Me permiti abrir um parênteses, e falar um pouco dos processos que
proporcionaram alguma mudança ao nosso país e, direta ou indiretamente,
aos cidadãos que aqui nasceram ou escolheram esse solo como lar.
Após anos de censura, eis que surge uma luz no fim do túnel e, com o
movimento Diretas Já, emanara um nome em que os brasileiros depositaram
grande parte de sua esperança - Tancredo Neves.
O movimento Diretas
Já tomou conta de nosso país de norte a sul, leste a oeste. Jovens,
adultos, profissionais dos mais diversos segmentos foram às ruas bradar
toda sua insatisfação e exigir democracia que, neste momento em
particular, seria representado por eleições diretas para Presidência da
República e, conseguimos.
Elegemos Tancredo Neves, que veio a óbito e marcou nosso país por uma comoção uníssona e o Brasil chorou. Mas não desistimos.
Aparece no cenário político, um jovem alagoano, articulado, falante e
com empatia peculiar e, num Brasil ainda de luto, elegeu-se presidente. E
nesse panorama, muitos perderam o pouco que tinham, a inflação explodiu
e, mais uma vez, o povo foi às ruas, só que agora para dizer BASTA!!!
E, num processo catalizador, único e bravo, exigíamos a saída e/ou
renúncia de um presidente. Orgulhoso, não renunciou, mas a pressão
popular mais uma vez invadiu o coração do povo brasileiro, o Congresso
Nacional não teve outra alternativa e o impeachment foi anunciado em
sessão com votação aberta. Derrubamos, com nossa força, quem não nos
representava.
Bem, a essa altura, alguns devem estar se perguntando: onde ela deseja chegar com essa narrativa histórica? Então, vamos lá.
As mudanças que desejamos somente acontecem quando estamos
comprometidos e imbuídos do desejo de mudar. Aqui não vale o "vou lavar
as mãos", e embarcar no "pior que está não vai ficar". Acredite,
parafraseando Edward Murphy, "se algo pode dar errado, dará". E você,
vai ficar com o risco do ônus até quando? Até quando a zona de conforto
realmente será o conforto esperando? Até quando ficaremos omissos, ou
nos permitiremos reféns do que podemos mudar?
Ninguém pode me
garantir, lhe garantir, nos garantir que milagrosamente todas as
mudanças acontecerão, pois há medidas que independem de uma assinatura,
uma "canetada" num papel; mas estejamos certos, que todos os esforços
serão esgotados para que a probidade e publicidade permeiem as ações
desenvolvidas e implementadas.
Devemos a nós mesmos e a toda uma
categoria a possibilidade de renovação. Porquê? Para amanhã, bem próximo
certamente, não nos arrependermos de não tê-la oportunizado. Sou
uma gota num oceano de aproximados dezessete mil, mas sou capaz de
promover um tsunami. E você, estimado colega? Vai nadar conforme a maré,
ou se agitar até formar uma onda capaz de mudar o lugar comum?
Sou
uma jovem farmacêutica, sim. Mas com uma história, um nome a zelar
publicamente, por possuir uma carreira sólida e pública em outra área do
conhecimento de longos vinte e sete anos de profissão. Logo, capaz de
dissertar com propriedade sobre o panorama que vejo se desenhar aos meus
e nossos olhos, pois sempre me coloco no lugar do outro, no coletivo
profissional. E, por ser atuante e militar por nossos direitos, por
ousar em emitir minhas opiniões, me vi covardemente respondendo a
processo ético-disciplinar que foi arquivado, por unanimidade, em
plenária. Ou seja, até o denunciante votou pelo arquivamento.
Democracia, demagogia ou hipocrisia?
Lanço a todos um
questionamento: quando o continuísmo e a alternância de poder foi
benéfica ao povo? Não é e nem será à uma categoria, não se iludam que
aconteceria diferentemente.
Digo e reafirmo que somente através do voto podemos mudar o que nos desagrada, o que não nos representa.
Em minhas andanças, ouço e percebo que há uma insatisfação geral, por
inúmeros motivos reais, que poderia listá-los em algumas páginas. Não o
farei por sentirmos todos na própria pele quase diariamente.
Até quando
permitiremos que nos firam assim?
Não sou candidata a nenhum cargo
na eleição de nosso conselho, ainda não é chegada a hora. Mas me
posicionei em apoio a uma chapa não apenas por questões de amizade,
porém e sobretudo, por me ver representada na renovação proposta, no não
continuísmo. É cargo eletivo em representatividade de classe, numa
autarquia federal; diferentemente de um cargo eletivo em uma agremiação
social, não menos importante- vale a ressalva.
Por isso concedo a
CHAPA 3 - TRANSPARÊNCIA FARMACÊUTICA, meu apoio e meu voto de confiança,
certa de que me representarão e implementarão as propostas promovidas.
Participei de todas as etapas de construção da mesma e vejo contemplada as diferentes áreas de atuação legitimamente.
Toda a campanha é auto financiada por seus membros e por doações de
amigos, ansiosos por representatividade, por mudanças e renovação da
nossa casa.
Vejo, na figura do Dr. Tadeu de Sá Vieira, um
representante legítimo e preparado para nos representar, assim como os
demais componentes dessa chapa, que propõe para o CRF-RJ uma gestão
transparente, otimizada, focada no ensino , nos anseios e no resgate da
dignidade do profissional farmacêutico, esquecido ao longo do tempo face
aos interesses mercadológicos, pretendendo atuar com probidade,
publicidade e legalidade.
Finalizando, o Dr. Tadeu Augustinho de Sá
Vieira e os demais componentes da CHAPA 3 -TRANSPARÊNCIA FARMACÊUTICA,
me representam.
Uma dica? Pesquise, conheça aqueles que vão lhe representar.
Eu conheço meus candidatos. E você, conhece bem os seus?
Após várias denúncias de que Estabelecimentos Farmacêuticos estariam
pagando salários abaixo do Piso Normativo, o Sinfarms protocolizou
denúncia à Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de
Emprego
(CONAFRET), no Ministério Público do Trabalho/MS.
Após colher várias provas este Sindicato protocolizou denúncia com os
nomes e os CNPJs das empresas que fazem este tipo de fraude.
Vale lembrar que tais estabelecimentos poderão ser fechados e, ainda, sofrerem pesadíssimas multas do MPT.
Em assim sendo, o Sinfarms conclama a todos os farmacêuticos que ganham
abaixo do Piso, ou que conhecem algum estabelecimento que pratica este
crime para que denuncie através do link "Denuncie" do site
www.sinfarms.org.br.
É hora de dar basta nesta humilhação! O Sinfarms conta com a participação ativa de todos os farmacêuticos.
Maceió/AL
– O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas ajuizou ação civil
pública contra as farmácias Pague Menos por abusar do “poder diretivo do
empregador”, ao exercer pressão psicológica sobre os empregados que
ocupam a função de caixa.
O
MPT recebeu denúncia informando que os empregados contratados como
“caixa” eram pressionados a vender medicamentos, mediante ameaça de
demissão ou transferência caso não atingissem a meta fixada pela
empresa.
Foram
realizadas três audiências pelo MPT, para colher depoimentos de antigos
empregados da empresa, que possui 12 filiais em Alagoas, sendo 11 em
Maceió e uma em Arapiraca, e um total de 360 trabalhadores.
Todos
os ex-empregados confirmaram que os caixas também exerciam a função de
vendedor, como também eram obrigados a realizar a limpeza de produtos e
etiquetá-los com os preços, e ainda verificar o prazo de validade desses
itens.
Um
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi proposto, mas a empresa
recusou. Segundo o procurador do Trabalho Rafael Gazzanéo, ao exigir o
acúmulo de funções, a empresa descumpre os seus deveres contratuais, já
que obriga o seu empregado a exercer, além da função de “caixa”, outras
funções estranhas àquela para qual foram originalmente contratados. “A
realidade arrasadora do desemprego é gritante e, para manter o emprego, o
empregado aceita executar tarefas e atividades que não possuem qualquer
relação com a função para a qual foi contratado, caracterizando, assim,
a sujeição da parte fraca da relação jurídica às imposições abusivas do
seu empregador”, destacou.
Com
a ação civil pública, o MPT requer que o estabelecimento não exija que
seus empregados contratados na função de caixa acumulem outras funções, e
em caso de descumprimento pague um multa de R$ 200 mil. Como
indenização por danos morais coletivos, o MPT pede a condenação da
Farmácia Pague Menos ao pagamento de multa de R$ 1 milhão. Os valores
serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O farmacêutico é importante numa drogaria por conta da Lei? E se um dia essa Lei mudar?
Portanto o Farmacêutico não pode garantir sua função devido a exigência
da Lei. Mas sim pela importância de seus serviços prestados. Não se
amparando apenas na Lei, já que ela pode ser modificada.
Pasquale Cipro Neto*
O sujeito sai do consultório com a receita nas mãos. Tenta entender os
hieróglifos (ou "hieroglifos", tanto faz) do médico. Não obtém pleno
êxito, mas pelo menos uma coisa lhe parece clara: "uso tópico",
expressão que muitas vezes encabeça as recomendações do facultativo. Os
mais novos talvez não saibam, mas o facultativo é o médico mesmo.
E
lá vai o nosso paciente, intrigado com o "uso tópico". Que significa
isso? "Tópico" vem do grego "tópos", radical que indica idéia de lugar e
que aparece em alguns vocábulos de nossa língua: "topofobia" (medo
mórbido de certos lugares), "topônimo" (nome de lugar - região, cidade,
país etc.), "topografia" (descrição exata e minuciosa de um lugar) etc.
Pois
bem, o uso é tópico porque é feito no lugar do corpo em que se
manifesta o mal. Na prática, o uso tópico acaba significando "uso na
pele", já que o medicamento é aplicado diretamente na pele que cobre a
região do corpo em que está o mal que se quer curar. Sem saberem o que
significa "uso tópico", muitas vezes é só na farmácia que os pacientes
descobrem que o médico receitara uma pomada, um creme, um xampu, uma
loção ou um sabonete.
Bem, voltemos ao nosso paciente, que na
mesma receita encontra a prescrição de outro medicamento, agora com esta
recomendação: "uso intramuscular". Aqui, nenhuma dúvida: o sujeito já
sabe que vai ter de tomar uma injeção. O problema, agora, não é de
compreensão; é de grafia mesmo. Não são poucos os médicos que escrevem
"intramuscular" com hífen a separar o prefixo latino "intra" (que
significa "dentro de", "no interior") do adjetivo "muscular". O prefixo
"intra" só se agrega com hífen a palavras iniciadas por vogal, "h", "r"
ou "s", como "intra-articular", "intra-uterino", "intra-ocular",
"intra-hepático" etc. Nos demais casos, nada de hífen: "intramuscular",
"intracartilaginoso", "intravascular", "intracraniano" etc. O
correspondente grego de "intra" é "endo", que se encontra em
"endocárdio", "endotraqueal", "endocrinologia" (de que faz parte o
elemento grego "crino", que significa "separar", "distinguir",
"discernir"), "endovenoso" etc.
A esta altura, talvez alguém
esteja pensando que basta seguir o que se recomenda com "intra" para não
errar mais no emprego do hífen com os outros prefixos, muitos dos quais
são comuns na terminologia médica ("anti", "ultra", "auto", "semi",
"inter" etc.). Não é bem assim; cada caso é um caso. Um bom exemplo é o
prefixo grego "anti", que indica idéia de oposição. Com ele, só ocorre
hífen se a palavra agregada começa com "h", "r", ou "s":
"anti-hemorrágico", "anti-histamínico", "anti-retroviral",
"anti-sifilítico", "anti-rábico". Nos demais casos, nada de hífen:
"antiinflamatório" (com "ii", sem hífen), "antiinfeccioso" (também com
"ii", sem hífen), "antiasmático", "antiemético", "antiepiléptico" etc.
