terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Anvisa pode proibir Sibutramina ainda em janeiro

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Medicamento é alvo de discussões desde 2009. Sibutramina age no sistema nervoso reduzindo a sensação de fome, o que favorece a perda de peso.


Utilizada como inibidor de apetite para combater a obesidade, a droga representa um dos únicos tratamentos medicamentosos para a doença disponíveis hoje no país e corre o risco de ser proibida pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que deve apresentar um novo parecer sobre seu uso ainda este mês.

Protagonista de uma ampla discussão, a sibutramina escapou por pouco da proibição em 2011, mas ganhou uma série de restrições para a sua prescrição. Na época, a Anvisa sinalizou que tiraria o produto do mercado brasileiro, o que causou uma forte reação das entidades médicas, que alegaram a sua importância no tratamento da obesidade.

Diante da repercussão e após dois adiamentos, a Anvisa optou, em novembro daquele ano, por manter a permissão do uso da substância, mas tirou do mercado as drogas anfetamínicas anfepramona, mazindol e femproporex, usadas também como inibidores de apetite.

Proibida em toda a Europa e nos Estados Unidos desde 2009, asibutramina age no sistema nervoso reduzindo a sensação de fome, o que favorece a perda de peso. Um estudo chamado SCOUT – Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial, concluído naquele ano, foi o principal motivador da decisão de tirar o medicamento de circulação nesses países, pois a pesquisa apontou um maior risco de doenças cardíacas em pacientes tratados com a substância. Entretanto, este estudo foi realizado somente com pessoas com alto risco ou com doenças cardíacas já estabelecidas, o que leva muitos médicos a questionarem a dimensão alcançada pelo seu resultado.

Os argumentos para proibir

Risco para o coração
Um estudo publicado em 2009 chamado SCOUT mostrou que a sibutramina auamenta o risco de doenças cardiovasculares nas pessoas com predisposição

O exemplo mundial
A sibutramina já foi proibida na Europa e também em outros países.

A associação de outros medicamentos
A associação da sibutramina a outros medicamentos, muitas vezes resultado da má prescrição médica, eleva consideravelmente os riscos de doenças cardiovasculares.

Os argumentos para manter a liberação

Risco só em alguns
O estudo SCOUT foi realizado apenas com pacientes de risco, para os quais o uso não é indicado. As outras pessoas poderiam usar o remédio sem risco

Aumento da obesidade
A proibição da sibutramina pode levar a uma elevação do número de obesos, pois sem o medicamento o tratamento da doença é ainda mais difícil. Com o aumento do índice de obesidade, poderia ocorrer um aumento das doenças cardiovasculares

Falta de opções de medicamentos
A sibutramina e o orlistat (medicamento que age no intestino reduzindo em até 30% a absorção de gorduras em uma refeição) são os únicos tratamentos para obesidade permitidos no Brasil. Outros medicamentos podem ter algum efeito no controle do peso, mas ainda não são aprovados especificamente para o combate da doença.

Informações de Zero Hora
FOTO: Charles Guerra / Agencia RBS

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