Medicamentos eram encomendados através de um grupo no Facebook.
Segundo a polícia, ele era um 'testa de ferro' que fazia as negociações.
Um homem de 28 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (26), na
Serra, no Espírito Santo, por participar de um esquema de venda de
medicamentos tarja preta sem receita médica, pela internet, através de
grupos das redes sociais. Segundo o delegado, Willian dos Santos
funcionava como um "testa de ferro", fazendo a mediação entre os
compradores e o administrador de grupo, que era quem adquiria e enviava a
droga. O suspeito foi autuado por tráfico de drogas e associação a
tráfico de drogas e será encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.
De acordo com o delegado de Crimes Eletrônicos Peterson Gimenez, a
polícia chegou até Willian após uma denúncia anônima feita à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "A Anvisa recebeu a denúncia
de que estavam comercializando remédios sem receita em um grupo do
Facebook e acionou a delegacia. Através do perfil dele na internet,
chegamos até a casa dele, onde foram encontradas várias caixas de
remédio. Ele confessou que fazia a mediação da venda dos medicamentos na
internet", disse o delegado.
Willian contou que sofre de déficit de atenção, depressão e princípio
de síndrome do pânico e que toma em média 10 comprimidos por dia, com
acompanhamento médico. Ele alegou que entrou no grupo do Facebook para
trocar informações sobre os remédios, mas que foi "convidado" para
funcionar como uma "ponte" entre comprador e fornecedor. A cada venda,
ele recebia R$ 30.
"Depois que vi que o grupo era para venda de medicamentos, o mediador
ofereceu que eu fosse um mediador. A pessoa interessada entrava no grupo
e eu trocava as informações, fazia a negociação. Perguntava que
medicamento ela queria, que quantidade e pegava um contato dela. Passava
essas informações para o mediador, que enviava os medicamentos para a
pessoa. Nada passava por mim, nem dinheiro, nem remédio, eu só repassava
informações", explicou Willian.
Segundo o delegado, a maioria dos compradores é estudante ou prestador
de concurso público, que procura os remédios na esperança de melhorar o
desempenho nos estudos. Essas pessoas, se não possuírem nenhum problema
neurológico, não têm receita médica para adquirir os medicamentos, e
procuram esse tipo de comércio.
Willian disse que não sabe quem adquire os remédios, já que o perfil
que administra o grupo é falso. Aos compradores, ele dizia que os
remédios eram adquiridos com receita médica emitida por um neurologista
recém formado. No entanto, para ele, os medicamentos vêm do Paraguai.
"Pela quantidade de remédios que ele (administrador do grupo) conseguia,
só pode vir do Paraguai. Todo mundo sabe que lá é fácil de conseguir",
disse.
A polícia ainda não conseguiu identificar quem é o administrador dos
grupos, mas informou que vai levantar os perfis que participam para
chegar até ele.
Fonte: G1
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