E
o nosso paciente? Está cercado de remédios por todos os lados. Acaba de
constatar que o médico preencheu a frente e o verso da receita. Na
última das recomendações, está presente a expressão "uso sub-cutâneo",
grafada assim, com hífen. Eis outro prefixo que normalmente é atado ao
radical com hifens desnecessários. "Sub" só se agrega com hífen a
palavras iniciadas por "b" ou "r". Salvo engano, não há termos médicos
que se enquadrem nesse caso. Nos demais, porém, não faltam exemplos,
todos grafados sem hífen. Prepare-se, doutor: "submandibular",
"subclavicular", "subclínico", "subcostal", "subepático" (sem "h"!),
"subcapsular", "subluxação", "suboccipital", "subcutâneo", "subfebril".
Depois
de tantos remédios, administrados de maneiras tão díspares, nosso caro
paciente quer se curar, sem que isso se transforme em algo utópico.
Utópico? Mas essa palavra nos lembra o início da receita, ou seja, o uso
tópico. Santo Deus, lá vem remédio de novo? Não vem, não, embora as
palavras "tópico" e "utópico" tenham tudo que ver uma com a outra. Na
verdade, ao pé da letra, uma é o contrário da outra. O "u" de "utópico"
nada mais é do que o prefixo negativo grego "ou", agregado pelo
humanista inglês Thomas Morus ao radical grego "tópos" para criar a
palavra "utopia", com a qual batizou, em 1516, uma ilha imaginária, cujo
sistema sociopolítico era simplesmente o ideal. Ao pé da letra,
"utopia" significa "nenhum lugar". Na prática, a utopia é o sonho, a
fantasia, a realização do impossível, daquilo que não existe em nenhum
lugar.
Pois é justamente por uma utopia que trabalham (ou
deveriam trabalhar) os médicos e a medicina: a de uma sociedade sem
doenças e sem doentes. Enquanto esse tempo utópico não chega, curamo-nos
com medicamentos de uso oral, subcutâneo, intramuscular, tópico...
* Pasquale Cipro Neto é professor de português, colunista dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo, Diário do Grande ABC, entre outros, idealizador e apresentador do programa Nossa Língua Portuguesa da TV Cultura e autor de várias obras ligadas à lingua portuguesa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
propôs nesta terça-feira que o rastreamento de medicamentos em
circulação no País esteja funcionando até 2016. O projeto de implantação
do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos e os mecanismos e
procedimentos para o rastreamento da produção, comercialização,
dispensação e prescrição foram discutidos hoje em uma reunião pública. O
tema, no entanto, ainda não foi votado.
A rastreabilidade pressupõe que todas as embalagens de
medicamentos no Brasil tenham uma identificação única, capaz de permitir
ao usuário saber se o produto é original e se tem procedência legal. A
regra valeria para todos os medicamentos sujeitos a registro na Anvisa,
inclusive amostras grátis. O identificador a ser colocado no produto
ficaria a cargo das empresas fabricantes ou importadoras.
A proposta de implementação de um sistema de
rastreabilidade de medicamentos vem sendo discutida pelo governo federal
há cerca de dois anos, com a participação da Anvisa. O tema foi objeto
de Consulta Pública realizada no dia 29 de maio deste ano no auditório
da agência. Entre os principais pontos levantados estão o modelo de
banco de dados que será utilizado e o prazo de adequação das empresas de
medicamentos às regras que ainda serão publicadas.
Durante o período em que a proposta ficou disponível
para consulta pública, a Anvisa recebeu cerca de 600 contribuições
enviadas por 90 instituições e pessoas. Segundo o diretor-presidente da
Anvisa, Dirceu Barbano, as propostas foram analisadas com a perspectiva
de que a rastreabilidade atinja o objetivo de dar mais segurança à
população.
Um farmacêutico receberá adicional de insalubridade de 20% do salário
mínimo porque fazia procedimentos como aplicação de injeções, medição
de glicose e curativos durante os três anos em que trabalhou para a
Drogaria Santa Helena Ltda., de Belo Horizonte (MG). A Terceira Turma do
Tribunal Superior do Trabalho deferiu o adicional porque essas
atividades, conforme laudo pericial, envolviam, em grau médio, o contato
com sangue.
O pedido de pagamento do adicional foi julgado
procedente na primeira instância, mas, em seguida, negado pelo Tribunal
Regional do Trabalho da 3ª Região (MG). O TRT considerou que o
farmacêutico não tinha contato permanente com pacientes, pois os
procedimentos citados eram apenas parte de suas funções. Além das
injeções e medições de glicose, o Regional salientou que ele também
vendia medicamentos e oferecia produtos, verificava receitas e
esclarecia dúvidas dos clientes, repunha medicamentos em prateleiras,
aferia pressão arterial, e registrava em livros aplicações de injetáveis
realizadas.
TST
O trabalhador, então, recorreu ao
TST contra essa decisão. Para o relator do recurso de revista, ministro
Alexandre Agra Belmonte, a decisão do TRT violou o artigo 192 da CLT,
que assegura o adicional quando o trabalho ocorre em condições
insalubres. Ele destacou que, no laudo pericial, ficou evidente que o
farmacêutico tinha de fato contato com sangue, agente biológico previsto
no Anexo 14 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério de Trabalho e Emprego, que trata da caracterização da insalubridade.
O
ministro explicou que o Anexo 14, ao regulamentar a classificação da
insalubridade nas atividades que envolvem o contato com agentes
biológicos, "deixa claro que, no caso, a avaliação é qualitativa". E
frisou que, pelo laudo pericial, "o contágio pode ocorrer num espaço de
tempo extremamente curto ou até mesmo por um contato mínimo".
Ao
verificar que a atividade se caracterizava como insalubre em grau médio,
o ministro concluiu que o trabalhador fazia jus ao adicional de
insalubridade de 20% do salário mínimo da região. Seguindo a
fundamentação do relator, a Terceira Turma restabeleceu a sentença que
deferiu o pedido.
(Lourdes Tavares/CF)
Processo: RR-865-53.2011.5.03.0026
O
TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três
ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos,
agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinários em
ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns
casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais
(SBDI-1).
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Para o item 1.10 (sobre a saída da Neomicina de uso tópico do controle) é necessário fazer também a leitura da RDC 138 / 2003 (que trata os medicamentos isentos de prescrição - MIP's).
Orientações de procedimentos relativos ao controle de medicamentos à
base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob
prescrição isoladas ou em associação.
Coordenação do Sistema de Gerenciamento de Produtos Controlados
Gerência Geral de Medicamentos – CSGPC/NUVIG
Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária – NUVIG/ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
Brasília, 24 de setembro de 2013.
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011
Esta Nota Técnica descreve o detalhamento e a orientação de
procedimentos relativos à dispensação e controle de medicamentos à base
de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição
médica, isoladas ou em associação, de que trata a Resolução da
Diretoria Colegiada – RDC n.º 20, de 5 de maio de 2011, que revogou
todas as resoluções anteriores sobre o tema.
O documento poderá ser atualizado conforme necessidade identificada pela autoridade sanitária
Esta nota técnica substitui os informes técnicos e notas técnicas publicados anteriormente.
1.1. Dos dados do paciente que devem constar na receita médica
De acordo com a RDC nº 20/2011, a receita deve ser prescrita em
receituário simples, em duas vias e conter o nome completo, idade e sexo
do paciente.
Todos estes dados devem ser preenchidos pelo prescritor. Entretanto,
nos casos em que a receita não contenha os dados de idade e sexo do
paciente, estes poderão ser preenchidos pelo farmacêutico responsável
pela dispensação.
Este procedimento garante o acesso do paciente ao medicamento e ao
tratamento e não acarreta qualquer prejuízo sanitário, tendo em vista
que a inclusão dos dados de idade e sexo na receita visa ao
aperfeiçoamento do monitoramento do perfil farmacoepidemiológico do uso
destes medicamentos no país, a ser realizado por meio da escrituração
destes dados no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos
Controlados/SNGPC, conforme previsto nos Artigos 13 e 16 da RDC nº
20/2011.
1.2. Da segunda via da receita
A segunda via da receita pode se tratar de uma cópia carbonada ou de
uma cópia simples da primeira via, não sendo obrigatória a inscrição
“segunda via”.
No caso de receitas apresentadas em duas vias não carbonadas e não
identificadas, caso avalie necessário, o farmacêutico responsável poderá
identificar como “primeira via” e “segunda via” cada uma das cópias
apresentadas. 1 Artigo 24 da RDC nº. 20/2011: Caberá à área técnica competente
da ANVISA a adoção de medidas ou procedimentos para os casos não
previstos nesta Resolução.
No caso de receitas em que a segunda via é uma cópia carbonada, o
farmacêutico responsável poderá fazer uma cópia da via carbonada, que
será retida juntamente com a via carbonada para fins de fiscalização.
1.3. Da quantidade dispensada
A RDC nº 20/2011 determina que a dispensação deva
atender essencialmente ao que foi prescrito. Desta maneira, sempre que
possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade exatamente prescrita
para o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação
comercial fracionável, conforme a RDC nº 80/2006 (medicamentos
fracionados).
Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata
por motivos de inexistência, no mercado, de apresentação farmacêutica
com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à
dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, de maneira
a promover o tratamento completo ao paciente. Assim, devido à escassez
de especialidades farmacêuticas no mercado brasileiro que possam atender
a posologia prescrita, esta conduta promoverá uma melhor relação
risco-benefício para o paciente e a sociedade.
A dispensação em quantidade superior deve ser realizada somente nos
casos estritamente necessários, uma vez que este procedimento acarreta
sobra de medicamentos para o paciente, elevando o risco de
automedicação, bem como gerando conseqüências em relação ao descarte de
medicamentos.
O atendimento da prescrição em quantidade inferior ao prescrito
acarreta a inefetividade do tratamento e certamente contribuirá para o
aumento da resistência bacteriana ao medicamento e comprometimento da
saúde do paciente.
1.4. Do atendimento em estabelecimentos diferentes de uma mesma receita contendo mais de um medicamento
No caso de prescrições que contenham mais de um medicamento
antimicrobiano diferente, fica permitida a dispensação de parte da
receita, caso a farmácia/drogaria e com o aval do paciente/responsável
não possua em seu estoque todos os diferentes medicamentos prescritos ou
o paciente/responsável, por algum motivo, resolva não adquirir todos os
medicamentos contidos na receita.
Nestes casos, o primeiro atendimento deve ser atestado na parte da
frente (anverso) de ambas as vias da receita, com a descrição somente
do(s) medicamento(s) efetivamente dispensados. Com a primeira via em
mãos, o paciente pode procurar outro estabelecimento para adquirir o(s)
medicamento(s) restante(s), sendo que o farmacêutico ou o paciente deve
fazer uma cópia² da primeira via para sua retenção e atestar o novo
atendimento em ambas as vias.
2 Cópia da receita poderá ser aceita nos casos de uso prolongado e
prescrição de mais de um medicamento por receita que não podem
dispensados/adquiridos em um único estabelecimento público e/ou privado.
Do contrário a receita deverá sempre conter duas vias conforme descrito
no artigo 5º, do Capítulo III.
O procedimento também é válido para os casos em que o paciente
consegue obter apenas parte dos medicamentos no setor público e
necessite adquirir o restante prescrito em farmácias/drogarias privadas.
1.5. Da dispensação por meio remoto
A RDC nº 20/2011 remete à RDC nº 44/2009 (Boas Práticas
Farmacêuticas) no tocante à venda por meio remoto. Dessa forma, deve ser
seguido o que rege a RDC nº 44/2009.
A maneira adequada é que a receita seja retirada na casa do paciente e
conferida pelo farmacêutico na farmácia/drogaria. Caso a receita esteja
corretamente preenchida, deve ser atestado o atendimento (carimbo),
retida a segunda via e então a entrega poderá ser efetuada.
Devem ser seguidos os Artigos nº 52 (dispensação), 56 (transporte) e
58 (direto à informação e orientação quanto ao uso) da RDC nº 44/2009.
1.6. Da devolução ou troca de medicamentos
A RDC nº 20/2011 permite a devolução ou troca de antimicrobianos
somente por motivos de desvios de qualidade do medicamento, condição
esta que impeça o tratamento completo pelo paciente. Desta forma, é
aceitável a devolução caso o paciente, ao abrir a caixa do medicamento,
perceber que a embalagem possui quantidade inferior ao descrito na
embalagem ou que o produto apresenta características estranhas,
caracterizado como desvio de qualidade.
