Antibióticos e vacinas conservam a sua potência durante meses e talvez anos
Uma equipa norte-americana conseguiu manter activos durante meses, a
temperaturas bastante acima da temperatura ambiente, vacinas e
medicamentos que normalmente precisam de ser refrigerados,
embrulhando-os dentro de uma espécie de “plástico de nanobolhas”.
Sob a acção do calor e da água, as proteínas activas de muitas vacinas e
fármacos não conservam a sua estrutura tridimensional (essencial à sua
acção), desdobrando-se e perdendo eficácia. Do fabrico ao destino final,
a vacina tríplice contra o sarampo, papeira e rubéola, por exemplo, ou
antibióticos como a penicilina, exigem uma refrigeração constante e
condições controladas de humidade. Estima-se que quase metade das doses
de vacinas produzidas no mundo se estraguem devido a quebras nessa
“cadeia do frio”.
A técnica agora descoberta por David Kaplan e colegas da Universidade Tufts, EUA – e descrita na revista Proceedings of the National Academy of Sciences –, consiste em estabilizar as moléculas dos fármacos utilizando fibroína, uma proteína da seda do casulo do bicho-da-seda. Para isso, a seda é “embebida” com o fármaco a conservar.
A fibroína apresenta-se em camadas cristalinas entrelaçadas e a sua estrutura contém um grande número de diminutas cavidades. É dentro dessas cavidades que foi agora possível “capturar” e imobilizar as proteínas medicamentosas, impedindo que elas se desdobrem, mesmo a temperaturas elevadas. E como as cavidades são “hidrofóbicas”, ou seja repelem a água, as biomoléculas também ficaram protegidas da humidade.
Os investigadores observaram então que a penicilina “armazenada” neste invólucro (inócuo para a saúde) retinha toda a sua eficácia após um mês a 60 graus Celsius, ao passo que numa solução convencional, a mesma a substância, à mesma temperatura, perdera toda a sua actividade antibiótica em apenas 24 horas. Quanto aos componentes da vacina tríplice, retinham 85% da sua potência inicial após seis meses de armazenamento, a 45 graus Celsius, dentro de películas de seda liofilizada.
A estabilização dentro da seda “tem o potencial de mudar significativamente a maneira de conservar os fármacos, em particular nos países em desenvolvimento”, diz Jeney Zhang, co-autor dos resultados.
Os cientistas descobriram ainda algo que não tinham previsto: que o tratamento também protege as biomoléculas da degradação pela luz. E por enquanto, salientam, não encontraram nenhum fármaco que não fosse possível estabilizar.
Mais: como a seda pode ser moldada em forma de micro-agulhas, micro-vesículas e em finas películas, o próprio meio de armazenamento também poderá servir, directamente, como veículo para a sua administração.
A técnica agora descoberta por David Kaplan e colegas da Universidade Tufts, EUA – e descrita na revista Proceedings of the National Academy of Sciences –, consiste em estabilizar as moléculas dos fármacos utilizando fibroína, uma proteína da seda do casulo do bicho-da-seda. Para isso, a seda é “embebida” com o fármaco a conservar.
A fibroína apresenta-se em camadas cristalinas entrelaçadas e a sua estrutura contém um grande número de diminutas cavidades. É dentro dessas cavidades que foi agora possível “capturar” e imobilizar as proteínas medicamentosas, impedindo que elas se desdobrem, mesmo a temperaturas elevadas. E como as cavidades são “hidrofóbicas”, ou seja repelem a água, as biomoléculas também ficaram protegidas da humidade.
Os investigadores observaram então que a penicilina “armazenada” neste invólucro (inócuo para a saúde) retinha toda a sua eficácia após um mês a 60 graus Celsius, ao passo que numa solução convencional, a mesma a substância, à mesma temperatura, perdera toda a sua actividade antibiótica em apenas 24 horas. Quanto aos componentes da vacina tríplice, retinham 85% da sua potência inicial após seis meses de armazenamento, a 45 graus Celsius, dentro de películas de seda liofilizada.
A estabilização dentro da seda “tem o potencial de mudar significativamente a maneira de conservar os fármacos, em particular nos países em desenvolvimento”, diz Jeney Zhang, co-autor dos resultados.
Os cientistas descobriram ainda algo que não tinham previsto: que o tratamento também protege as biomoléculas da degradação pela luz. E por enquanto, salientam, não encontraram nenhum fármaco que não fosse possível estabilizar.
Mais: como a seda pode ser moldada em forma de micro-agulhas, micro-vesículas e em finas películas, o próprio meio de armazenamento também poderá servir, directamente, como veículo para a sua administração.
Fonte: Portal Público.pt
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