segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Setor Farmacêutico é comparado ao tráfico

Secretário de Saúde compara setor farmacêutico a tráfico em controle dos preços

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas, comparou nesta terça-feira a indústria farmacêutica com o narcotráfico e com a indústria de armas. Segundo ele, os três são mercados difíceis de controlar.

"Parece uma comparação extrema, mas cabe. Os fabricantes de armas e os narcotraficantes colocam o preço que querem nos seus produtos, do mesmo jeito que fazem os produtores de medicamento [...]. Eles têm o poder de fixar os seus preços e determinar o mercado. E a população tem muitas poucas formas de fugir disso", disse Barradas.

A declaração foi dada durante a divulgação de uma pesquisa inédita realizada pelo Procon que apontou uma diferença de até 1.415% nos preços entre medicamentos semelhantes (genéricos e de referência) na cidade de São Paulo.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 21 de janeiro e envolveu 103 itens escolhidos pela Secretaria de Saúde. Ao todo, foram visitados 15 estabelecimentos farmacêuticos distribuídos pelas cinco regiões da cidade (centro, zona sul, zona norte, zona leste e zona oeste).

Centro tem medicamentos mais baratos

Foi constatado que os medicamentos são, em sua maioria, mas baratos no centro da cidade. A maior diferença de preços, por exemplo, foi verificada no medicamento Hidantal (fenitoína), um anticonvulsivo. O menor preço encontrado foi de R$ 0,40 (para o genérico) em uma farmácia do centro. O maior foi R$ 6,06 (para o medicamento referência) em um estabelecimento da periferia.

Segundo o secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, a pesquisa serve como uma alerta à população de que existe uma disparidade muito grande e, certas vezes, injustificáveis entre os mesmos medicamentos. 
 
"O que estamos fazendo em parceria com o Procon é oferecendo à população uma forma de gastar menos com medicamentos", disse Marrey. "Esperamos que os médicos jamais se ponham ao serviço vil de serem influenciados pelos laboratórios", acrescentou.

Barradas ainda criticou o fato de parte dos médicos ainda insistirem em não receitar medicamentos genéricos. "O problema é que a população vai comprar sempre o que está na receita. E ainda é uma cultura médica prescrever medicamentos de marca. Mas a orientação é que o médico receite o genérico", disse.

De acordo com o Procon, assim como acontece em outros levantamentos, a pesquisa de medicamentos será atualizada de dois em dois meses. Os relatórios serão publicados no site do órgão.

A reportagem da Folha Online procurou a assessoria da Abrafarma (Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias) para comentar o assunto e aguarda retorno. (Da Folha Online)

referência da informação: http://www.jornalpequeno.com.br/2010/2/9/Pagina135915.htm
Materia de 10/02/10

2 comentários:

  1. É interessante ressaltar q o preço dos medicamentos no Brasil é regular pela CMED. Assim, o Laboratório X não tem condições de estipular qual preço a drogaria A ou B deve vender o seu medicamento. O preço máximo é estipulado pela CMED e as drogarias vendem pelo preço que lhes for permitido dentro de seu percentual de lucro, atentando sempre para o teto estabelecido pela referida Câmara.... Falta de informação por parte do Secretário... Não sei qual sua formação profissional, mas tal fato não lhe é permitido ignorar em função do cargo q ocupa...

    o restante dos comentários sobre a influência dos Labs sobre as precrições médicas, eu concordo, mas como foi dito, faz parte da cultura médica.

    Resumindo, foi no mínimo absurda a comparação de tão importante e regulado setor, com mercados que estão à margem da sociedade.

    Hugo Almeida
    Farmacêutico

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