Nestes casos, se for verificada pelo farmacêutico a pertinência da
devolução, deve-se proceder conforme descrito no art. 20 da RDC nº
20/2011.
1.7. Da dispensação no caso de tratamento prolongado
De acordo com o art. 8º da RDC nº 20/2011, em situações de tratamento
prolongado a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores
dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua
emissão. A receita deverá conter a indicação de uso prolongado, com a
quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias. Assim, cada
dispensação deve ser realizada de modo que o medicamento seja suficiente
para 30 dias de tratamento no mínimo, sendo também permitida a
dispensação de todo medicamento em um único atendimento, ou seja, a
venda de toda a quantidade para uso por 90 dias.
Caso queira comprar a quantidade suficiente para um mês, o paciente
poderá realizar todas as compras no mesmo estabelecimento ou comprar em
locais diferentes a cada mês.
Caso todas as compras sejam realizadas no mesmo estabelecimento, o
farmacêutico deve reter a segunda via da receita no primeiro atendimento
e atestar cada dispensação mensal na parte da frente (anverso) de ambas
as vias.
Caso o paciente opte por comprar em outra farmácia ou drogaria, a
cada compra o farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um
tratamento prolongado (conforme art. 8º) e
que já houve uma venda anterior. Deve então fazer uma cópia da via do
paciente e atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias.
1.8. Da escrituração eletrônica no SNGPC
Conforme Instrução Normativa nº 01/2013, desde 16 de abril de 2013 a
escrituração da movimentação de medicamentos antimicrobianos deve ser
realizada eletronicamente no SNGPC.
1.9. Da prescrição para uso veterinário
A RDC nº 20/2011 não proíbe a prescrição e dispensação de
medicamentos antimicrobianos de uso humano para animais. Desta forma, os
médicos veterinários devem realizar as prescrições em receituário em
duas vias e atendendo as determinações preconizadas pelo Conselho de
Classe (CRMV) no que tange aos dados que devem constar em uma receita de
médico veterinário.
Ressaltamos que para essas receitas não são necessário dados de idade
e sexo, uma vez que estes dados não são de interesse para o
monitoramento farmacoepidemiológico, previsto na RDC nº 20/2011, a ser
realizado somente com os medicamentos prescritos para uso humano.
Na dispensação, o farmacêutico deve conferir que se trata de receita
para uso veterinário (prescrita por médico veterinário registrado no
Conselho Regional de Medicina Veterinária – CRMV) e dispensar o
medicamento com a retenção da segunda via da receita. O SNGPC está
preparado para receber escriturações de receitas prescritas por médicos
veterinários, para as quais não devem ser informados os dados de idade e
sexo do paciente.
1.10. Da isenção da necessidade de retenção de receita e escrituração de medicamentos de uso tópico contendo neomicina
Segundo o Art. 1º da RDC nº 20/2011, a retenção de receita e
escrituração no SNGPC é necessária para os medicamentos que estejam
listados no Anexo I da resolução (Lista de antimicrobianos registrados
na Anvisa) e que sejam de venda sob prescrição médica (com tarja / faixa
vermelha).
Entretanto, de acordo com a RDC nº 138/2003, que dispõe sobre o
enquadramento na categoria de venda de medicamentos, os produtos a base
de neomicina ou neomicina associada com bacitracina (com indicação
terapêutica para infecções de pele) são enquadrados como medicamentos
isentos de prescrição, desta forma, não é necessária sua retenção de
receita e escrituração no SNGPC.
Algumas marcas destes medicamentos são encontradas no mercado ainda
com a tarja vermelha na embalagem. Entretanto, sua adequação está
prevista para o momento da renovação do registro do medicamento junto à
Anvisa, que ocorre a cada 5 anos.
Também são registrados medicamentos contendo sulfato de neomicina
associado a outros fármacos, como glicocorticoides. Nestes casos, estes
medicamentos são enquadrados na categoria de venda sob prescrição,
devido à presença do glicocorticóide e não do sulfato de neomicina
(antimicrobiano). Portanto, estes medicamentos necessitam que a
dispensação seja feita sob prescrição médica, não sendo necessário,
porém, a retenção e escrituração destas receitas.
Desta forma, a partir desta nota técnica, as farmácias e drogarias
ficam desobrigadas a exigir receita médica em 2 vias, não sendo
necessária a retenção de receita e escrituração das dispensações de
medicamentos de uso tópico contendo como princípio ativo a neomicina ou
seus sais.
1.11. Da identificação do emitente da prescrição
Segundo o Art. 5º da RDC nº 20/2011, a prescrição deve apresentar a identificação do emitente (prescritor):
identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no
Conselho Regional ou nome da instituição, endereço completo, telefone,
assinatura e marcação gráfica (carimbo)
O entendimento técnico da norma é o de que não é necessário constar,
obrigatoriamente, o endereço completo e telefone da instituição, uma vez
que nem sempre o prescritor está vinculado a uma instituição.
A prescrição deve identificar quem é o responsável por ela, com seu
nome, assinatura e informação do número de inscrição no seu respectivo
Conselho Regional, sendo que estes dados não precisam ser apostos na
receita na forma de carimbo, ou seja, podem ser dados já presentes em
papel timbrado.
1.12. Erro de acesso ao SNGPC no momento da verificação do usuário
Algumas empresas estão encontrando um erro no acesso do responsável
técnico, mesmo estando tudo correto com seu cadastro e atribuição de
perfil no SNGPC. Este erro no acesso está ocorrendo pontualmente com
algumas empresas e a área de informática da Anvisa está trabalhando na
sua solução.
O erro é percebido quando o RT tenta acessar o SNGPC e aparece a mensagem:
“NÃO FOI POSSÍVEL AUTENTICAR GESTOR / USUÁRIO, POSSÍVEIS PROBLEMAS: E- MAIL NÃO CONSTA NO BANCO DE DADO DA ANVISA…..”
Uma vez que essa negação de acesso ocorre por erro na base de dados
da Anvisa ao validar os dados do usuário, lembramos que de acordo com o
Art. 6º da Instrução Normativa nº 11/2007 o estabelecimento não deve ser
autuado devido à falta de escrituração no SNGPC caso o problema seja
decorrente de dificuldades técnicas devido à falhas no sistema mantido
pela Anvisa.
Entretanto, é importante que o farmacêutico entre em contato com a
Anvisa, por meio da Central de Atendimento (0800-642-9782) ou link “fale
conosco” e guarde o número de registro do protocolo para apresentação
em caso de fiscalização.
As alfândegas suíças apreenderam, no aeroporto de Zurique, mais de um
milhão de comprimidos falsificados Xanax®, um ansiolítico fabricado
pelos laboratórios Pfizer, avança o Jornal de Notícias.
Os comprimidos, provenientes da China, destinavam-se ao Egipto, através
da Suíça, informou a autoridade suíça de controlo de medicamentos.
As alfândegas apreenderam, neste mês, quatro paletes de medicamentos
falsificados, com mais de 400 quilogramas cada uma e alertaram a
Swissmedic, que analisou a carga confiscada.
As análises realizadas pelos laboratórios da Swissmedic mostraram que
estes medicamentos, prescritos em casos graves de ansiedade e/ou ataques
de pânico, não continham qualquer princípio activo.
De acordo com a Swissmedic, as falsificações não se conseguem identificar sem uma análise detalhada.
Os medicamentos falsos foram apreendidos em Outubro, disse à agência noticiosa francesa AFP um porta-voz da Swissmedic.
Na Suíça, uma caixa de 100 comprimidos de Xanax®, com uma dosagem de
0,5 miligramas, é vendida nas farmácias, mediante receita médica, por 22
euros, o que equivale a 220 mil euros por um milhão de comprimidos.
A Swissmedic alertou as autoridades internacionais, em especial as
autoridades sanitárias egípcias e chinesas, e ordenou a destruição da
mercadoria.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), antibióticos,
contraceptivos, antitetânicos, antimaláricos, imunossupressores,
medicamentos para doenças cardíacas e diabetes são dos mais
falsificados.
Em zonas da Ásia, África e América Latina, os medicamentos falsificados
representam cerca de 30% do mercado, indicam dados da ONU.
Uma grande parte dos medicamentos vendidos online são falsos e podem
conter uma dose errada de ingredientes activos ou substâncias tóxicas,
como veneno de rato, acrescentaram.
Doses excessivas de paracetamol, principal ativo do analgésico, causa intoxicação após consumo.
Um levantamento feito pela organização sem
fins lucrativos Pro Publica, dos EUA, mostra que, de 2001 a 2010, cerca
de 150 americanos morreram por ingestão acidental de doses maiores do
que as recomendadas na bula.
O problema, diz a organização, é que a diferença entre a dose
máxima por dia para adultos (4 g) e a quantidade que pode causar danos
ao fígado é pequena, facilitando a overdose acidental.
Outro problema é que a FDA (agência reguladora de remédios nos EUA)
demorou muito para incluir na bula alertas importantes sobre o uso da
droga, em especial para pessoas que bebem álcool regularmente ou tomam
outros remédios.
O paracetamol é metabolizado no fígado. Em caso de doses excessivas
ou de pessoas desnutridas, que bebam álcool regularmente ou que tomem
outros remédios, esse metabolismo produz uma substância tóxica que pode
levar à falência hepática.
No Brasil, segundo o hepatologista Raymundo Paraná, não há dados
sólidos sobre intoxicações por paracetamol, mas a Sociedade Brasileira
de Hepatologia está iniciando um estudo em oito centros de referência
para doenças do fígado e em uma unidade básica de saúde para medir sua
ocorrência.
Produtores de medicamentos oferecem vantagens nem sempre lícitas a médicos pela preferência por seus remédios
Wagner Teodoro
Um médico entrevistado pelo Jornal da Cidade que preferiu não se
identificar admite que podem existir razões que fogem ao estrito
exercício da medicina atrás de uma recomendação ao paciente pelo uso do
medicamento de referência em detrimento do genérico.
Faz questão de ressaltar, no entanto, que a prática não é generalizada e
feita apenas por “alguns profissionais”. “Isso acaba existindo. O
representante do laboratório está sempre presente e, se o médico não
ganha nada, entre receitar um remédio de um cara que está toda semana no
consultório e outro que nunca vem, acaba receitando o daquele que
sempre vem. Se para ele não muda nada...”, declara.
O médico explica também que outras vantagens podem vir de uma “opção”
por determinado medicamento de um laboratório específico. “O médico pode
ter ido a congressos onde o próprio laboratório patrocina a sociedade”,
pontua.
O médico consultado pelo JC explica que nos congressos de cada
especialidade os laboratórios montam seus estandes e entram com
“financiamentos”. “Eles pagam as passagens dos congressistas. O
laboratório está interessando em um médico que atende em uma cidade, que
ele sabe que vai ter volume. Aí, o laboratório sabe que vai ter uma
palestra em determinado lugar e leva os médicos X, Y e Z para assistir
ou vice-versa, leva para palestrar. Passa o conhecimento, mas na verdade
está aparecendo a marca”, explica.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
(CRF-SP), Pedro Menegasso, admite a existência do “esquema”, mas afirma
que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe tal ação.
“Esta é uma prática que realmente existe, mas há uma resolução da
Anvisa proibindo este tipo de relacionamento. Oficialmente, os
laboratórios não podem oferecer nenhum tipo de vantagem ao prescritor
para que ele prescreva determinado medicamento. Isso é contra as normas
sanitárias”, enfatiza.
Menegasso observa que a resolução da Anvisa é bem detalhada e determina
o que pode ser oferecido, os tipos de brindes que podem ser dados. “Se
for uma palestra bancada por um laboratório, é obrigatório revelar qual
laboratório está bancando esta palestra e ter todo um detalhamento para
evitar este tipo de relacionamento”, destaca.
