O programa Aqui Tem Farmácia Popular, que prevê a venda subsidiada de
remédios para a população em estabelecimentos credenciados, tem um
custo significativamente maior do que a distribuição gratuita de
remédios, feita na rede pública, afirmou nesta terça-feira o professor
da Universidade Federal de Minas Gerais, Augusto Afonso Guerra.
"Não
é uma questão de ideologia, basta observar os números e a tendência de
gastos do governo", completou Afonso Guerra. Ele participou de uma
audiência na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos
Deputados.
A audiência foi marcada depois de reportagem
publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo mostrando a diferença entre
valores desembolsados pelo governo federal para reembolso de farmácias e
o que é investido na compra de remédios distribuídos gratuitamente pelo
governo.
O diretor do Departamento de Assistência
Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior,
afirmou que os preços pagos pelo governo não podem ser comparados com
aquele que é dado para farmácias. O poder de compra do governo afirmou,
permite que o preço final de venda seja mais baixo. "Temos de fixar um
preço que permita à farmácia de um ponto distante participar do
programa, assim como as grandes redes, de grandes centros", disse.
Reembolso
a preços muitos baixos, completou, poderia provocar a asfixia dos
pequenos estabelecimentos, o fim da adesão ao programa ou, então, a
oferta de produtos apenas no papel. Ele afirmou que o programa ampliou o
acesso da população a medicamentos, sobretudo os distribuídos
gratuitamente nas farmácias credenciadas: para asma, hipertensão e
diabetes.
O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG)
afirma haver outras formas de garantir e ampliar o acesso da população a
medicamentos. "Há um esforço do governo em ampliar o Farmácia Popular.
Basta ver os recursos destinados", disse. Este ano, citou, o programa
terá R$ 1,3 bilhão. Em 2013, serão R$ 2 bilhões.
Fonte: A Tarde
/brasil/materias/1460876-professor-critica-programa-aqui-tem-farmacia-popular
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