domingo, 12 de julho de 2015

Farmácia de bairro - Proximidade como diferencial

Nos bairros mais distantes do Centro as farmácias de pequeno porte ainda mantêm seu cliente fiel

Diomicio Gomes
Carlos Gonçalves: com 40 anos no negócio, empresário mantém sua farmácia mesmo com a concorrência das redes
 
Nas regiões em que há maior concentração populacional estão presentes maior número de farmácias e drogarias e por ali também mais promoções. Já em setores mais afastados, os estabelecimentos de bairro predominam. “É natural esse movimento e a pulverização das redes, mas as pequenas têm seu mercado e o cliente é fiel ao seu bolso”, explica o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Goiás (Sincofarma-GO), Carlos Gonçalves Pereira, 57 anos, ao lembrar que a maior proximidade do cliente com farmacêuticos é o diferencial dos pequenos.

“O desconto é menor, apesar de o preço ter quase uma uniformidade hoje. Os laboratórios também concentram produtos onde tem maior receituário, por questão de mercado.” Por isso, ele diz que é preciso vender confiança e ter profissionais qualificados para manter a competitividade. Há 40 anos no mercado, Carlos é um dos empresários que se mantêm firmes mesmo com a expansão das redes em Goiânia. “Para quem fatura menos de R$ 100 mil, é mais difícil ter maior mix de produtos e tem de rebolar para não perder espaço”, diz.

Serviços como aferir pressão e horário de atendimento maior também estão no pacote. O empresário entrou na faculdade em 2007 para também conseguir melhorar o atendimento. Com loja fundada em 1979, o farmacêutico Luiz Antônio Alves viu as redes se amontoarem em sua proximidade, em praça do Setor Nova Suíça. “Alguns amigos falam que eu sou doido por continuar aqui.” Para ele tamanho não é documento quando se consegue manter bom atendimento. “Se o cliente puder esperar, encontro o medicamento que quiser.”

Se competir com preços de medicamentos não é viável, já na perfumaria ele segura o quanto pode. “É preciso que o cliente fique satisfeito, por isso temos aqueles antigos e fiéis que sempre nos escolhem.” O diretor do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), Marcus Vinicius de Andrade, explica que por esse atendimento personalizado é que as farmácias de bairro vão sobreviver por um bom tempo. “Ganham pela atenção, porque vendem fiado, se unem e conseguem preço melhor quando compram juntas, o que aumenta a competitividade.”

Fonte: Jornal O Popular

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