- Escrito por Redação Jornal Novo Tempo
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Os crescentes avanços das últimas décadas nas ciências da saúde vêm permitindo um significativo aumento na esperança de vida das pessoas. Acompanhando esse aumento, observa-se o crescimento no consumo de medicamentos, que se devem em grande parte às doenças crônico-degenerativas associadas ao envelhecimento, como doenças mentais, osteoarticulares, cardiovasculares, cerebrais, perda de visão e audição, entre outros.
O processo de envelhecimento vem acompanhado de mudanças biológicas, sociais e psicológicas, isso afeta a relação do idoso com o meio externo, há uma perda progressiva da capacidade de adaptação ao meio onde vive, o que o torna mais vulnerável a agressões internas e externas que levam a doença. O meio onde o idoso vive, o estilo de vida, os hábitos alimentares, a prática de atividades físicas, o suporte social, são fatores que interferem na qualidade de vida e longevidade do indivíduo. Esses fatores todos, tornam esse grupo bastante heterogêneo, ou seja, as variáveis em relação a cada paciente, é algo significativo e que o difere das demais faixas etárias, como a infância e a adolescência, onde o desenvolvimento se faz de forma mais uniforme e previsível.
A população idosa apresenta também particularidades que alteram a farmacocinética (percurso dos fármacos no organismo) e a farmacodinâmica (efeito do fármaco quando ele atinge seu local de ação) dos medicamentos. Redução da massa muscular, da água corporal, alterações no metabolismo hepático, da capacidade de filtração e excreção dos rins, bem como dos mecanismos de homeostasia (manutenção do organismo em equilíbrio), são exemplos das alterações que ocorrem no organismo idoso e que aumentam por conseqüência os riscos de toxicidade e efeitos adversos ao uso de fármacos.
Os idosos são os maiores consumidores de medicamentos na maioria dos países. A freqüência do uso nessa faixa etária gira em torno de 60% a 90%, dos quais um terço faz uso de cinco ou mais fármacos ao mesmo tempo. A complexidade dos esquemas terapêuticos, o declínio cognitivo, as alterações visuais e auditivas tornam o uso dos medicamentos mais difícil a essa população.
O acompanhamento farmacoterapêutico, que auxilia a compreensão do idoso ou de seu cuidador quanto ao seu esquema terapêutico, o reforço da importância do cuidado com os horários das medicações, a correta identificação dos medicamentos, da sua função, as orientações quanto á forma de utilização e principalmente a conscientização de que fármaco só pode ser utilizado mediante orientação especializada, contribui para a redução dos riscos de eventos adversos, e aumenta o sucesso terapêutico. Orientações não farmacológicas, quanto a condutas que facilitem o dia a dia, que estimulem um estilo de vida mais ativo e regrado, também são importantes para melhorar a qualidade de vida do paciente idoso e de sua família.
Mariana Kist Pompermaier (Farmacêutica – CRF/PR: 24332)
Fonte: Jornal Novo Tempo
sábado, 22 de agosto de 2015
O papel do Farmacêutico na vida das Pessoas: O medicamento para o paciente idoso!
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