e devolução dos antibióticos.

De acordo com a Anvisa, caso os estabelecimentos sejam flagrados descumprindo a Resolução, os medicamentos são apreendidos e, dependendo da gravidade, o estabelecimento pode ser fechado e o proprietário responsabilizado penalmente.

Fonte: D24AM

Medicamentos são a causa de 50% dos registros de intoxicação

Campinas tem uma das únicas centrais emergenciais toxicológicas do Brasil.
Ocorrências envolvendo crianças de até 5 anos são 33% do total.


 Os medicamentos são a principal causa de ocorrências de intoxicação, com 50% dos casos registrados por centrais de emergência. Campinas é sede de uma das maiores centrais telefônicas de auxílio a emergências toxicológicas. O serviço, apesar de pouco conhecido, soluciona, por telefone, 90% das emergências.

No Brasil, só existem duas centrais para este tipo de serviço, que atende pelo telefone 0800 estampado nas embalagens de produtos com risco de intoxicação. As orientações são passadas por médicos, farmacêuticos e enfermeiras, que ficam de plantão no centro. Segundo dados destas centrai, além dos medicamentos, 30% estão relacionados com uso de produto de limpeza e 20%, com cosméticos e produtos de higiene pessoal.

Supermercado na cidade de Campinas (Foto: Reprodução / EPTV) 
Consumidora faz compra no setor de produtos de
limpeza em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)
 
A porcentagem de casos envolvendo crianças menores de cinco anos é de 33%. Joelton dos Santos conta que seu filho foi vítima de um desses casos. Ele conta que há algum tempo, a criança apareceu com a boca cheia de produto de limpeza. “Na hora, a gente se desespera”, lembra. Santos conta que ligou no 0800 estampado no vidro e, por telefone, ele seguiu as orientações do médico e o filho ficou bem.

Dicas
A maioria das ocorrências desse tipo ocorre por descuido do consumidor. Algumas dicas de especialistas podem evitar estes acidentes. Os produtos de limpeza, por exemplo, nunca devem ser misturados e é preciso respeitar as orientações de uso que estão na embalagem. Medicamentos devem ser guardados sempre em armários altos, para ficarem longe do alcance de crianças. E, antes de usar um cosmético ou produto de higiene, é necessário que se faça um pequeno teste para ver se não tem alergia a ele.

Fonte: G1

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pedido tardio de desculpas da fabricante da talidomida não basta às vítimas

Passadas mais de cinco décadas, farmacêutica alemã Grünenthal pede desculpas pelo escândalo envolvendo sedativo utilizado por grávidas nos anos 1950 e 1960. Vítimas de má formação querem mais do que apenas palavras. 

A empresa farmacêutica alemã Grünenthal, fabricante da talidomida, finalmente pediu desculpas às vítimas do medicamento, vendido para mulheres grávidas do mundo todo nos anos 1950 e 1960 como tratamento para enjoo matinal. Cerca de 10 mil bebês nasceram com defeitos causados pela droga, a maioria com má formação nos membros ou sem braços ou pernas.

O encarregado do governo alemão para portadores de deficiências, Hubert Hüppe, saudou o pedido de desculpas da fabricante do remédio, vendido na Alemanha com o nome de Contergan. "Já era tempo. É bom que ela o tenha feito e finalmente admita sua culpa como empresa", disse à Deutsche Welle. Hüppe considera positivo para as vítimas que a fabricante finalmente tenha se desculpado.

A associação alemã de vítimas do Contergan reagiu com ressalvas. "Ficou claro que a empresa lamenta o que aconteceu", afirmou a porta-voz Ilonka Stebritz. Porém, diz ela, não se pediu desculpas pela produção do medicamento tóxico. "A Grünenthal continua usando as mesmas palavras de sempre. A palavra 'desculpas' só aparece quando se trata da comunicação, que por mais de 50 anos só silenciou [sobre o assunto]", considera.

Maior escândalo farmacêutico da Alemanha

Recém-inaugurado memorial às vítimas da talidomida é alvo de críticas

O pedido de desculpas pelo maior escândalo farmacêutico da história da Alemanha foi proferido pelo presidente da Grünenthal, Harald Stock, por ocasião da inauguração de um memorial para as vítimas da talidomida na última sexta-feira (31/08) na cidade de Stolberg. "Pedimos desculpas por não ter encontrado o caminho até vocês [as vítimas], de pessoa para pessoa, ao longo de 50 anos. Em vez disso, silenciamos”, disse Stock.

O sedativo foi introduzido pela empresa no mercado nos anos 1950. Era possível comprá-lo sem receita médica, e ele era indicado principalmente a mulheres grávidas. Mas a substância ativa talidomida provocava sérios problemas de má formação em fetos. Dos cerca de 10 mil casos de bebês vítimas do medicamento mundo afora, cerca de 5 mil ocorreram na Alemanha. Por volta de 40% deles morreram ao nascer ou pouco depois.

Em 1961, a Grünenthal retirou a droga do mercado, sem reconhecer sua culpa. Entretanto, a empresa comprometeu-se a pagar o equivalente a 100 milhões de euros à uma fundação para as vítimas. Em 2009, seguiram-se mais 50 milhões de euros.

Agora, finalmente veio o primeiro pedido de desculpas. Mas o próprio memorial em cuja inauguração as palavras de perdão foram proferidas é controverso. O local de pouco destaque, num centro cultural da pequena cidade no oeste alemão, foi alvo de críticas, sob a alegação de que a Grünenthal utilizou um projeto de baixo custo para se promover. A empresa pagou 5 mil euros pela iniciativa.

Crianças são hoje adultos
O memorial não é suficiente para a associação alemã de vítimas do Contergan. "Nossos membros claramente disseram 'não' a essa escultura com o nome A criança doente", disse Stebritz. Segundo ela, não se pode classificar as vítimas como doentes. "Doenças podem ser curadas, mas os danos da talidomida não. Nossas pernas e braços não vão crescer", afirmou. Além disso, não se trata mais de crianças. "Somos adultos com 50 anos ou mais."

Com a idade, aumentam também os desafios para as vítimas. Um estudo encomendado pelos principais partidos políticos alemães constatou que os danos da talidomida são muito mais graves do que se pensava. "Os diferentes tipos de deficiências têm efeitos maiores com a idade", declarou Hüppe. Isso exige medidas políticas e apoio imediato.



Vítimas do medicamento são hoje adultos e enfrentam dificuldades

Stebritz considera a situação das vítimas da talidomida na Alemanha crítica. "Temos deficits tanto no abastecimento de remédios quanto no financiamento de adaptações em carros e no ambiente doméstico." Exatamente pelo fato de os afetados pelo medicamento ficarem cada vez mais velhos, seria importante conseguir mais meios para financiar as necessidades deles, cujos custos aumentam com a idade.

"Com uma dentadura comum paga pelo sistema de saúde, por exemplo, não podemos fazer nada. Também usamos nossos dentes como ferramentas", explica Stebritz. Para abrir uma garrafa, por exemplo, uma dentadura comum não serve, pois quebra com facilidade. Stebritz vê o pedido de desculpas da Grünenthal como um gesto humano, mas as palavras precisariam vir acompanhadas de ações.

Além da Alemanha, a maioria das vítimas da talidomida vive no Reino Unido, no Japão, no Canadá e na Austrália. Casos de má formação também ocorreram no Brasil.

Autor: Olé Kämper (lpf)
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte:  Site DW