24.02.2013
Divulgação: Diário do Nordeste
Pesquisa ouviu 110 pessoas em Fortaleza, e a maior parte diz ser importante a presença desse profissional
Das
693 farmácias existentes em Fortaleza, 669 (94%) funcionam com a
presença do farmacêutico, profissional que orienta os usuários sobre o
consumo de medicamentos. Esta realidade é compatível com o pensamento da
maioria dos fortalezenses que participaram da pesquisa "Datafolha/ICTQ -
Instituto de Pós-Graduação para Farmacêuticos". Dos 110 entrevistados
na Capital, 66% acreditam que a presença do farmacêutico é muito
importante, 27% consideram importante e 6% dizem que a assistência do
profissional é mais ou menos importante. Ninguém marcou os itens pouco
importante e nada importante.
O levantamento, feito em dezembro
de 2012, traça o perfil dos consumidores em farmácias de 12 capitais
brasileiras. Ao todo, foram 1.611 entrevistas. A pesquisa visa
contribuir com o desenvolvimento e a evolução do mercado farmacêutico no
Brasil, evidenciando aspectos importantes do perfil do consumidor de
medicamentos e também dos estabelecimentos de saúde (farmácias e
drogarias).
O vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do
Ceará (CRF-CE), Alisson Menezes, se diz satisfeito ao saber que a
maioria dos fortalezenses entrevistados considera muito importante ou
importante a presença do farmacêutico na farmácia.
Na opinião
dele, o percentual indica uma mudança de comportamento das pessoas, que
passaram a enxergar o farmacêutico como um profissional de saúde a quem a
população tem acesso de forma mais fácil. Apesar de o número de
estabelecimentos sem farmacêuticos em Fortaleza parecer pequeno,
considerando que apenas 24 (3,4%) encontram-se em situação irregular, o
CRF-CE garante que já trabalha para a normalização das farmácias que não
seguem a norma.
Comércio
Menezes critica
a visão comercial dos proprietários de farmácia. "Eles só pensam em
lucro e, muitas vezes, vêem a gente como aquele que dificulta a venda
dos medicamentos e só nos contratam por obrigação. Porém, a gente sabe
que a ausência do farmacêutico facilita a venda irracional de remédios,
pois o consumidor fica sem orientação", pontua, acrescentando que até
mesmo remédios de venda livre podem desenvolver síndromes no paciente,
caso sejam utilizados indevidamente.
De acordo com Alisson
Menezes, a falta de farmacêutico nos estabelecimentos de saúde, quando
identificada pelo CRF-CE, acarreta um auto de infração e multa que varia
de um a três salários mínimos. Caso a farmácia seja reincidente, o
responsável pode pagar de três a seis salários mínimos. "Os
estabelecimentos precisam contar profissionais durante todo o horário de
funcionamento", fala.
Com relação às farmácias que funcionam de
maneira irregular (sem alvará de funcionamento, sem certidão de
regularidade técnica, por exemplo), Alisson Menezes explica que o CRF-CE
não tem poder de fechar os estabelecimentos, ação que pode ser
realizada somente pela Vigilância Sanitária.
Segundo o diretor
executivo do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade, esta foi a primeira pesquisa
nacional que buscou conhecer o mercado farmacêutico de maneira
abrangente, sob o olhar do consumidor brasileiro. "Trata-se de uma
estratégia inédita e inovadora, que visa colaborar na ação estratégica
de todo o mercado, que tende a se basear nestas informações para a busca
por soluções, evolução e desenvolvimento", afirma.
Resultados
Entre
os principais resultados encontrados, está a percepção do consumidor
acerca do farmacêutico inserido no estabelecimento de saúde e também a
importância que o profissional tem no quesito saúde do consumidor. Para
Marcus Vinicius Andrade, o farmacêutico precisa se qualificar cada vez
mais para melhor explorar as oportunidades ofertadas do mercado.
O
diretor executivo do ICTQ chama a atenção para a necessidade de mudança
de comportamento e atuação profissional em todas as esferas do mercado
farmacêutico. Um dos desafios citados por ele, com base no levantamento
realizado, é o combate à automedicação e a qualificação das farmácias e
drogarias como estabelecimentos de saúde. "Dentro do mercado, nem sempre
temos profissionais preparados em termos técnicos e mercadológicos",
ressaltou.
Ele ainda acrescenta que o conhecimento sobre o que o
consumidor busca, em termos de produtos e marcas, e o conhecimento sobre
o atendimento que o consumidor valoriza, são algumas das vantagens
competitivas apresentadas na pesquisa realizada pela instituição.
RAONE SARAIVAREPÓRTER
/materia.asp?codigo=1236038
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