segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Farmacêuticos são indispensáveis para 66%

24.02.2013
Divulgação: Diário do Nordeste

Pesquisa ouviu 110 pessoas em Fortaleza, e a maior parte diz ser importante a presença desse profissional
Das 693 farmácias existentes em Fortaleza, 669 (94%) funcionam com a presença do farmacêutico, profissional que orienta os usuários sobre o consumo de medicamentos. Esta realidade é compatível com o pensamento da maioria dos fortalezenses que participaram da pesquisa "Datafolha/ICTQ - Instituto de Pós-Graduação para Farmacêuticos". Dos 110 entrevistados na Capital, 66% acreditam que a presença do farmacêutico é muito importante, 27% consideram importante e 6% dizem que a assistência do profissional é mais ou menos importante. Ninguém marcou os itens pouco importante e nada importante.

O levantamento, feito em dezembro de 2012, traça o perfil dos consumidores em farmácias de 12 capitais brasileiras. Ao todo, foram 1.611 entrevistas. A pesquisa visa contribuir com o desenvolvimento e a evolução do mercado farmacêutico no Brasil, evidenciando aspectos importantes do perfil do consumidor de medicamentos e também dos estabelecimentos de saúde (farmácias e drogarias).

O vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE), Alisson Menezes, se diz satisfeito ao saber que a maioria dos fortalezenses entrevistados considera muito importante ou importante a presença do farmacêutico na farmácia.

Na opinião dele, o percentual indica uma mudança de comportamento das pessoas, que passaram a enxergar o farmacêutico como um profissional de saúde a quem a população tem acesso de forma mais fácil. Apesar de o número de estabelecimentos sem farmacêuticos em Fortaleza parecer pequeno, considerando que apenas 24 (3,4%) encontram-se em situação irregular, o CRF-CE garante que já trabalha para a normalização das farmácias que não seguem a norma.

Comércio
Menezes critica a visão comercial dos proprietários de farmácia. "Eles só pensam em lucro e, muitas vezes, vêem a gente como aquele que dificulta a venda dos medicamentos e só nos contratam por obrigação. Porém, a gente sabe que a ausência do farmacêutico facilita a venda irracional de remédios, pois o consumidor fica sem orientação", pontua, acrescentando que até mesmo remédios de venda livre podem desenvolver síndromes no paciente, caso sejam utilizados indevidamente.

De acordo com Alisson Menezes, a falta de farmacêutico nos estabelecimentos de saúde, quando identificada pelo CRF-CE, acarreta um auto de infração e multa que varia de um a três salários mínimos. Caso a farmácia seja reincidente, o responsável pode pagar de três a seis salários mínimos. "Os estabelecimentos precisam contar profissionais durante todo o horário de funcionamento", fala.

Com relação às farmácias que funcionam de maneira irregular (sem alvará de funcionamento, sem certidão de regularidade técnica, por exemplo), Alisson Menezes explica que o CRF-CE não tem poder de fechar os estabelecimentos, ação que pode ser realizada somente pela Vigilância Sanitária.

Segundo o diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade, esta foi a primeira pesquisa nacional que buscou conhecer o mercado farmacêutico de maneira abrangente, sob o olhar do consumidor brasileiro. "Trata-se de uma estratégia inédita e inovadora, que visa colaborar na ação estratégica de todo o mercado, que tende a se basear nestas informações para a busca por soluções, evolução e desenvolvimento", afirma.

Resultados
Entre os principais resultados encontrados, está a percepção do consumidor acerca do farmacêutico inserido no estabelecimento de saúde e também a importância que o profissional tem no quesito saúde do consumidor. Para Marcus Vinicius Andrade, o farmacêutico precisa se qualificar cada vez mais para melhor explorar as oportunidades ofertadas do mercado.

O diretor executivo do ICTQ chama a atenção para a necessidade de mudança de comportamento e atuação profissional em todas as esferas do mercado farmacêutico. Um dos desafios citados por ele, com base no levantamento realizado, é o combate à automedicação e a qualificação das farmácias e drogarias como estabelecimentos de saúde. "Dentro do mercado, nem sempre temos profissionais preparados em termos técnicos e mercadológicos", ressaltou.

Ele ainda acrescenta que o conhecimento sobre o que o consumidor busca, em termos de produtos e marcas, e o conhecimento sobre o atendimento que o consumidor valoriza, são algumas das vantagens competitivas apresentadas na pesquisa realizada pela instituição.

RAONE SARAIVAREPÓRTER

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