No ano passado, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) recebeu 2786 notificações de casos de reacções adversas a medicamentos, de acordo com os dados provisórios fornecidos ao Diário de Notícias. Desses, 2180 casos foram classificados como graves, ou seja, podem nomeadamente implicar risco de vida, causar ou prolongar internamento, incapacidade ou malformação. Cerca de metade das notificações recebidas pelo Infarmed foram declaradas por médicos, farmacêuticos e enfermeiros.
“É natural que existam mais notificações de reacções graves, porque os profissionais de saúde estão mais alerta para a situação. 78% do total das reacções adversas foram classificadas como graves. É um número que está dentro do esperado, de acordo com os critérios de notificação estabelecidos internacionalmente”, disse ao DN Cristina Furtado, do Conselho Directivo do Infarmed.
A definição de reacção adversa é quando ocorre algo não desejado após a toma de um medicamento, não havendo necessariamente uma relação de causalidade. Existem reacções adversas conhecidas e que já se encontram descritas no folheto informativo do fármaco. Para assumir a classificação de grave tem de existir morte, risco de vida, internamento, incapacidade persistente ou situações que resultam em malformação congénita ou outra situação clinicamente relevante.
“Das reacções adversas graves notificadas em 2011, houve 161 casos de doentes que morreram. Mas não podemos dizer que houve uma relação directa com a toma do medicamento. Este é apenas um dos critérios internacionais para classificar a gravidade da reacção adversa para efeitos de vigilância”, explicou a responsável ao DN. “Não retiramos do mercado nenhum medicamento por questões de segurança tendo em conta estas notificações”, afirma, lembrando que foram vendidos 240 milhões de embalagens de medicamentos no ano passado.
Entre exemplos de reacções graves estão os casos de narcolepsia descritos em algumas crianças depôs da toma da vacina da gripe A. A situação foi suficiente para levar a Agência Europeia do Medicamento (EMA) a rever a utilização da vacina e a alterar a bula.
Entre os medicamentos mais notificados estão antineoplásicos (tratamento de cancro), antibióticos e imunossupressores. Logo a seguir ao top 3 estão as vacinas, os antirretrovirais e os anti-inflamatórios. Em 2011 houve um aumento de 30% nas notificações de reacções adversas em relação a 2010. Das que foi possível apurar o nome comercial do fármaco em causa, 15% diziam respeito a produtos genéricos.
A Indústria Farmacêutica (1400) e os profissionais de saúde (1300) – em especial médicos, enfermeiros e farmacêuticos – são os principais notificadores.
fonte: Infarmed
fonte: Infarmed
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