por Maria Catarina Nunes , Publicado em 08 de Janeiro de 2011 | Actualizado há 22 horas
Ministério quer cobrar taxas aos doentes que façam mau uso dos medicamentos gratuitos. "Não contem connosco", avisa o bastonário
A Ordem dos Farmacêuticos não vai colaborar com o Ministério da Saúde para cobrar taxas aos doentes que façam mau uso dos medicamentos disponibilizados gratuitamente pelos hospitais. Em entrevista ao i, o Bastonário dos Farmacêuticos admite que existe um problema na dispensa de medicação aos doentes de ambulatório, mas não concorda com a solução encontrada: "A medida visa a redução da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e está bem diagnosticada. Só peça por ser tardia. É preciso encontrar uma solução, mas não é esta", adianta Maurício Barbosa.
O Ministério da Saúde está a trabalhar num diploma para multar os doentes que desperdicem ou façam mau uso dos medicamentos distribuídos gratuitamente nas farmácias dos hospitais. A medida vai afectar sobretudo os utentes que tomam medicamentos mais caros - como os portadores de sida, cancro, esclerose múltipla, transplantados renais, doentes de reumatologia ou com doença de khron. "Falamos de medicação altamente dispendiosa, mas não estou a ver que seja cobrado um valor em caso de má utilização. Isto implica que os farmacêuticos passem multas. Não contem connosco", garante o bastonário, que acredita que o Estado devia "potenciar e tirar vantagens da relação de confiança existente entre técnicos e pacientes".
Maurício Barbosa sugere três soluções mais adequadas: mais farmacêuticos e psicólogos clínicos nas unidades hospitalares; toma dos medicamentos com observação directa para doentes que não cumpram as regras; e um melhor trabalho de fiscalização por parte da associação que congrega os hospitais públicos. Para o bastonário, o problema de base é a falta de informação da maior parte dos utentes sobre a necessidade de tomarem a medicação: "Há muitos doentes iliterados. É preciso promover a adesão à terapêutica e não há técnicos suficientes nos hospitais para o fazer. Não há tempo. A grande vitória é que o doente fique consciente da importância da toma", considera.
Além disso, os incumpridores deveriam fazer a toma com observação directa, como já acontece com quem usufrui da substituição narcótica: "Temos uma boa rede de farmácias pelo país, e quem fizer mau uso dos medicamentos deveria tomar a sua medicação em frente ao farmacêutico, nos hospitais ou nas farmácias comunitárias". Sobre a fiscalização, o bastonário recorda que a associação que reúne os hospitais públicos recebe, desde 2007, de cada unidade hospitalar, uma lista anual com as novas entradas de utentes. "Existindo a hipótese de um doente estar registado em vários hospitais, pode levantar a medicação em dois sítios. Mas se a associação fizesse um cruzamento dos dados enviados por cada hospital, o controlo seria mais eficiente. Duvido que isto esteja a ser feito". Maurício Barbosa recorda que "os gastos com medicamentos são a segunda maior despesa dos hospitais, depois dos vencimentos".
O Ministério da Saúde está a trabalhar num diploma para multar os doentes que desperdicem ou façam mau uso dos medicamentos distribuídos gratuitamente nas farmácias dos hospitais. A medida vai afectar sobretudo os utentes que tomam medicamentos mais caros - como os portadores de sida, cancro, esclerose múltipla, transplantados renais, doentes de reumatologia ou com doença de khron. "Falamos de medicação altamente dispendiosa, mas não estou a ver que seja cobrado um valor em caso de má utilização. Isto implica que os farmacêuticos passem multas. Não contem connosco", garante o bastonário, que acredita que o Estado devia "potenciar e tirar vantagens da relação de confiança existente entre técnicos e pacientes".
Maurício Barbosa sugere três soluções mais adequadas: mais farmacêuticos e psicólogos clínicos nas unidades hospitalares; toma dos medicamentos com observação directa para doentes que não cumpram as regras; e um melhor trabalho de fiscalização por parte da associação que congrega os hospitais públicos. Para o bastonário, o problema de base é a falta de informação da maior parte dos utentes sobre a necessidade de tomarem a medicação: "Há muitos doentes iliterados. É preciso promover a adesão à terapêutica e não há técnicos suficientes nos hospitais para o fazer. Não há tempo. A grande vitória é que o doente fique consciente da importância da toma", considera.
Além disso, os incumpridores deveriam fazer a toma com observação directa, como já acontece com quem usufrui da substituição narcótica: "Temos uma boa rede de farmácias pelo país, e quem fizer mau uso dos medicamentos deveria tomar a sua medicação em frente ao farmacêutico, nos hospitais ou nas farmácias comunitárias". Sobre a fiscalização, o bastonário recorda que a associação que reúne os hospitais públicos recebe, desde 2007, de cada unidade hospitalar, uma lista anual com as novas entradas de utentes. "Existindo a hipótese de um doente estar registado em vários hospitais, pode levantar a medicação em dois sítios. Mas se a associação fizesse um cruzamento dos dados enviados por cada hospital, o controlo seria mais eficiente. Duvido que isto esteja a ser feito". Maurício Barbosa recorda que "os gastos com medicamentos são a segunda maior despesa dos hospitais, depois dos vencimentos".
fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/97378-farmaceuticos-recusam-multar-doentes-com-patologias-cronicas
Eu preciso me manifestar pois é isto que faço: Dispensar os medicamentos, chamados de alto custo, na rede pública. Estes medicamentos, aqui no Rio Grande do Sul, são dispensados pelas farmácias municipais. O fluxo é: As Coordenadorias Regionais de Saúde, eu trabalho em uma, repasssam aos municípios os medicamentos e estes fazem a dispensação. Apesar dos esforços dispensados por nós, os municípios resistem a incluir o farmacêutico na sua equipe de saúde, na UBS. O uso racional de medicamentos passa, obrigatoriamente, pela inclusão do farmacêutico na equipe da rede básica de saúde. Sei do que falo, a coordenadoria em que trabalho tem 58 municípios sob sua supervisão e nem todos tem farmacêutico. O Ministério deveria, sim, multar os gestores municipais que desconsideram a necessidade e importância deste profissional na rede e isto independe do custo do medicamento e da complexidade da doença. A Assistência/Orientação Farmacêutica qualificada faz toda a diferença na utilização correta do medicamento.
ResponderExcluirA Ordem dos Farmacêuticos deve apontar esta falha ao Ministério e, quem sabe, negociar uma maior força para inclusão do farmacêutico nas equipes.
Lisia em Portugal não se admite a farmácia funcionar sem a presença do Farmacêutico.
ResponderExcluirNo Brasil isso seria praticamente uma utopia.