segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Remédios argentinos, por Ivar Hartmann

Mato Grosso do Sul, Segunda-Feira, 08 de Agosto de 2011 - 07:07



O filme “O Jardineiro Fiel”, conta a torpeza de uma multinacional produtora de medicamentos, usando africanos como cobaias. A ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária é o órgão responsável pela fiscalização de laboratórios e medicamentos. Os medicamentos são um valor grande das nossas despesas mensais. Com as práticas de monopólio e preços exorbitantes dos produtos farmacêuticos brasileiros, é evidente que a ANVISA não está cumprindo seu papel. Porque será, neste mal de lama que é Brasília? Algo anda errado com ela e, o MP ou uma revista nacional, deveriam investigar. E bem investigado! Quem mora na zona da fronteira com o Uruguai, Argentina ou outros países latinos, sabe e está acostumado a comprar medicamentos muito mais baratos naqueles países. Levando uma bula do remédio brasileiro, porque lá o nome fantasia é outro, mesmo sendo a mesma fórmula. Como no Brasil medicamento só paga ICMS, é a ganância dos laboratórios locais que faz os remédios brasileiros serem tão mais caros.

Existem centenas de exemplos e cada leitor que paga caro por um medicamento sem similar no mercado local, deveria ir ao Google para ver como agem as multinacionais. O leflunomida é uma droga de uso permanente, largamente receitada no Brasil, e embalada com outro nome, por um laboratório francês que detém o monopólio de sua venda. O preço da caixa de 30 comprimidos de 20 mg. é de R$305,00. O mesmo medicamento é vendido no Uruguai e Argentina pela indústria americana IVAX. Mesmos comprimidos, mesmas dosagens, custam R$37,00. Isso! Não há erro gráfico: 37 reais. Com o lucro evidente que teriam aqui, consultei a IVAXBrasil para saber se vendem o medicamento.Não! Estão providenciando para vender? Não! Imaginem: uma multinacional que não quer lucros! 
 
Ajudem-me com as contas, posso estar errado: Um quilo tem um milhão de miligramas. Com o dólar a 1,70, l.000.000 de mg. do leflunomida importados da China R$408 reais. O único laboratório que vende no Brasil cobra por 30 comprimidos de 20 mg., ou seja, 600 mg., 305 reais. Com um quilo ele produz 1.666 embalagens iguais, as quais multiplicadas por $305,00, dão R$508.130,00 reais. Na Argentina, o produto da IVAX com transporte, imposto, mão de obra, embalagens fica em R$37,00 ou R$61.642 as 1.666 embalagens. Adianta acordar a ANVISA? Porque a diferença é por demais gritante e o desinteresse da IVAX cheira mal.

ivarhartmann@terra.com.br


Fonte:   http://www.agorams.com.br/index.php?ver=ler&id=196853

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