Fábrica funcionava em residência do bairro Coxipó
DA REDAÇÃO
A equipe da Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de
Cuiabá fez uma grande apreensão de medicamentos e matéria prima que
seria utilizada na fabricação de produtos irregulares. Em uma casa
alugada no bairro Residencial Coxipó funcionava uma fábrica clandestina
de medicamentos e produtos de higiene pessoal. A Polícia Militar que recebeu a denúncia, foi ao local e prendeu em flagrante o suspeito de ser o responsável pela fabricação destes produtos.
A equipe da Vigilância foi posteriormente no local com três caminhonetes, que transportaram cerca de uma tonelada de produtos. A coordenadora da Vigilância Sanitária de Cuiabá, Carolina Arruda, conta que todo material da casa foi recolhido e que só de matéria prima havia cerca de meia tonelada. Segundo Carolina, infelizmente esta atividade ainda é comum.
“Cada caminhonete fez três viagens carregadas com produtos. Agora os agentes tóxicos serão incinerados e os demais materiais devem ser levados ao aterro sanitário de Cuiabá”, explicou a coordenadora.
Carolina relata que o local era extremamente sujo, apresentava mau cheiro e sem nenhuma condição de higiene. Lá encontraram ainda ratos, baratas e até um sapo morto em uma das caldeiras de preparo dos medicamentos.
Todos os materiais ficavam expostos, espalhados no chão e alguns armazenados no banheiro da casa. Indignada com tamanha precariedade
“Este é um local que faz parte do sistema conhecido ‘comércio negro’ de medicamentos, que nos deixa muito preocupados, pois muitas pessoas acabam comprando por engano e consomem tais produtos”, disse.
A fiscal sanitária Gicelle Gomes alerta para a importância da população
se atentar em comprar estes produtos somente em locais devidamente
licenciados, que só comercializam medicamentos legalmente registrados e
fiscalizados.
“Os estabelecimentos que comercializam medicamentos
devem ter alvará exposto em lugar visível e deste modo só revendem
produtos devidamente fiscalizados por todos os órgãos competentes como a
Anvisa, Ministérios da Agricultura, da Saúde e outros”, explicou.
Além
disso, a equipe aponta que a matéria prima utilizada era de má
qualidade, por exemplo, o mel, era um preparo feito de açúcar e água, o
gengibre e própolis eram somente essências, ou seja, os produtos não
surtem efeito real.
“O preparo era feito por pessoas que não
são competentes para isso, pois não sabem administrar uma fórmula, não
conhecem os agentes químicos e tudo sem a mínima condição de higiene”,
afirmou a fiscal.
Carolina explica que o consumo destes falsos medicamentos pode trazer sequelas graves.
“Na verdade estes produtos não tem efeito positivo, ao contrário, podem
causar sérios danos à saúde, provocar efeitos colaterais como alergias
por exemplo”, afirmou.
Produção
O preparo era feito em panelas de ferro e os suspeitos utilizavam uma
barra de metal para misturar os produtos. Tudo feito ao ar livre no
quintal da casa que não era cimentado, cheio de mato, sujeira e exposto
ao sol, chuva e poeira. Depois disso eles abasteciam os recipientes com o
auxílio de um funil que não era esterilizado.
A Vigilância
apreendeu 500 frascos de um remédio conhecido como “Gotas do Zeca”
utilizado para ajudar na digestão. Foram apreendidos também centenas de
frascos de outro medicamento rotulado como “limpa barriga”, que seria
destinado para emagrecer.
Dentre os produtos apreendidos havia
também Viagra, mel, xaropes, anti inflamatório, chás, calmantes,
estimulantes sexuais e até produtos de higiene pessoal (sabonete em
barra e íntimo).
Nos rótulos dos medicamentos explicava a maneira
que deveriam ser ingeridos e apresentava um endereço do Ceará, com
dados falsificados.
Reprodução
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Medicamentos foram apreendidos em residência no Coxipó
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O caso
A Polícia Militar recebeu denúncias e foi até o local aonde encontrou centenas de produtos irregulares. O responsável pela fábrica M.P.S. de 25 anos foi preso em flagrante.
De acordo com relatos da Polícia Militar, no local trabalhavam três adolescentes que manuseavam materiais corrosivos e de alta periculosidade, como ácidos, iodo, uréia e aditivos químicos sem equipamentos de proteção para o corpo e respiração.
Após a Vigilância Sanitária ser acionada, a equipe esteve no local três vezes até conseguir adentrar na casa que estava fechada e o responsável ainda estava preso.
Diante disso foi solicitada a cópia da chave ao proprietário do imóvel (alugado) que acompanhou as buscas.
De acordo com as investigações a fachada da residência era de uma empresa voltada para aluguel de materiais de festa, para despistar as fiscalizações.
O proprietário da fábrica não informou para quem fornecia os medicamentos.
A Delegacia Especializada do Consumidor (Decon) está investigando o caso para determinar responsabilidades.
fonte: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=238401
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