quinta-feira, 2 de abril de 2015

Fiscalização - Suspeito de venda ilegal de remédio tarja preta pela web é preso no ES

Medicamentos eram encomendados através de um grupo no Facebook.
Segundo a polícia, ele era um 'testa de ferro' que fazia as negociações.

Naiara Arpini Do G1 ES
Um homem de 28 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (26), na Serra, no Espírito Santo, por participar de um esquema de venda de medicamentos tarja preta sem receita médica, pela internet, através de grupos das redes sociais. Segundo o delegado, Willian dos Santos funcionava como um "testa de ferro", fazendo a mediação entre os compradores e o administrador de grupo, que era quem adquiria e enviava a droga. O suspeito foi autuado por tráfico de drogas e associação a tráfico de drogas e será encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

De acordo com o delegado de Crimes Eletrônicos Peterson Gimenez, a polícia chegou até Willian após uma denúncia anônima feita à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "A Anvisa recebeu a denúncia de que estavam comercializando remédios sem receita em um grupo do Facebook e acionou a delegacia. Através do perfil dele na internet, chegamos até a casa dele, onde foram encontradas várias caixas de remédio. Ele confessou que fazia a mediação da venda dos medicamentos na internet", disse o delegado.

Willian contou que sofre de déficit de atenção, depressão e princípio de síndrome do pânico e que toma em média 10 comprimidos por dia, com acompanhamento médico. Ele alegou que entrou no grupo do Facebook para trocar informações sobre os remédios, mas que foi "convidado" para funcionar como uma "ponte" entre comprador e fornecedor. A cada venda, ele recebia R$ 30.

"Depois que vi que o grupo era para venda de medicamentos, o mediador ofereceu que eu fosse um mediador. A pessoa interessada entrava no grupo e eu trocava as informações, fazia a negociação. Perguntava que medicamento ela queria, que quantidade e pegava um contato dela. Passava essas informações para o mediador, que enviava os medicamentos para a pessoa. Nada passava por mim, nem dinheiro, nem remédio, eu só repassava informações", explicou Willian.

Segundo o delegado, a maioria dos compradores é estudante ou prestador de concurso público, que procura os remédios na esperança de melhorar o desempenho nos estudos. Essas pessoas, se não possuírem nenhum problema neurológico, não têm receita médica para adquirir os medicamentos, e procuram esse tipo de comércio.

Willian disse que não sabe quem adquire os remédios, já que o perfil que administra o grupo é falso. Aos compradores, ele dizia que os remédios eram adquiridos com receita médica emitida por um neurologista recém formado. No entanto, para ele, os medicamentos vêm do Paraguai. "Pela quantidade de remédios que ele (administrador do grupo) conseguia, só pode vir do Paraguai. Todo mundo sabe que lá é fácil de conseguir", disse.

A polícia ainda não conseguiu identificar quem é o administrador dos grupos, mas informou que vai levantar os perfis que participam para chegar até ele.

Fonte: G1



 

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