Para o setor, os próximos anos são extremamente promissores, reflexo dos fatores econômicos, do aumento da renda, além do incremento da idade média da população
Por Sérgio Mena Barreto, www.administradores.com
O mercado brasileiro de medicamentos movimentou em vendas R$ 24 bilhões em 2008, passando para R$ 43,9 milhões no ano passado, uma evolução de 82,91%. As redes associadas à Abrafarma também cresceram acima da média nos últimos cinco anos e, em 2011, a evolução foi de 21%. Em 2012, as vendas avançam com o mesmo vigor e estão 20,85% acima do ano passado.
Esse forte crescimento tem sido influenciado pela expansão econômica brasileira, com estabilidade nos principais índices, como inflação e Produto Interno Bruto (PIB); aumento do emprego formal; melhoria na distribuição de renda e ascensão social; envelhecimento da população; queda de patentes; migração de volumes do institucional para o varejo por meio do programa Aqui tem Farmácia Popular. A inovação do mercado, criando novos formatos de lojas que atendem às características específicas de cada região, também tem sido fator preponderante.
Imagem: Thinkstock |
Para o setor, os próximos anos são extremamente promissores, reflexo dos fatores econômicos, do aumento da renda, além do incremento da idade média da população. A redução da desigualdade, acompanhada da expansão do público consumidor entre a classe C, criou um segmento responsável por 42% do movimento de vendas neste mercado. São números que nos animam, e muito, pois a perspectiva de aumento no volume de negócios é ainda mais positiva. Para se ter ideia, em 2017 devem ser comercializadas 135 bilhões de unidades de doses, impulsionando o faturamento do mercado total brasileiro para R$ 87 bilhões.
Para garantir o crescimento futuro, o grande desafio é explorar melhor os pontos de vendas, principalmente as categorias de higiene e beleza. Os executivos também devem atentar para as necessidades dos clientes, considerando que a maioria dos consumidores opta por farmácias e drogarias que funcionam 24 horas, entregam em domicílio e oferecem serviços ambulatoriais, além da assistência farmacêutica. E, além disso, 75% dos consumidores percebem na farmácia um local de conveniência e oferta de serviços de utilidade pública, até mesmo como correspondentes bancários – realidade muito comum em pequenas cidades do interior.
Além de considerar a opinião do consumidor, também precisamos cuidar do entorno do negócio. Uma das iniciativas é aprofundar a discussão para a desoneração dos impostos sobre medicamentos: é inconcebível que incida sobre bens essenciais uma carga tributária de 36%, enquanto diamantes, linguiças e cavalos puro-sangue contribuem com módicas alíquotas de até 7% ou simplesmente são isentos de impostos.
O mercado farmacêutico segue a passos largos seu movimento de expansão e agora também passa a conviver com fusões e aquisições, consequência da atividade econômica nacional e, mais do que isso, fruto de uma estratégia certeira do segmento. Com a demanda cada vez maior, as grandes redes buscam formas de se capitalizar e ampliar sua visibilidade. As recentes fusões deixam claro que o setor passa por um período de amadurecimento e enxerga sua grande importância para a economia brasileira.
O desafio agora é olhar adiante, e a evolução deverá estar sustentada em três pilares: viabilidade econômica, capacidade de operação e marcos legais claros. Mas, acima de tudo, precisamos avançar na eficiência da cadeia, unindo os representantes do setor de todo o Brasil.
Sérgio Mena Barreto - Presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma)
Fonte: Site Administradores.com
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