Outro lado
O médico ouvido pelo JC, porém, pondera que existe outro aspecto na
questão da opção e orientação por um medicamento de referência. Nem
sempre uma recomendação ou definição por um remédio de marca está
pautada por questões financeiras ou alheias à cura do paciente.
O profissional pode ter confiança plena em um medicamento e optar por ele, principalmente em casos mais graves.
“Você pega os laboratórios de ponta e o cuidado que eles têm é tão
grande que você sente isso nos resultados do dia a dia com o paciente.
Este controle de qualidade que se vê na prática, principalmente nos
casos mais graves, faz o médico direcionar e escolher determinado
medicamento de marca”, afirma o médico.
A explicação aqui é o profissional temer um risco desnecessário e que
pode ser fatal para o paciente. Por isso, a opção por um medicamento de
total confiança.
“Às vezes, você está dando um medicamento ‘X’ e, se o caso é mais leve,
dá para fazer uma alteração de rota e corrigir. Mas se a pessoa estiver
com uma septicemia (infecção generalizada) e a chance dela é aquela
única, o médico pode optar por não correr riscos”, conclui o médico.
Espionagem e invasão
Muito mais gente do você imagina pode ter um histórico completo das
doenças que você teve e medicamentos que tomou ao longo da sua vida.
Como um serviço de espionagem, bisbilhotando receitas, laboratórios têm
dados precisos sobre o que cada médico prescreve com objetivos
estratégicos no mercado. Portanto, aquela impressão de que só seu médico
e no máximo o farmacêutico terão acesso ao seu histórico de saúde é
mera ilusão.
O médico consultado pelo Jornal da Cidade (que preferiu não se
identificar) condena a prática de espionagem praticada em larga escala
pela indústria farmacêutica e vê como uma invasão ser abordado por um
representante que já sabe exatamente quais medicamentos foram prescritos
em suas receitas.
“O representante vem fazer uma visita ao meu consultório e sabe o que
eu receitei. Isso me incomoda. É uma invasão. Ele vai fazer a
propagandinha dele, mas já sabe o que eu receitei. É um negócio chato”,
reclama.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
(CRF-SP), Pedro Menegasso, confirma que a prática é comum e explica como
funciona a espionagem.
“Isso é feito e neste sentido a Anvisa não tem tomado nenhuma
providência. Esta amostragem é tomada na própria farmácia. Nós temos
recomendado às farmácias que não façam este tipo de coisa. Existe a
questão do sigilo entre médico e paciente. Mas existem inclusive grandes
multinacionais que têm parceria com a própria Anvisa que fazem este
trabalho de captação de receitas. Às vezes, microfilmam a receita, tiram
cópia. Às vezes, o próprio farmacêutico digita o CRM (registro) do
médico no sistema na hora de vender o remédio e já vai a informação para
o laboratório sobre qual médico está receitando aquele medicamento”,
expõe.
Menegasso entende que a prática traz grande exposição para os
pacientes. “Consta na receita o nome do paciente e ninguém deve ficar
sabendo, além do médico, o próprio paciente e farmacêutico. Ninguém tem
que saber qual medicamento que você está tomando. Sabendo o medicamento
que você está tomando, eu posso saber qual doença você tem e isso é uma
coisa entre você e seu médico. A orientação é para que não se faça,
porque o paciente tem direito ao sigilo”, reitera.
Esses tipos de medicamentos ainda são evitados por uma parcela da população, mas são eficientes e rigorosamente fiscalizados Wagner Teodoro
Desde 1999, os medicamentos genéricos foram efetivamente introduzidos
no Brasil e passaram a fazer parte do dia a dia de quem vai a uma
farmácia com uma receita na mão. Porém, nem todo mundo entende que
existe a vantagem de comprar um remédio mais barato e tão eficiente
quanto o daquela marca famosa.
Mais de dez anos após tomarem as prateleiras das farmácias, os
genéricos ainda enfrentam resistência, preconceito e são vítimas do
desconhecimento de parte da população, que acaba optando até por um
medicamente similar, mas não leva o genérico para casa. Mas haveria
motivo para tanta desconfiança?
O oftalmologista Raul Gonçalves de Paula garante que não. O médico
destaca que o medicamento genérico passa por um rigoroso processo de
fiscalização e é obrigado a mostrar o teste de bioequivalência.
“O que seria o teste de bioequivalência? Você tem que mostrar que este
remédio funcionou in vitro. Fez o teste e o laboratório realmente
mostrou que o medicamento funciona naquela dosagem, com todos os testes
feitos de maneira clínica. Você tem esta garantia de chamar de genérico
aquele remédio que fez o teste bioequivalente”.
Raul explica que ainda é comum o engano no momento da compra de
preferir um medicamento similar ao de referência em detrimento do
genérico.
“As pessoas menos avisadas utilizam o medicamento similar e não o
genérico. Porque as farmácias, às vezes, empurram um pouco o similar. A
vantagem do genérico é que ele tem a bioequivalência idêntica ao
medicamento de marca”, observa o oftalmologista.
O médico ressalta que bioequivalência é uma exigência apenas para os
medicamentos genéricos. “O similar não tem esta obrigatoriedade legal.
Por isso, o genérico tem esta garantia de ser um medicamento que
funciona tão bem como o de marca”, reitera.
O oftalmologista salienta que muitos laboratórios que produzem os
remédios de referência também já passaram a apostar nos genéricos e
produzem medicamentos de ótima qualidade.
Fuja do ‘BO’
Raul alerta o consumidor para sugestões no momento da compra do remédio
que podem até mesmo prejudicar o tratamento. “Existe na linguagem de
farmácia o chamado medicamento “BO”. “BO” seria “bom para otário”. A
pessoa chega para comprar um remédio X e falam: ‘não, eu tenho outro
aqui, que é igual’. Pega e dá o chamado “BO”. Para cada medicamento que
eles empurram no paciente, geralmente, a farmácia ganha outro”, relata.
No caso de ainda não existir o genérico, o conselho de Raul é mesmo
optar pelo medicamento de referência e nunca pelo similar. “Muitos
medicamentos não têm genérico. Aí, quando vai fazer por similaridade, é
complicado. A resposta não é a mesma. Se não tiver genérico, tem que
comprar o de referência”, pontua.
Nem sempre são mais baratos
Se a qualidade do medicamento genérico é incontestável, a economia que
ele deveria proporcionar nem sempre se concretiza. Os genéricos
registraram recente aumento de preço e, em alguns casos, ficaram mais
caros do que os remédios de referência. A relação de preços é uma
contradição, uma vez que a produção de um genérico é mais barata, pois
dispensa pesquisas e estudos relativos a um medicamento inédito.
Porém, como o Jornal da Cidade noticiou recentemente, uma pesquisa
realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
constatou que alguns preços de medicamentos genéricos já estão mais
altos do que os de referência.
A prática contraria o artigo 12 da resolução número 2 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina que o preço do
genérico deve ser, no mínimo, 35% menor do que o produto de referência.
Segundo o estudo, o fato de os genéricos serem mais caros que os
medicamentos de marca contraria uma resolução da CMED, órgão que reúne
os ministérios da Saúde, Fazenda e Justiça responsável por regular o
mercado e estabelecer critérios para a definição e o ajuste de preços.
Consultada pelo Jornal da Cidade, a Fundação Procon entende que não se
configura ilegabilidade a venda de genéricos mais caros do que os
medicamentos de referência. Em muitos casos, é o remédio de marca que
teve o preço reduzido.
“Só existe sujeição à tabela de preço máximo da ABCFarma. Fora isso, o
que resta ao consumidor fazer é pesquisa de preço. A alegação é de que
há promoção dos medicamentos de referência, está havendo uma
competitividade de mercado. Poderia haver uma ligação de que existem
promoções dos remédios de referência porque estes laboratórios estavam
perdendo espaço no mercado”, explica Fernanda de Assis Martins Pegoraro,
coordenadora do Procon Bauru. “Desde que seja respeitado o preço máximo
da tabela da ABCFarma, não existe ilegalidade e não há nada que o
Procon possa fazer”, reitera.
Nova relação de procedimentos começará a valer em 2 de janeiro de 2014
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) divulgaram, nesta segunda-feira (21), o novo Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde que amplia a lista de cobertura
obrigatória dos planos de saúde. A relação de 87 novos procedimentos
confirma a inclusão de 37 medicamentos orais para tratamento de câncer que devem usados em casa.
Reprodução/ANS
Medicamentos para câncer estarão na cobertura de planos de saúde
Outros 50 novos exames, consultas e cirurgias passam a fazer parte dos procedimentos que devem ser cobertos pelos planos.
Serão ofertados medicamentos para tratamento de tumores
de grande incidência entre a população como os de estômago, fígado,
intestino, rim, testículo, útero, ovário e mama. As propostas estavam em
consulta pública, mas em maio o governo já havia decidido que estas
mudanças seriam garantidas.
“Medicamento extra-hospitalar, principalmente para o
câncer, passa a ser obrigatório para os planos de saúde. Medicamentos e
procedimentos de assistência farmacêutica fora do hospital não eram
obrigatórios para o plano de saúde. É uma mudança de paradigma para o
que passa a ser obrigatório. E dá uma maior qualidade de vida ao
paciente de câncer”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Foram incluídas no rol de procedimentos 28 cirurgias por
videolaparoscopia, que é uma técnica menos invasiva, e a obrigatoriedade
de fornecimento de bolsas coletoras intestinais ou urinárias para
pacientes ostomizados. Além da inclusão de novos procedimentos, a ANS
ampliou o uso de outros 44 procedimento já ofertados no rol da agência.
Entre eles estão o exame de Pet Scan, que passa de três para oito
indicações.
A ampliação beneficia 42,5 milhões de consumidores com
plano de saúde de assistência médica e mais 18,7 milhões com planos
exclusivamente odontológicos, de acordo com a ANS. Uma consulta pública
foi feita pela agência para colher contribuições para a inclusão e
ampliação do rol de procedimentos. Foram recebidas 7.340 contribuições e
os consumidores foram responsáveis por 50% delas.
A atualização do rol de procedimentos é feita a cada dois
anos. Os procedimentos são revistos para garantir o acesso ao
diagnóstico, tratamento e acompanhamento das doenças através de técnicas
que possibilitem o melhor resultado em saúde, de acordo com critérios
científicos de segurança e eficiência. * com Agência Brasil
Intercambialidade - É a troca realizada pelo Farmacêutico.
Vale lembrar que: A intercambialidade é um ato EXCLUSIVO do Farmacêutico. O Farmacêutico NÃO PODE delegar suas prerrogativas.
Se delegar ou permitir que o atendente faça a intercambialidade, o Farmacêutico incorre em falta ética. O médico pode obstar e não querer a troca. Mas para isso, o prescritor, DEVE escrever DE PRÓPRIO PUNHO que não autoriza a troca.
O Farmacêutico quando promover a intercambialidade, DEVE tomar certos cuidados e certas precauções.
Indicar no verso da prescrição, a substituição realizada citando o nome genérico do medicamento, indústria produtora;
Aplicar o carimbo que conste seu nome e número de inscrição no CRF.
Local, datar e assinar.
Se o procedimento acima NÃO for realizado, a troca não pode ser considerada intercambialidade. E aí, o Farmacêutico pode criar um problema para si. Pois é considerado CRIME com pena de 01 a 03 anos, ou multa, fornecer medicamento em desacordo com a prescrição.
Proposta
de Resolução da Anvisa, que dispõe sobre a implantação do Sistema
Nacional de Controle de Medicamentos e os mecanismos e procedimentos
para o rastreamento da produção, comercialização, dispensação e
prescrição, está na pauta da reunião pública da Agência marcada para
terça-feira (15/10) às 10h.
A proposta de implementação de um sistema de rastreabilidade de
medicamentos vem sendo discutida pelo governo federal há cerca de dois
anos, com a participação da Anvisa. O tema foi objeto de Consulta
Pública realizada no dia 29 de maio deste ano no auditório da Agência.
Entre os principais pontos levantados estão o modelo de banco de dados
que será utilizado e o prazo de adequação das empresas de medicamentos
às regras que ainda serão publicadas.
