terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Chineses descobrem porque bactérias resistem aos antibióticos

• Segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 - 11h24

Xangai - Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Fudan, uma das mais prestigiadas da China, em Xangai, descobriu por que certos tipos de bactérias podem desenvolver métodos de resistência contra a ação de algumas variedades de antibióticos, destaca nesta segunda-feira a imprensa local.

A descoberta, embora seja apenas um primeiro passo aplicável para um grupo determinado de antibióticos, pode ajudar a conseguir durante um tempo grandes economias de despesas médicas no mundo todo, já que poderia permitir alongar a vida útil destes remédios, antes de serem necessárias novas alternativas.

O problema da cada vez maior resistência das bactérias ao tratamento com antibióticos se deve sobretudo ao abuso em sua utilização, tanto pelas ocasiões nas quais são prescritos, como pelo excesso das doses aplicadas, um problema que é especialmente sério na China, onde isso já virou um hábito.

Segundo a edição desta segunda-feira do jornal independente "South China Morning Post", a China é um dos países que mais abusa dos antibióticos em todo o planeta, com uma média de 138 gramas por pessoa em 2011.

Agora a equipe da universidade chinesa, liderada pelo biólogo molecular britânico Alastair Murchie, publicou na revista "Cell" o achado, em várias bactérias infecciosas, uma seção especial de seu ácido ribonucleico (ARN) que, quando é ativado, permite se proteger da ação dos antibióticos.

Essa seção química, que foi chamada de "ribo-interruptor de luz" e que localizaram nos tipos de bactéria que causam doenças como a meningite, a pneumonia e a artrite, parece controlar a capacidade da bactéria de resistir aos antibióticos da família dos aminoglicósidos, mediante uma proteína que é liberada ao detectá-los.
Embora esta família de antibióticos representa apenas cerca de 20% destes medicamentos, o avanço é importante, dada a rapidez com a qual está evoluindo o problema da resistência das bactérias, disse Murchie, cujas conclusões foram alcançadas após três anos de pesquisas.

"Isto nos mostra uma nova maneira de enfrentar esta pressão, já que se conseguimos manter esses 'interruptores de luz' apagados, os antibióticos seguirão funcionando e não será necessário gastar bilhões de dólares no desenvolvimento de novos antibióticos", já que poderão usar ainda os de gerações anteriores, muito mais baratos, explicou.

A pesquisa foi financiada pelo Governo central chinês e o de Xangai.

Fonte: Abril

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