Diomicio Gomes
Carlos Gonçalves: com 40 anos no negócio, empresário mantém sua farmácia mesmo com a concorrência das redes
Nas
regiões em que há maior concentração populacional estão presentes maior
número de farmácias e drogarias e por ali também mais promoções. Já em
setores mais afastados, os estabelecimentos de bairro predominam. “É
natural esse movimento e a pulverização das redes, mas as pequenas têm
seu mercado e o cliente é fiel ao seu bolso”, explica o diretor do
Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Goiás
(Sincofarma-GO), Carlos Gonçalves Pereira, 57 anos, ao lembrar que a
maior proximidade do cliente com farmacêuticos é o diferencial dos
pequenos.
“O desconto é menor, apesar de o preço ter quase uma
uniformidade hoje. Os laboratórios também concentram produtos onde tem
maior receituário, por questão de mercado.” Por isso, ele diz que é
preciso vender confiança e ter profissionais qualificados para manter a
competitividade. Há 40 anos no mercado, Carlos é um dos empresários que
se mantêm firmes mesmo com a expansão das redes em Goiânia. “Para quem
fatura menos de R$ 100 mil, é mais difícil ter maior mix de produtos e
tem de rebolar para não perder espaço”, diz.
Serviços como aferir pressão e horário de atendimento
maior também estão no pacote. O empresário entrou na faculdade em 2007
para também conseguir melhorar o atendimento. Com loja fundada em 1979, o
farmacêutico Luiz Antônio Alves viu as redes se amontoarem em sua
proximidade, em praça do Setor Nova Suíça. “Alguns amigos falam que eu
sou doido por continuar aqui.” Para ele tamanho não é documento quando
se consegue manter bom atendimento. “Se o cliente puder esperar,
encontro o medicamento que quiser.”
Se competir com preços de medicamentos não é viável, já
na perfumaria ele segura o quanto pode. “É preciso que o cliente fique
satisfeito, por isso temos aqueles antigos e fiéis que sempre nos
escolhem.” O diretor do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o
Mercado Farmacêutico (ICTQ), Marcus Vinicius de Andrade, explica que por
esse atendimento personalizado é que as farmácias de bairro vão
sobreviver por um bom tempo. “Ganham pela atenção, porque vendem fiado,
se unem e conseguem preço melhor quando compram juntas, o que aumenta a
competitividade.”
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