Durante o período em que a proposta ficou disponível para consulta
pública, a Anvisa recebeu cerca de 600 contribuições enviadas por 90
instituições e pessoas. Segundo o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu
Barbano, as propostas foram analisadas com a perspectiva de que a
rastreabilidade atinja o objetivo de dar mais segurança à população.
A rastreabilidade pressupõem que todas as embalagens de medicamentos no
Brasil tenham uma identificação única, capaz de permitir ao usuário
saber se o produto é original e se tem procedência legal.
BOA TARDE AQUI ESTÁ UMA DENÚNCIA MAS TAMBÉM UM DESABAFO DE UMA PROFISSIONAL QUE NÃO AGUENTA MAIS SER EXPLORADA!!! ATT:EU
BOM DIA ,VENHO POR MEIO DESTA FAZER UMA DENÚNCIA DE ASSÉDIO MORAL QUE
SOFRI POR PARTE DA EMPRESA(EMPREENDIMENTOS PAGUE MENOS FILIAL 261
SITUADA NA RUA DIAS DA CRUZ 297) NO QUAL FUI DEMITIDA POR ME RECUSAR A
REALIZAR TAREFAS QUE NÃO FAZEM PARTE DAS MINHAS ATRIBUIÇÕES COMO
FARMACÊUTICA,TAIS COMO:COBRIR FOLGAS DE BALCONISTAS,FAZER
SANGRIAS,CANCELAMENTO DE CUPONS,ABRIR LOJA E ATÉ MESMO LIMPEZA DA MESMA.
ESTOU PROFUNDAMENTE INDIGNADA COM TAL SITUAÇÃO E ESPERO UMA ATITUDE DO
CONSELHO PERANTE OS FATOS.POIS ATÉ QUANDO VAMOS TER QUE PASSAR POR TAIS
CONSTRANGIMENTOS E POR SALÁRIOS TÃO BAIXOS??? DESDE JÁ AGRADEÇO E AGUARDO UMA RESPOSTA.
(Fonte: Grupo Farmacêuticos do Rio de Janeiro, a 5 horas)
Antibióticos podem cortar a ação de anticoncepcionais e aspirina
reduzir o efeito de anti-hipertensivos. Consultar profissionais da saúde
é essencial para evitar problemas assim
DO IG SAÚDE
A combinação de diferentes remédios, inclusive aqueles de uso
comum, presentes em qualquer caixinha de medicamentos, pode representar
um perigo. O uso simultâneo de dois medicamentos pode fazer com eles
reajam entre si. Como resultado, um pode anular ou potencializar o
efeito do outro, ou ainda criar uma reação diferente.
“O
antibiótico pode acelerar o metabolismo de outro medicamento, fazendo
com que ele perca o efeito”, explica Amouni Mourad, professora do curso
de farmácia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e assessora técnica
do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo. “Quando a pessoa está
usando um antibiótico, recomendamos que ela faça uso de outros meios
contraceptivos, até o término do tratamento”, alerta.
Até mesmo
os colírios, tido por muitas pessoas como ‘aguinha’ para pingar
indiscriminadamente nos olhos, exigem atenção. Se usados de forma errada
ou sem indicação médica podem até cortar o efeito de remédios.
Interações medicamentosas podem ser perigosas
As
pessoas que tomam anti-hipertensivo, não devem usar colírios
vasoconstritores, aqueles que evitam os olhos vermelhos, pois a
combinação anula o efeito do remédio e a pressão arterial não é
diminuída. Já quem usa medicamentos antiarrítmicos ou antiespasmódicos e
colírios vasoconstritores sentirá taquicardia.
Para diminuir a
absorção do colírio pelo organismo, o oftalmologista Leôncio Queiroz
Neto recomenda uma técnica: “quando o colírio passa pelo canal lacrimal,
ele entra na mucosa e é absorvido. Um jeito para amenizar esse problema
é colocar o dedo no canal lacrimal, no canto interno do olho”.
Assim
como os colírios, qualquer outro remédio pode esconder interações
perigosas, dependendo do princípio ativo, do horário que é tomado, ou
até do meio de absorção. Queiroz Neto ressalta que é preciso saber quais
outros remédios o paciente está usando para não correr o risco de
acontecer combinações desastrosas.
Cortisona libera glicose Embora
num grau mais leve do que medicamentos orais, pomadas de uso tópico à
base de cortisona não são indicadas para diabéticos, pois a cortisona,
mesmo quando absorvida pela pele, pode disparar a liberação de glicose,
para os pacientes com diabetes que já apresentam problemas com
cicatrização.
Até mesmo o popular ácido acetilsalicílico, pode
interagir com remédios para pressão alta podendo diminuir ou até cortar o
efeito desses medicamentos. Já a pessoa que faz uso de algum
anticoagulante e precisar tomar o ácido acetilsalicílico para dor de
cabeça corre o risco de ter sangramentos por potencializar o efeito do
anticoagulante.
Sobrou para o fígado
Outro remédio de uso
comum que merece atenção é o analgésico paracetamol, pois esses
comprimidos analgésicos são metabolizados no fígado. “Se ele for
combinado com outro remédio que também é metabolizado no fígado, pode
haver prejuízos na metabolização de algum desses medicamentos e portanto
algum deles pode perder seu efeito ou até potencializar o efeito de
algum deles. Se ainda houver o consumo de álcool, por exemplo, o
paracetamol pode causar sérios danos e lesões ao fígado”, explica
Amouni.
Portanto, quando existe a necessidade e indicação médica
de tomar dois medicamentos que interagem entre si, a solução dada pelo
profissional é mudar o horário da administração do remédio. Mas para
isso, Amouni recomenda que o paciente consulte um farmacêutico. “O
farmacêutico é o profissional mais acessível ao público, que pode
orientar sobre combinações perigosas ou ajudar a entender qual é o
horário ideal para começar a tomar o remédio”, explica.
Remédios + alimentos: cuidado!
A
combinação de remédios com determinados alimentos também pode ser
desastrosa. Todo medicamento oral é feito com uma forma farmacêutica que
tem a liberação do seu princípio ativo programada e a presença de
alimentos pode interferir nessa liberação quando provocar a degradação
de uma drágea por exemplo.
Café, refrigerante e leite também
podem alterar a ação de alguns medicamentos. “O leite, por ser rico em
cálcio, ao ser administrado com o antibiótico tetraciclina por exemplo,
forma um quelato e faz com que o antibiótico não faça efeito,”, explica
Amouni. “O refrigerante também faz com que alguns medicamentos tenham
seu efeito alterado por modificar sua absorção por alterar o pH do
estomago.
Para evitar estes perigos, a solução é simples. “O ideal é que os remédios sejam ingeridos apenas com água”, recomenda Amouni.
Uma caixa de remédio para tratar doença como o lúpus pode custar R$ 2
mil, e, nem sempre, a distribuição do governo dá conta de suprir toda
demanda.
Uma alternativa para quem enfrenta essa situação é
buscar o serviço prestado pelo Banco de Remédios, uma associação que
reúne, classifica e redistribui remédios não mais utilizados, com data
de validade preservada. O serviço também é uma saída para doação de
medicamentos ociosos, cujo descarte invariavelmente é a lata do lixo.
A
iniciativa é de Dámaso Macmillan, 60 anos, que passou por transplante
de rim e sentiu na pele a dificuldade de conseguir medicamentos caros.
Hoje, ele é um caso raro de transplantado que não depende de medicação.
Mesmo
assim, percebeu que muitos pacientes como ele deixavam sobrar nas
caixas cartelas com dezenas de comprimidos em boas condições de uso. A
partir daí, começou a reunir as sobras em uma espécie de farmácia
informal gratuita.
Foi assim que criou, há oito anos, o Banco de
Remédios, cuja finalidade é encaminhar remédios a pessoas cadastradas
na associação e portadoras de receita médica.
Com sede no segundo
piso do Mercado Público, a entidade foi a única a continuar suas
atividades de forma ininterrupta após o incêndio.
— O fogo
chegou em estabelecimentos vizinhos, mas a nossa sala ficou preservada —
diz a mulher de Dámaso, Ana, que ajuda no trabalho.
Ainda em
fase de adaptação à nova casa (antes, o banco funcionava na Rua dos
Andradas, depois no primeiro piso do Mercado), a entidade recebe doações
quase que diárias de clínicas médicas, hospitais, profissionais da
saúde e cidadãos interessados em dar vida longa aos medicamentos. Em
valor agregado, há quase R$ 1 milhão em medicamentos. Entre os
beneficiados, estão mais de 1,5 mil pessoas.
No estoque, há
desde simples analgésico, pílula anticoncepcional (um dos campeões de
doação) até medicamentos para problemas mais graves, como doenças
renais, cardíacas, autoimunes, câncer e diabetes. Tudo classificado por
princípio ativo e por letra.
Para receber um remédio, é preciso estar cadastrado na associação e pagar a constribuição mensal de R$ 20.
—
O valor não é equivalente ao preço do remédio, mas ajuda a cobrir as
despesas da entidade. Funcionamos sem apoio do governo, para manter
isenção e autonomia — explica o mentor da iniciativa.
Os pedidos
e doações são aceitos pessoalmente, por telefone e até via redes
sociais. O repasse é feito para todo o Estado e, caso o medicamento
desejado não esteja ao alcance, MacMillan vai atrás.
Banco de Remédios
— Mercado Público, loja 118, 2º pavimento.
— O serviço permite doar remédios e solicitar doações
— Contato: (51) 3286 -7579
— Facebook: Banco de Remédios
— Twitter: @bancoderemedios
Dados necessários para se cadastrar na associação— Carteira de identidade
— CPF
— Comprovante de residência
— Cartão do SUS
— Receita médica
Aprovada pelo Plenário do Conselho Federal de Farmácia, em reunião
plenária realizada no dia 07 de outubro de 2013, em São Paulo/SP
Muitos colegas farmacêuticos, candidatos nas próximas eleições a
conselheiros e a diretores dos Conselhos Regionais de Farmácia, têm
incluído, nas suas respectivas
propostas, compromissos que apontam, entre outros, para um afrouxamento
no processo de fiscalização do exercício profissional em seus estados,
como uma “boa nova” aos farmacêuticos eleitores.
O Conselho
Federal de Farmácia (CFF) repudia tais iniciativas, lembrando que a Lei
nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, em seu artigo 10, estabelece que
entre as atribuições dos Conselhos Regionais de Farmácia destacam-se a
de fiscalizar o exercício da profissão, impedindo e punindo as infrações
à lei, bem como enviando às autoridades competentes relatórios
documentados sobre os fatos que apurarem e cuja solução não seja de sua
alçada, bem como sugerir ao Conselho Federal de Farmácia as medidas
necessárias à regularidade dos serviços e à fiscalização do exercício
profissional.
Ressalte-se que, conforme estabelece o inciso IX
do artigo 13 da Resolução CFF nº 417, de 29 de setembro de 2004, que
aprovou o Código de Ética da Profissão Farmacêutica, é proibido ao
farmacêutico obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades
sanitárias ou profissionais.
Vale destacar, ainda, o texto da
Recomendação nº 15/2002/3ª Câmara de Coordenação e revisão da
Procuradoria Geral da República, que em 18 de dezembro de 2002
recomendou ao Conselho Federal de Farmácia determinar aos Conselhos
Regionais de Farmácia a atuação rigorosa na fiscalização das farmácias e
drogarias quanto à obrigatoriedade da presença de farmacêuticos,
inscritos no Conselho Regional de Farmácia, nos referidos
estabelecimentos durante todo o seu horário de funcionamento.
100 erros de português frequentes no mundo corporativo
De A a Z, confira os erros de português mais frequentes no universo corporativo, segundo especialistas consultados por EXAME.com
São Paulo – Especialistas advertem: tropeçar no português pode prejudicar a sua carreira. Mas é certo também que há erros que saltam aos olhos e há aqueles que quase passam despercebidos. A lista de equívocos frequentes no mundo corporativo é grande e é bem provável que você já tenha cometido alguns deles. Para
chegar aos 100 erros, EXAME.com consultou professores de português e
também o livro
de Laurinda Grion “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não
deveria cometer)”, da editora Saraiva. De A a Z, confira os tropeços
mais comuns e as dicas para nunca mais errar:
1 A/há
Erro: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.Forma correta: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.
