Quando tomados em grandes doses, diclofenaco e ibuprofeno podem aumentar chances de ataques do coração e falência cardíaca.
Um estudo britânico publicado na revista científica "Lancet" sugere que
anti-inflamatórios analgésicos, como o ibuprofeno e o diclofenaco,
podem aumentar o risco de doenças cardíacas quando ingeridos em grandes
doses.
Estudos anteriores já haviam apontado a relação entre os
anti-inflamatórios e problemas do coração, mas esta é a primeira vez que
uma pesquisa faz uma análise mais detalhada.
Os autores, da Universidade de Oxford, analisaram o prontuário de 353
mil pacientes para avaliar o impacto dos anti-inflamatórios, que são
medicamentos não esteroides e, no Brasil, são vendidos com nomes
comerciais como Voltaren e Cataflan.
Os cientistas examinaram receitas médicas com altas doses diárias de
anti-inflamatórios, de 150 mg de diclofenaco ou 2.400 mg de ibuoprofeno,
e não as prescrições de pequenas doses, que podem ser adquiridas nas
farmácias sem receita médica.
Os resultados apontaram que, para cada mil pacientes analisados, o
risco de ataque cardíaco aumentava de 8 para 11 por ano. Também foram
registrados quatro casos adicionais de falência cardíaca e uma morte,
além de casos de sangramento no estômago.
"Três casos adicionais de ataque cardíaco por ano podem parecer um
risco baixo, mas cabe aos pacientes julgarem se querem tomar os
medicamentos", disse o pesquisador-chefe, Colin Baigent. Ele salientou
que os resultados da pesquisa não devem preocupar pessoas que tomam
baixas doses dos medicamentos para tratar problemas como dor de cabeça.
No entanto, o cientista alerta que quem já corre risco de doenças
cardíacas tem mais chance de desenvolver complicações se tomar altas
doses de anti-inflamatórios.
Tábua da salvação
Um terceiro medicamento analisado no estudo, chamado naproxeno, apontou riscos menores de complicações cardíacas e tem sido prescrito por médicos para pacientes considerados de alto risco.
Um terceiro medicamento analisado no estudo, chamado naproxeno, apontou riscos menores de complicações cardíacas e tem sido prescrito por médicos para pacientes considerados de alto risco.
O remédio, com ação similar à da aspirina, impede a formação de
coágulos sanguíneos e também pode aumentar o risco de sangramento
estomacal, afirmaram os especialistas.
Pessoas que sofrem de artrite reumatoide geralmente se beneficiam dos
anti-inflamatórios analisados no estudo, que aliviam a dor e combatem a
inflamação.
O professor Alan Silman, diretor da organização Arthritis Research UK,
diz que esses medicamento são uma "tábua da salvação" para milhões de
pessoas e extremamente eficientes em diminuir a dor.
"No entanto, por causa de seus possíveis efeitos colaterais,
especialmente o de maior risco de complicações cardiovasculares, há uma
necessidade urgente de encontrar alternativas que sejam tão eficientes e
seguras."
Fonte: G1
Fonte: G1
-ciencia-e-saude/noticia/2013/05/anti-inflamatorios-aumentam-risco-de-doencas-cardiacas-diz-estudo.html
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