Estudo indica que ingestão do medicamento por muito tempo pode contribuir para surgimento de doença que deteriora retina.
Da BBC
Pessoas que tomam aspirina por muitos anos, como pacientes cardíacos,
por exemplo, são mais suscetíveis a desenvolver um determinado tipo de
cegueira, revelaram cientistas.
Um estudo com 2.389 pessoas, publicado na revista científica "JAMA
Internal Medicine", indicou que o uso prolongado do ácido
acetilsalicílico, principal substância do medicamento, dobra os riscos
do surgimento da forma úmida da degeneração macular relacionada à idade.
A doença deteriora a chamada retina central, ou mácula, causando perda
de visão no centro do campo visual do paciente. Os pesquisadores,
entretanto, não souberam dizer quais mudanças seriam necessárias na
ingestão do remédio para evitar a cegueira.
Pessoas que tomam aspirina por muito tempo podem
desenvolver forma úmida de doença macular (Foto: BBC)
desenvolver forma úmida de doença macular (Foto: BBC)
A pesquisa, conduzida na Universidade de Sydney, na Austrália, reuniu
participantes com idades em torno de 65 anos. Um a cada dez deles usava o
medicamento pelo menos uma vez por semana. Os pacientes foram
submetidos a testes oftalmológicos a cada cinco, dez e 15 anos.
Ao final do estudo, os pesquisadores concluíram que 9,3% dos pacientes
que tomavam aspirina desenvolveram o tipo úmido da degeneração macular
relacionada à idade, contra uma taxa de 3,7% entre os pacientes que não
faziam uso da medicação.
Segundo o relatório, "o aumento do risco da forma úmida da degeneração
macular relacionada à idade foi detectado apenas 10 ou 15 anos depois,
indicando que a dose prolongada tem um papel importante".
"Dado o uso generalizado da aspirina, qualquer risco de condições
anormais será significativo e afetará muitas pessoas." A forma úmida da
degeneração macular relacionada à idade é causada pelo crescimento dos
vasos sanguíneos. Isso provoca o inchaço e o sangramento da retina. O
processo pode acontecer muito rapidamente, com a visão sendo danificada
em dias. Idade, fumo e histórico familiar são os principais fatores de
risco.
Alto risco
Já há relatos na literatura médica dos riscos da aspirina, como os sangramentos internos. Para a equipe que conduziu o experimento, o risco de dano à visão "também deve ser considerado".
Já há relatos na literatura médica dos riscos da aspirina, como os sangramentos internos. Para a equipe que conduziu o experimento, o risco de dano à visão "também deve ser considerado".
Os pesquisadores reconheceram, no entanto, que para a maior parte dos
pacientes, há "pouca evidência" para mudar a prescrição do medicamento.
Eles também indicaram que o uso da droga seja reavaliado em pacientes de
alto risco, como aqueles que já possuem a doença em um de seus olhos.
Segundo o professor Jie Jin Wang, especialista em olhos da Universidade
de Sydney, a descoberta pode fazer com que os médicos rediscutam a
ingestão do medicamento com seus pacientes.
A Macular Society, entidade britânica ligada à área, disse: "A
evidência está aumentando sobre a associação da aspirina e da forma
úmida da degeneração macular; entretanto, ainda há um longo caminho a
percorrer neste tema."
"Para pacientes que sofrem de cardiopatias, os riscos para a saúde com a interrupção ou não prescrição da aspira são muito maiores do que o desenvolvimento da doença ocular." "Pacientes que estão tomando aspirina não devem interromper seu uso antes de falar com seus médicos."
Fonte: G1
"Para pacientes que sofrem de cardiopatias, os riscos para a saúde com a interrupção ou não prescrição da aspira são muito maiores do que o desenvolvimento da doença ocular." "Pacientes que estão tomando aspirina não devem interromper seu uso antes de falar com seus médicos."
Fonte: G1
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