Explicação: Para indicar tempo passado usa-se o verbo haver.
2 A champanhe/ o champanhe
Erro: Pegue a champanhe e vamos comemorar.Forma correta: Pegue o champanhe e vamos comemorar.
Explicação: De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra
“champanhe” provém do francês “champagne” e é um substantivo masculino,
como defende a maioria dos gramáticos, explica Diogo Arrais, professor
do Damásio Educacional
3 A cores/ em cores
Erro: O material da apresentação será a coresForma correta: O material da apresentação será em cores
Explicação: Se o correto é material em preto em branco, o certo é
dizer material em cores, explica Laurinda Grion no livro "Erros que um
executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer).
4 A domicílio/ em domicílio
Erro: O serviço engloba a entrega a domicílioForma correta: O serviço engloba a entrega em domicílio
Explicação: No caso de entrega usa-se a forma em domicílio. A
forma a domicílio é usada para verbos de movimento. Exemplo: Foram
levá-lo a domicílio.
5 A longo prazo/ em longo prazo
Erro: A longo prazo, serão necessárias mudanças.Forma correta: Em longo prazo, serão necessárias mudanças.
Explicação: Usa-se a preposição em nos seguintes casos: em longo prazo, em curto prazo e em médio prazo.
6 A nível de/ em nível de
Erro: A nível de reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objetivo.Forma correta: Em relação ao reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objetivo
Explicação: De acordo com o professor Reinaldo Passadori, o uso
de “a nível de” está correto quando a preposição “a” está aliada ao
artigo “o” e significa “à mesma altura”. Exemplo: Hoje, o Rio de Janeiro
acordou ao nível do mar. A expressão "em nível de" está utilizada
corretamente quando equivale a "de âmbito" ou "com status de". Exemplo: O
plebiscito será realizado em nível nacional.
7 À partir de/ a partir de
Erro: À partir de novembro, estarei de fériasForma correta: A partir de novembro, estarei de férias.
Explicação: Não se usa crase antes de verbos
8 A pouco/ há pouco
Erro: O diretor chegará daqui há pouco.Forma correta: O diretor chegará daqui a pouco.
Explicação: Nesse caso, há pouco indica ação que já passou, pode
ser substituído por faz pouco tempo. A pouco indica ação que ainda vai
ocorrer, a ideia é de futuro.
9 À prazo/ A prazo
Erro: Vamos vender à prazo Forma correta: Vamos vender a prazo.
Explicação: Não se usa crase antes de palavra masculina.
10 À rua/ Na rua
Erro: José, residente à rua Estados Unidos, era um cliente fiel. Forma correta: José, residente na rua Estados Unidos, era um cliente fiel.
Explicação: Os vocábulos residir, morador, residente, situado e sito pedem o uso da preposição em.
11 A vista/ à vista
Erro: O pagamento foi feito a vista. Forma correta: O pagamento foi feito à vista.
Explicação: Ocorre crase nas expressões formadas por palavras femininas. Exemplos: à noite, à tarde, à venda, às escondidas e à vista.
12 Adequa/ adequada
Erro: O móvel não se adequa à sala Forma correta: O móvel não é adequado à sala.
Explicação: Adequar é um verbo defectivo, ou seja, não se
conjuga em todas as pessoas e tempos. No presente do indicativo são
conjugadas apenas primeira e a segunda pessoa do plural (nós adequamos,
vós adequais).
13 Agradecer pela/ agradecer a
Erro: Agradecemos pela preferência Forma correta: Agradecemos a preferência
Explicação: O certo é agradecer a alguém alguma coisa. Exemplo: Agradeço a Deus a graça recebida.
14 Aluga-se/ alugam-se
Erro: Aluga-se apartamentos Forma correta: Alugam-se apartamentos
Explicação: O sujeito da oração (apartamentos) concorda com o verbo.
15 Anexo/ anexa/ em anexo
Erro: Segue anexo a carta de apresentação. Formas corretas: Segue anexa a carta de apresentação. Segue em anexo a carta de apresentação.
Explicação: Anexo é adjetivo e deve concordar com o substantivo a
que se refere, em gênero e número. A expressão em anexo é invariável.
Laurinda Grion, autora de "Erros que um executivo comete ao redigir (mas
não deveria cometer)" lembra que alguns estudiosos condenam o uso da
expressão em anexo. Portanto, dê preferência à forma sem a preposição.
16 Ao invés de/ em vez de
Erro: Ao invés de comprar carros, compraremos caminhões para aumentar nossa frota. Forma correta: Em vez de comprar carros, compraremos caminhões para aumentar nossa frota.
Explicação: “Ao invés de” representa contrariedade, oposição, o
inverso. “Em vez de” quer dizer no lugar de. É uma locução prepositiva,
sendo terminada em de normalmente.
17 Aonde/onde
Erro: Não sei aonde fica a sala do diretor Forma correta: Não sei onde fica a sala do diretor
Explicação: O advérbio onde indica lugar em que algo ou alguém
está. Deve ser utilizado somente para substituir vocábulo que expressa a
ideia de lugar. Exemplo: Não sei onde fica a cidade de Araguari. O
advérbio aonde indica também lugar em que algo ou alguém está, porém
quando o verbo que se relacionar com "onde" exigir a preposição “a”,
deve-se agregar esta preposição, formando assim, o vocábulo "aonde".
Expressa a ideia de destino, movimento, conforme exemplo a seguir: aonde
você irá depois das visitas?
18 Ao meu ver/ a meu ver
Erro: Ao meu ver, a reunião foi um sucesso Forma correta: A meu ver, a reunião foi um sucesso.
Explicação: Não existe a expressão ao meu ver. As formas corretas são: a meu ver, a nosso ver, a vosso ver.
19 Às micro/ às micros
Erro: O pacote de tributos refere-se às micro e pequenas empresas Forma correta: O pacote de tributos refere-se às micros e pequenas empresas
Explicação: Por se tratar de adjetivo, micro é variável e por isso deve ser grafada no plural quando for o caso.
20 Através/ por
Erro: Fui avisada através de um email de que a reunião está cancelada. Forma correta: Fui avisada por email de que a reunião está cancelada.
Explicação: “Para muitos gramáticos, através se refere ao que
atravessa”, diz Vivien Chivalski, do Instituto Passadori. Prefira “pelo
e-mail”, “por email”.
21 Auferir/ aferir
Erro: No fim do expediente, o gestor deve auferir se os valores pagos conferem com os números do sistema. Forma correta: No fim do expediente, o gestor deve aferir se os valores pagos conferem com os números do sistema. Explicação: Os verbos aferir e auferir têm sentidos distintos.
Aferir: conferir de acordo com o estabelecido, avaliar, calcular.
Auferir: colher, obter, ter. Exemplo: O projeto auferiu bons resultados.
22 Aumentar ainda mais/ aumentar muito
Erro: Precisamos aumentar ainda mais os lucros. Forma correta: Precisamos aumentar muito os lucros. Explicação: Aumentar é sempre mais, não existe aumentar menos,
conforme explica Laurinda Grion, no livro “Erros que um executivo comete
ao redigir (mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva. Portanto são
formas redundantes: aumentar mais, aumentar muito mais e aumentar ainda
mais.
23 Bastante/ bastantes
Erro: Eles leram o relatório bastante vezes. Forma correta: Eles leram o relatório bastantes vezes. Explicação: Para saber se bastante deve variar conforme o número
é preciso saber qual a classificação dele na frase. Quando é adjetivo
(como no caso acima) deve variar. Exemplo: Já há provas bastantes para
incriminá-lo (= provas suficientes). Se for advérbio é invariável.
Exemplo: Compraram coisas bastante bonitas (= muito bonitas). Se for
pronome indefinido é variável. Exemplo: Vimos bastantes coisas (= muitas
coisas). Se for substantivo, não varia, mas pede artigo definido
masculino: Os animais já comeram o bastante (= o suficiente).
24 Bi-campeão /bicampeão
Erro: Em 1993, o São Paulo Futebol Clube foi bi-campeão mundial, sob o comando de Telê Santana. Forma correta: Em 1993, o São Paulo Futebol Clube foi bicampeão mundial, sob o comando de Telê Santana. Explicação: A forma correta de usar os prefixos numéricos “bi”,
“tri”, “tetra”, “penta”, “hexa”, “hepta” (etc) é sem hífen. “O Novo
Acordo Ortográfico nunca exigiu nem exige alteração gráfica”, diz o
professor de língua portuguesa do Damásio Educacional, Diogo Arrais.
25 Caiu em/ caiu
Erro: O lucro caiu em 10%. Forma correta: O lucro caiu 10%. Explicação: O verbo cair, assim como aumentar e diminuir, não
admite a preposição “em”. E no sentido de descer, ir ao chão, ser
demitido, o verbo cair é intransitivo.
26 Chegar em/ chegar a
Erro: Chegamos em São Paulo, ontem. Forma correta: Chegamos a São Paulo, ontem. Explicação: o verbo exige a preposição a. Quem chega, chega a algum lugar, ou a alguma coisa.
27 Chove/ chovem
Erro: Chove emails com reclamações de clientes. Forma correta: Chovem emails com reclamações de clientes. Explicação: Quando indica um fenômeno natural, o verbo chover é
impessoal e fica sempre o singular. Mas no sentido figurado, como
acontece acima, flexiona-se normalmente.
28 Comprimento/cumprimento
Erro: Entrou e não me comprimentou. Forma correta: Entrou e não me cumprimentou. Explicação: Comprimento está relacionado ao tamanho, à extensão
de algo ou alguém. Exemplo: Não sei o comprimento da sala. Cumprimento
relaciona-se a dois verbos diferentes: cumprimentar uma pessoa (saudar) e
cumprir uma tarefa (realizar). Exemplos: Cada pessoa tem um jeito de
cumprimentar. O cumprimento dos prazos contará pontos na competição.
29 Consiste de/ consiste em
Erro: A seleção consiste de cinco etapas. Forma correta: A seleção consiste em cinco etapas. Explicação: Consistir é verbo transitivo indireto e requer complemento regido da preposição em.
30 Continuidade/ continuação
Erro: O sindicato optou pela continuidade da greve. Forma correta: O sindicato optou pela continuação da greve. Explicação: Continuidade refere-se à extensão de um
acontecimento. Exemplo: dar continuidade ao governo. Continuação
refere-se à duração de algo. Exemplo continuação da sessão.
31 Correr atrás do prejuízo/ correr atrás do lucro Erro: É hora de correr atrás do prejuízo. Forma correta: É hora de correr atrás do lucro. Explicação: Pode-se correr do prejuízo, mas nunca deve-se correr
atrás dele. A forma correr atrás do prejuízo não faz o menor sentido,
diz Laurinda Grion, no livro “Erros que um executivo comete ao redigir
(mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva.
32 Da onde/ de onde
Erro: Fortaleza é a cidade da onde vieram nossos colaboradores. Forma correta: Fortaleza é a cidade de onde vieram nossos colaboradores. Explicação: A forma de onde indica origem. Não existe a forma “da onde”.
33 Daqui/ daqui a
Erro: Farei o pagamento daqui 5 dias. Forma correta: Farei o pagamento daqui a 5 dias. Explicação: o advérbio daqui é usado para indicar lugar ou tempo e pede a preposição a.
34 De encontro aos/ ao encontro dos
Erro: A sua ideia vem de encontro ao que a empresa precisa neste momento. Forma correta: A sua ideia vem ao encontro do que a empresa precisa neste momento. Explicação: De encontro a é estar em sentido contrário, em oposição a. Ao encontro de é estar de acordo, ideia de conformidade.
35 Debitou na/ debitou à
Erro: O banco debitou na minha conta a taxa. Forma correta: O banco debitou à minha conta a taxa. Explicação: quem debita, debita a.
