quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Substituição de remédios é risco à saúde

31/01/2013 - Hoje em Dia
JornalistaFernando Zuba
Incentivados por gratificações extras, balconistas cie farmácias de Belo Horizonte desrespeitam receituários médicos e "empurram" nos clientes remédios similares no lugar dos medicamentos de marca ou genéricos. A troca irregular pode provocar graves c irreversíveis problemas à saúde.
O relato de duas pacientes mostra que o consumo inadequado desse tipo de produto, que tem qualidade assegurada pelo Ministério da Saúde, não tem eficácia garantida se administrado sem indicação médica.
Com fortes dores de cabeça e musculares, fraqueza no corpo e tosse contínua, E.A.P., de 29 anos, procurou por ajuda especializada. Após consulta e exames laboratoriais, foi diagnosticado que ela estava com sinusite aguda e o tratamento deveria ser feito à base de antibióticos. Na farmácia, de posse da receita médica e seguindo a orientação de um balconista, optou pela compra de um remédio similar, pois o preço estava bem mais em conta. Depois de 20 dias ingerindo a substância, a infecção não foi curada.
Debilitada, a paciente se viu obrigada a marcar nova consulta médica. Então, veio a surpresa. Após relatar o que havia acontecido desde a escolha do similar, foi desaconselhada a utilizar o produto. "A médica disse que o efeito não era o mesmo e a eficácia não era comprovada. Advertiu ainda que os remédios similares poderiam estimular a resistência do organismo e complicar o tratamento, mesmo após trocados pelos de marca", afirmou E.A.P..
COMPROVAÇÃO É o que está acontecendo com a paciente V.M.M. de 34 anos. Com sinusite e otite, ela também preferiu adquirir os similares. "Se você entra na farmácia e encontra dois remédios com preços bem diferentes, é lógico que você escolhe o mais barato, acreditando que se eles estão à venda é porque o órgão competente autorizou e fiscaliza'', critica. Mesmo tendo recorrido ao remédio de marca, ela permanece com os mesmos problemas. "São 50 dias de tratamento, seis consultas e muito dinheiro gasto ", lamenta.
O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), João Batista Gomes Soares, alerta que os remédios similares não têm certificado de garantia. "Já houve um caso em que um paciente relatou que o remédio prescrito não estava surtindo resultados positivos. Ele havia escolhido um similar. Eu mesmo tratei de recolher uma amostra, a qual enviei para testes em laboratório. Foi constatado que a dosagem não era equivalente à informada na bula. Após denúncia, o medicamento foi retirado de circulação".

Um comentário:

  1. Divulgação pelo site da SBFC (Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica)

    http://www.sbfc.org.br/site/ver_noticias.php?id=4393&name=noticias

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