36 Desapercebidas/ despercebidas
Erro: As mudanças passaram desapercebidas pelos nossos executivos Forma correta: As mudanças passaram despercebidas. Explicação: Desapercebido significa desprovido de, desprevenido.
Exemplo: Não parei para cumprimenta-lo porque estava desapercebido.
Despercebido significa não notado, não percebido. Exemplo: O erro passou
despercebido pela equipe da redação do jornal.
37 Descrição/ discrição
Erro: Ela age com descrição. Forma correta: Ela age com discrição. Explicação: Descrição refere-se ao ato de descrever. Exemplo:
Ela fez a descrição do objeto. (ela descreveu). Discrição significa ser
discreto.
38 Descriminar/ discriminar
Erro: Descrimine os produtos na nota fiscal e coloque todos os códigos necessários. Forma correta: Discrimine os produtos na nota fiscal e coloque todos os códigos necessários. Explicação: Descriminar significa absolver, inocentar. É o que o
prefixo “des” faz – indica uma ação no sentido contrário – e, nesse
caso, quer dizer tirar o crime. Exemplo: Ele falou em descriminar o uso
de algumas drogas Discriminar significa distinguir, separar,
diferenciar, especificar. Isso pode ser feito com ou sem preconceito.
Quando há preconceito, o sentido é de segregação. Exemplo: A
discriminação racial deve ser combatida sempre.
39 Devidas providências
Erro: Peço as devidas providências. Forma correta: Peço providências Explicação: Trata-se de um vício de linguagem, segundo Vivien
Chivalski, do Instituto Passadori - Educação Corporativa. O adjetivo
(devidas) é desnecessário e redundante. “Quem pediria providências
indevidas”, diz Vivien.
40 Dispor/dispuser
Erro: Se ele dispor de tempo, poderá atende-lo em breve. Forma correta: Se ele dispuser de tempo, poderá atende-lo em breve. Explicação: A conjugação correta do verbo dispor na terceira
pessoa do singular no futuro do pretérito é se ele dispuser. A
conjugação acompanha a do verbo pôr.
41 Dois por cento/ dois pontos percentuais
Erro: No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de 8%, tendo havido queda de 2%. Forma correta: No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de 8%, tendo havido queda de 2 pontos percentuais. Explicação: A queda de 10% para 8% não é de 2% e, sim, de 2 pontos percentuais.
42 E nem/ nem
Erro: O funcionário não sabe escrever e nem ler. Forma correta: O funcionário não sabe escrever nem ler. Explicação: A conjunção nem significa “e não”.
43 Em confirmação à/ em confirmação da
Erro: Em confirmação à minha proposta, envio os valores para execução do serviço. Forma correta: Em confirmação da minha proposta, envio os valores para execução do serviço. Explicação: Confirmação é um substantivo feminino que pede a preposição “de”.
44 Em mãos/ em mão
Erro: O envelope deve ser entregue em mãos. Forma correta: O envelope deve ser entregue em mão. Explicação: Ninguém escreve a mãos, nem fica em pés. O correto é em mão, cuja abreviatura é E. M.
45 Em vias de/ em via de Erro: Estou em vias de finalizar o projeto. Forma correta: Estou em via de finalizar o projeto. Explicação: A locução é “em via de” e significa “a caminho de”, “prestes a”.
46 Eminente/ iminente
Erro: A falência é eminente. Forma correta: A falência é iminente. Explicação: Eminente é um adjetivo que significa alto, grande,
elevado, saliente, pessoa importante, notável. Exemplos: Era um eminente
orador. A montanha eminente surge na paisagem. Iminente também é um
adjetivo e indica que algo está prestes a acontecer. Exemplo: A sua
morte é iminente.
47 Ensinar a executarem/ ensinar a executar
Erro: O bom líder deve ensinar seus colaboradores a executarem as tarefas. Forma correta: O bom líder deve ensinar seus colaboradores a executar as tarefas. Explicação: Não se flexiona infinitivo com preposição que
funcione como complemento de substantivo, adjetivo ou do próprio verbo
principal. Exemplo: As mulheres conquistaram o direito de trabalhar fora
de casa.
48 Entre eu e ele/ entre mim e ele
Erro: Entre eu e ele não há conversa nem acordo. Forma correta: Entre mim e ele não já conversa nem acordo. Explicação: Os pronomes pessoais do caso reto exercem função de sujeito (ou predicativo do sujeito) e não de complemento.
49 Falta/faltam
Erro: Falta 30 dias para minhas férias começarem Forma correta: Faltam 30 dias para minhas férias começarem. Explicação: O verbo deve concordar com o sujeito da frase.
Laurinda Grion, autora de “Os erros que um executivo comete ao redigir
(mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva, ensina um macete para
encontrar o sujeito: “pergunte, antes do verbo, quem é que...? (para
pessoas) ou que é que...? (para coisas)”. No exemplo acima a resposta é:
30 dias faltam.
50 Fazem /faz
Erro: Fazem oito semanas que fui promovida. Forma correta: Faz oito semanas que fui promovida. Explicação: Verbo fazer quando sinaliza tempo que passou fica na 3ª pessoa do singular.
51 Fazer uma colocação/ emitir uma opinião
Erro: Deixe-me fazer uma colocação a respeito do tema da reunião. Forma correta: Deixe-me emitir uma opinião a respeito do tema da reunião. Explicação: o padrão formal é emitir uma opinião e não fazer uma colocação, embora esta seja uma forma bastante usada.
52 Ficou claro/ ficou clara
Erro: Ficou claro, após a reunião, a necessidade de corte de gastos. Forma correta: Ficou clara, após a reunião, a necessidade de corte de gastos. Explicação: A necessidade de corte de gastos é o que ficou clara, durante a reunião.
53 Foi assistida/ assistiu à
Erro: A palestra foi assistida por muita gente Forma correta: Muita gente assistiu à palestra. Explicação: Verbo assistir no sentido de ver, presenciar, é transitivo indireto e a voz passiva só admite verbos transitivos diretos.
54 Fosse... comprava/ fosse...compraria
Erro: Se eu fosse você eu comprava aquela gravata. Forma correta: Se eu fosse você eu compraria aquela gravata.
Explicação: Atente à correlação verbal. Imperfeito do subjuntivo (se eu fosse) é usado com o futuro do pretérito (compraria).
55 A grosso modo/ grosso modo
Erro: O que quero dizer, a grosso modo, é que há mais chances de dar errado do que de dar certo. Forma correta: O que quero dizer, grosso modo, é que há mais chances de dar errado do que de dar certo. Explicação: A expressão é “grosso modo”, sem a preposição a.
56 Guincho/guinchamento
Erro: Sujeito a guincho Forma correta: Sujeito a guinchamento Explicação: Guincho é o veículo que faz a ação, isto é, o guinchamento.
57 Há 10 anos atrás/ há 10 anos
Erro: Há 10 anos atrás, eu decidi comprar um imóvel. Formas corretas: Há 10 anos, eu decidi comprar um imóvel. Dez anos atrás, eu decidi comprar um imóvel. Explicação: É redundante usar “há” e “atrás” na mesma frase. O
verbo haver impede a palavra atrás em seguida sempre que estiver
relacionado a tempo, à ação que já se passou. Há, portanto, duas formas
corretas para a frase: “há dez anos” ou “dez anos atrás”.
58 Hora/ora Erro: Você pediu minha decisão, por hora ainda não a tenho. Forma correta: Você pediu minha decisão, por ora ainda não a tenho. Explicação: A expressão “por hora”, quando escrita com a letra
“h”, refere-se ao tempo, a marcação em minutos. Exemplo: O carro estava a
cento e vinte quilômetros por hora. A expressão “por ora”, quando
escrita sem o “h”, dá a ideia de no momento ou agora. É um advérbio de
tempo, expressa sentido de por enquanto, no momento, atualmente.
Exemplo: “Por ora estou muito ocupado”.
59 Horas extra/ horas extras Erro: Você deverá fazer horas extra para terminar o relatório. Forma correta: Você deverá fazer horas extras para terminar o relatório. Explicação: Neste caso, extra é um adjetivo e, portanto, é variável.
60 Houveram/houve
Erro: Houveram rumores sobre um anúncio de demissão em massa. Forma correta: Houve rumores sobre um anúncio de demissão em massa. Explicação: Haver no sentido de existir não é usado no plural.
61 Implicará em/implicará
Erro: A sua atitude implicará em demissão por justa causa. Forma correta: A sua atitude implicará demissão por justa causa. Explicação: o verbo implicar, quando é transitivo direto,
significa “dar a entender”, “pressupor” ou “trazer como consequência”,
“acarretar”, “provocar”. E se a transitividade é direta, isso quer dizer
que não pede preposição.
62 Independente/ independentemente
Erro: Independente da proposta, minha resposta é não. Forma correta: Independentemente da proposta, minha resposta é não. Explicação: Independente é adjetivo e independentemente é advérbio. O enunciado acima pede o advérbio.
63 Insisto que/ insisto em que
Erro: Insisto que é preciso cortar custos na cadeia produtiva. Forma correta: Insisto em que é preciso cortar custos na cadeia produtiva. Explicação: O verbo insistir é transito indireto, quando objeto
for uma coisa usa-se a preposição em e a preposição com aparece quando
há referência a uma pessoa. Exemplo: Insisto nisso com o diretor.
64 Junto a/ no/ ao
Erro: Solicite junto ao departamento de recursos humanos o informe de rendimentos para a Receita Federal. Forma correta: Solicite ao departamento de recursos humanos o informe de rendimentos para a Receita Federal. Explicação: As locuções “junto a, junto de” são sinônimas e
significam "perto de", "ao lado de". Não cabem na frase acima. Para você
lembrar, não desconte cheques junto ao banco e sim com o banco. Não
renegocie uma dívida junto aos credores e sim com os credores Evite
empregar a expressão “junto a” em lugar de com, de, em e para. Assim, em
lugar de “conseguimos apoio junto à equipe” escreva “conseguimos apoio
da equipe”, indica Vivien Chivalski, facilitadora do do Instituto
Passadori - Educação Corporativa.
65 Maiores informações/ mais informações
Erro: Caso precise de maiores informações, entre em contato conosco. Forma correta: Caso precise de mais informações, entre em contato conosco. Explicação: Conforme explica Laila Vanetti, diretora da Scritta, o termo “maior” é comparativo, não deve ser utilizado nesse caso.
66 Mal/ mau
Erro: Era um mal funcionário e foi demitido. Forma correta: Era um mau funcionário e foi demitido Explicação: Reinaldo Passadori, professor e CEO do Instituto
Passadori, explica que mau e bom são adjetivos, ou seja, conferem
qualidade aos substantivos, palavras que nomeiam seres e coisas.
Exemplos: “Ele é bom médico” e “Ele é mau aluno”. Por outro lado, mal e
bem podem exercer três funções distintas. Exercem a função de advérbios,
modificam o estado do verbo, por exemplo: “Seu filho se comportou mal
na escola” e “ele foi bem aceito no novo trabalho”. Como conjunção,
servindo para conectar orações, como em “Mal chegou e já se foi”. Essas
palavras também têm a função de substantivos, por exemplo: “Você é o meu
bem” e “o mal dele é não saber ouvir”.
67 Mal humorado/ mal-humorado
Erro: Estava mal humorado e isso afetou a todos da equipe. Forma correta: Estava mal-humorado e isso afetou a todos da equipe. Explicação: Diogo Arrais, professor do Damásio Educaional,
explica que as formações vocabulares com MAL- exigem hífen caso a
palavra principal inicie-se por vogal, h ou l: mal-estar, mal-empregado,
mal-humorado, mal-limpo.
68 Mão-de-obra/ mão de obra
Erro: A falta de mão-de-obra qualificada é um dos gargalos da economia brasileira. Forma correta: A falta de mão de obra qualificada é um dos gargalos da economia. Explicação: Com palavras justapostas (uma após a outra) em que
haja um termo de ligação (geralmente uma preposição ou conjunção) não se
usa hífen, segundo Vivien Chivalski, facilitadora do Instituto
Passadori de Educação Corporativa.
69 Meio-dia e meio/ meio-dia e meia
Erro: Entregarei o relatório ao meio-dia e meio. Forma correta: Entregarei o relatório ao meio-dia e meia. Explicação: O termo meio pode ter duas funções: adjetivo e
advérbio, segundo explica Laurinda Grion no livro Erros que um executivo
comete ao redigir (mas não deveria cometer). Quando advérbio, meio quer
dizer “um pouco” e é invariável. Quando adjetivo, meio quer dizer
“metade de” e é variável, ou seja, concorda com o termo a que se refere.
70 No aguardo/ ao aguardo
Erro: Fico no aguardo da sua resposta. Forma correta: Fico ao aguardo da sua resposta. Explicação: O certo é “ao aguardo de”, “à espera de”, segundo
Laurinda Grion, autora do livro Erros que um executivo comete ao redigir
(mas não deveria cometer).
71 No ponto de/ a ponto de
Erro: A demanda da chefia é tão alta, que estou no ponto de mandar tudo às favas. Forma correta: A demanda da chefia é tão alta, que estou a ponto de mandar tudo às favas. Explicação: Para dar a ideia de estar “prestes a”, “na iminência de”, use a expressão “a ponto de”, indica Laurinda Grion.
72 O mesmo/ele
Erro: Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar. Forma correta: Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado neste andar. Explicação: De acordo com Laila Vanetti, diretora da Scritta, o
termo “o mesmo” não serve para substituir uma palavra anteriormente
dita. Quem está nas empresas, portanto, deve preferir os pronomes ele(s)
ou ela(s), cuidando para adequar a partícula “se” à nova sentença.
73 Onde/ em que
Erro: Vamos à reunião onde decidiremos os rumos da companhia. Forma correta: Vamos à reunião em que decidiremos os rumos da companhia. Explicação: de acordo com Vivien Chivalski, do Instituto
Passadori, reunião não é lugar e as palavras onde e aonde se referem
apenas a lugares. Prefira “a reunião em que” ou “na qual decidiremos
sobre”.
74 O quanto antes/ quanto antes
Erro: Voltarei ao escritório o quanto antes. Forma correta: Voltarei ao escritório quanto antes. Explicação: Antes da locução adverbial “quanto antes” não se usa
artigo definido “o”, diz Laurinda Grion, autora de “Erros que um
executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer)”, da editora
Saraiva.
75 Parcela única/ de uma só vez
Erro: O pagamento será feito em parcela única. Forma correta: O pagamento será feito de uma só vez. Explicação: Parcela significa parte de um todo, diz Laurinda Grion. Logo se não há parcelamento, o certo é dizer “de uma só vez”.
76 Por que / porque
Erro: Não a vi ontem por que eu estava fora da cidade. Forma correta: Não a vi ontem porque eu estava fora da cidade. Explicação: Vivien Chivalski, do Instituto Passadori, explica:
porque é uma conjunção e serve para ligar duas ideias, duas orações. É
usado ando a segunda parte apresenta uma explicação ou causa em relação à
primeira. A forma “por que” é um advérbio interrogativo de causa e é
usada quando pedimos por uma causa ou motivo. Caso mais incomum para o
uso da forma “por que” é quando ela pode ser substituída por “para que”,
“pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, pelas quais. Exemplos: Lutamos
por que (para que) a obra terminasse antes da inauguração. Este é o
caminho por que (pelo qual) passamos.
77 Porquê/ por quê
Erro: A diretriz mudou, não sei porquê. Formas corretas: A diretriz mudou, não sei por quê. A diretriz mudou, não sei o porquê. Explicação: Segundo explicação de Viven Chivalski, “porquê”
substitui as palavras razão, causa ou motivo. É um substantivo e, como
tal, tem plural e pode vir acompanhado por artigos, pronomes e
adjetivos. A palavra geralmente é antecedida de artigo “o” ou “um”.
Use a expressão “por quê” quando ela estiver no fim da frase. Alguns
autores dizem que isso vale também quando houver uma pausa, uma vírgula,
não importa que seja pergunta ou não, diz Vivien. Exemplos: Não
aprovaram a proposta e não sabemos por quê. Não temos o resultado da
concorrência. Por quê? Não sabemos por quê, onde e quando tudo
aconteceu.
78 Penalizado/ punido
Erro: Quem desrespeitar o código de conduta será penalizado. Forma correta: Quem desrespeitar o código de conduta será punido. Explicação: Penalizar significa “causar pena”, “magoar”. No sentido de castigar, o certo é usar o verbo punir, indica Laurinda Grion.
79 Por causa que/ porque/ por causa de
Erro: Não fui à aula por causa que está chovendo muito. Formas corretas: Não fui à aula porque está chovendo muito. Não fui à aula por causa da chuva. Explicação: O certo é usar “porque” ou “por causa de”.
80 Por cento veio/ por cento vieram
Erro: Entre os funcionários, 15% é contra a mudança de sede. Forma correta: Entre os funcionários 15% são contra a mudança de sede. Explicação: Números percentuais exigem concordância.
81 Precaver/ prevenir
Erro: É importante que a empresa se precavenha contra invasões. Forma correta: É importante que a empresa se previna contra invasões. Explicação: O verbo precaver é defectivo, não tem todas as
conjugações. No presente do indicativo só existem a 1ª e 2ª pessoa do
plural (precavemos e precaveis) e não existe presente do subjuntivo.
82 Precisam-se/ precisa-se
Erro: Precisam-se de bons vendedores. Forma correta: Precisa-se de bons vendedores. Explicação: Vivien Chivalski, do Instituto Passadori, explica
que sempre que houver uma preposição depois do pronome “se” (de, por,
para, com, em, etc.) não haverá plural, apenas singular. Exemplo:
Trata-se de ideias inovadoras.
83 Prefiro ... do que/ prefiro... a
Erro: Prefiro sair mais tarde do trabalho do que ficar parado no trânsito. Forma correta: Prefiro sair mais tarde do trabalho a ficar parado no trânsito. Explicação: Não há necessidade do comparativo “do que” porque,
conforme a explicação de Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional,
não há comparação. “Não há necessidade de palavras como mais, mil
vezes, do que”, diz o professor.
84 Preveram/ previram
Erro: Os analistas preveram tempos de crise. Forma correta: Os analistas previram tempos de crise. Explicação: A conjugação do verbo prever segue a do verbo ver. Logo, se o certo é dizer eles viram, é certo dizer eles previram.
85 Quadriplicar/ quadruplicar
Erro: O número de funcionários quadriplicou no ano passado. Forma correta: O número de funcionários quadruplicou no ano passado. Explicação: Quádruplo é o numeral e significa multiplicativo de
quatro, quantidade quatro vezes maior que outra. Quadruplicação,
quadruplicar e quádruplo são as formas corretas, explica Laurinda Grion,
autora de “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria
comete)”, da editora Saraiva.
86 Qualquer/ nenhum
Erro: Informo-lhes que não mantenho qualquer tipo de vínculo com a Construtora XYZ Ltda. Forma correta: Informo-lhes que não mantenho nenhum tipo de vínculo com a Construtora XYZ Ltda. Explicação: De acordo com a explicação de Laurinda Grion, autora
de “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria
cometer)”, da editora Saraiva, qualquer é pronome de sentido afirmativo.
“Logo, em construções negativas, deve-se empregar nenhum”, diz
Laurinda, no livro.
87 Quantia/ quantidade
Erro: Informe a quantia exata de itens no estoque. Forma correta: Informe a quantidade de itens no estoque. Explicação: Usa-se quantia para dinheiro e quantidade para coisas, diz Laurinda Grion.
88 Que preciso/ de que preciso
Erro: Os documentos que preciso estão na gaveta. Forma correta: Os documentos de que preciso estão na gaveta. Explicação: O verbo precisar pede a preposição “de”, explica Vivien Chivalski, facilitadora do Instituto Passadori.
89 Reaveu/reouve
Erro: A homenagem reaveu nossa motivação. Forma correta: A homenagem reouve nossa motivação. Explicação: Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional,
explica que o pretérito perfeito de reaver é reouve. Gramaticalmente, o
verbo REAVER é defectivo, só se conjuga nas formas em que o verbo HAVER
possui a letra V. Presente do indicativo: reavemos, reaveis. Pretérito
perfeito do indicativo: reouve, reouveste, reouve, reouvemos,
reouvestes, reouveram.
90 Responder o/ responder ao
Erro: Vou responder o email daqui a pouco. Forma correta: Vou responder ao email daqui a pouco. Explicação: A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta, é sempre indireta, ou seja, pede a preposição “a”.
91 Retificar/ ratificar
Erro: O homem retificou as informações perante o juiz. Forma correta: O homem ratificou as informações perante o juiz Explicação: Reinaldo Passadori explica o significado dos verbos
ratificar e retificar. “Ratificar, do latim medieval, possui os
seguintes significados: confirmar, reafirmar, validar, comprovar,
autenticar. Retificar, também do latim com base na palavra rectus, se
refere ao ato de corrigir, emendar, alinhar ou endireitar qualquer
coisa”, explica o professor Passadori.
92 Rúbrica/ rubrica
Erro: Ponha a sua rúbrica em todas as páginas do relatório, por favor. Forma correta: Ponha a sua rubrica em todas as páginas do relatório, por favor. Explicação: Rubrica é paroxítona, sem acento.
93 Senão/ se não
Erro: Senão fizer o relatório, não cumprirá a meta. Forma correta: Se não fizer o relatório, não cumprirá a meta. Explicação: Para dar a ideia de “caso não faça o relatório”,
como no exemplo acima, o certo é utilizar a forma separada. Senão (em
uma só palavra) tem vários significados, segundo explicação de Laurinda
Grion: do contrário, de outra forma, aliás, a não ser, mais do que,
menos, com exceção de, mas, mas sim, mas também, defeito, erro, de
repente, subitamente.
94 Seríssimo/ seriíssimo
Erro: O problema é seríssimo. Forma correta: O problema é seriíssimo. Explicação: Os adjetivos terminados em io antecedido de
consoante possuem o superlativo com ii, explica Laurinda Grion, autora
de “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer)”,
da editora Saraiva.
95 Somos em/ somos
Erro: No escritório, somos em cinco analistas. Forma correta: No escritório, somos cinco analistas. Explicação: Não há necessidade de empregar a preposição “em”.
96 Tão pouco/ tampouco
Erro: Não fala inglês, tão pouco espanhol. Forma correta: Não fala inglês, tampouco espanhol Explicação: Tão pouco equivale a muito pouco. Já tampouco pode significar: também não, nem sequer e nem ao menos.
97 Vem/ veem
Erro: Eles vem problemas em todas as inovações propostas Forma correta: Eles veem problemas em todas as inovações propostas. Explicação: Vivien Chivalski, do Instituto Passadori, mostra as
conjugações no presente do verbo ver: ele vê (com acento), eles veem
(sem acento, segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa).
Exemplos: Ele vê os filhos aos sábados. Eles veem o pai uma vez por
semana. O verbo vir, no presente, é conjugado assim: ele vem, eles vêm
(com acento). Ele não vem sempre aqui. Eles vêm a São Paulo uma vez por
ano.
98 Vir/ vier
Erro: Se ele não vir amanhã, vai perder mais uma reunião importante. Forma correta: Se ele não vier amanhã, vai perder mais uma reunião importante. Explicação: No caso do verbo vir, temos as seguintes formas no
futuro do subjuntivo, explica Vivien Chivalski: quando eu vier, ele
vier, nós viermos, eles vierem.
99 Visar/ visar a
Erro: Augusto visa o cargo de diretor comercial da empresa. Forma correta: Augusto visa ao de diretor comercial da empresa. Explicação: Visar com o sentido de pretender é transitivo indireto, isto é, exige a preposição “a”.
100 Zero horas/ zero hora
Erro: O novo modelo entra em vigor a partir das zero horas de amanhã. Forma correta: O novo modelo entra em vigor a partir da zero hora de amanhã. Explicação: O adjetivo composto zero-quilômetro é invariável,
explica Laurinda Grion, autora de “Erros que um executivo comete ao
redigir (mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva.