Produtores de medicamentos oferecem vantagens nem sempre lícitas a médicos pela preferência por seus remédios
Um médico entrevistado pelo Jornal da Cidade que preferiu não se
identificar admite que podem existir razões que fogem ao estrito
exercício da medicina atrás de uma recomendação ao paciente pelo uso do
medicamento de referência em detrimento do genérico.
Faz questão de ressaltar, no entanto, que a prática não é generalizada e
feita apenas por “alguns profissionais”. “Isso acaba existindo. O
representante do laboratório está sempre presente e, se o médico não
ganha nada, entre receitar um remédio de um cara que está toda semana no
consultório e outro que nunca vem, acaba receitando o daquele que
sempre vem. Se para ele não muda nada...”, declara.
O médico explica também que outras vantagens podem vir de uma “opção”
por determinado medicamento de um laboratório específico. “O médico pode
ter ido a congressos onde o próprio laboratório patrocina a sociedade”,
pontua.
O médico consultado pelo JC explica que nos congressos de cada
especialidade os laboratórios montam seus estandes e entram com
“financiamentos”. “Eles pagam as passagens dos congressistas. O
laboratório está interessando em um médico que atende em uma cidade, que
ele sabe que vai ter volume. Aí, o laboratório sabe que vai ter uma
palestra em determinado lugar e leva os médicos X, Y e Z para assistir
ou vice-versa, leva para palestrar. Passa o conhecimento, mas na verdade
está aparecendo a marca”, explica.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
(CRF-SP), Pedro Menegasso, admite a existência do “esquema”, mas afirma
que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe tal ação.
“Esta é uma prática que realmente existe, mas há uma resolução da
Anvisa proibindo este tipo de relacionamento. Oficialmente, os
laboratórios não podem oferecer nenhum tipo de vantagem ao prescritor
para que ele prescreva determinado medicamento. Isso é contra as normas
sanitárias”, enfatiza.
Menegasso observa que a resolução da Anvisa é bem detalhada e determina
o que pode ser oferecido, os tipos de brindes que podem ser dados. “Se
for uma palestra bancada por um laboratório, é obrigatório revelar qual
laboratório está bancando esta palestra e ter todo um detalhamento para
evitar este tipo de relacionamento”, destaca.
Outro lado
O médico ouvido pelo JC, porém, pondera que existe outro aspecto na
questão da opção e orientação por um medicamento de referência. Nem
sempre uma recomendação ou definição por um remédio de marca está
pautada por questões financeiras ou alheias à cura do paciente.
O profissional pode ter confiança plena em um medicamento e optar por ele, principalmente em casos mais graves.
“Você pega os laboratórios de ponta e o cuidado que eles têm é tão
grande que você sente isso nos resultados do dia a dia com o paciente.
Este controle de qualidade que se vê na prática, principalmente nos
casos mais graves, faz o médico direcionar e escolher determinado
medicamento de marca”, afirma o médico.
A explicação aqui é o profissional temer um risco desnecessário e que
pode ser fatal para o paciente. Por isso, a opção por um medicamento de
total confiança.
“Às vezes, você está dando um medicamento ‘X’ e, se o caso é mais leve,
dá para fazer uma alteração de rota e corrigir. Mas se a pessoa estiver
com uma septicemia (infecção generalizada) e a chance dela é aquela
única, o médico pode optar por não correr riscos”, conclui o médico.
Espionagem e invasão
Muito mais gente do você imagina pode ter um histórico completo das
doenças que você teve e medicamentos que tomou ao longo da sua vida.
Como um serviço de espionagem, bisbilhotando receitas, laboratórios têm
dados precisos sobre o que cada médico prescreve com objetivos
estratégicos no mercado. Portanto, aquela impressão de que só seu médico
e no máximo o farmacêutico terão acesso ao seu histórico de saúde é
mera ilusão.
O médico consultado pelo Jornal da Cidade (que preferiu não se
identificar) condena a prática de espionagem praticada em larga escala
pela indústria farmacêutica e vê como uma invasão ser abordado por um
representante que já sabe exatamente quais medicamentos foram prescritos
em suas receitas.
“O representante vem fazer uma visita ao meu consultório e sabe o que
eu receitei. Isso me incomoda. É uma invasão. Ele vai fazer a
propagandinha dele, mas já sabe o que eu receitei. É um negócio chato”,
reclama.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
(CRF-SP), Pedro Menegasso, confirma que a prática é comum e explica como
funciona a espionagem.
“Isso é feito e neste sentido a Anvisa não tem tomado nenhuma
providência. Esta amostragem é tomada na própria farmácia. Nós temos
recomendado às farmácias que não façam este tipo de coisa. Existe a
questão do sigilo entre médico e paciente. Mas existem inclusive grandes
multinacionais que têm parceria com a própria Anvisa que fazem este
trabalho de captação de receitas. Às vezes, microfilmam a receita, tiram
cópia. Às vezes, o próprio farmacêutico digita o CRM (registro) do
médico no sistema na hora de vender o remédio e já vai a informação para
o laboratório sobre qual médico está receitando aquele medicamento”,
expõe.
Menegasso entende que a prática traz grande exposição para os
pacientes. “Consta na receita o nome do paciente e ninguém deve ficar
sabendo, além do médico, o próprio paciente e farmacêutico. Ninguém tem
que saber qual medicamento que você está tomando. Sabendo o medicamento
que você está tomando, eu posso saber qual doença você tem e isso é uma
coisa entre você e seu médico. A orientação é para que não se faça,
porque o paciente tem direito ao sigilo”, reitera.
Fonte: JC net
Fonte: JC net
Prezados Senhores,
ResponderExcluirUm medicamento para ter autorizada sua comercialização e dispensação deve apresentar o nº de registro no Ministério da Saúde(MS), para isso é necessario que o medicamento cumpra todas as Resoluções - RDCs da ANVISA, que garante sua qualidade, segurança e eficácia.
Nas drogarias e farmácias, independente de quem seja o fabricante do medicamento, tecnicamente todos tem a mesma qualidade, segurança e eficácia, garantidos pelo nº do M.S.
Portanto afirmar :
Você pega os laboratórios de ponta e o cuidado que eles têm é tão grande que você sente isso nos resultados do dia a dia com o paciente. Este controle de qualidade que se vê na prática, principalmente nos casos mais graves, faz o médico direcionar e escolher determinado medicamento de marca”, afirma o médico.
Como é possível fazer tal afirmação! Se existe alguma desconfiança existem os caminhos que é pedir esclarecimentos ao SAC da empresa, para isso ela tem um setor de farmacovigilância, ou para a Vigilância Sanitária que irá provideciar esclarecimentos para a reclamação.
Todos tem a obrigação de reclamar ao SAC da Empresa e a Vigilância Sanitária, caso perceba falta de qualidade, segurança e eficácia no medicamento.
Cordiais Saudações,
Darcio Calligaris
Prezados Senhores,
ResponderExcluirUm medicamento para ter autorizada sua comercialização e dispensação deve apresentar o nº de registro no Ministério da Saúde(MS), para isso é necessario que o medicamento cumpra todas as Resoluções - RDCs da ANVISA, que garante sua qualidade, segurança e eficácia.
Nas drogarias e farmácias, independente de quem seja o fabricante do medicamento, tecnicamente todos tem a mesma qualidade, segurança e eficácia, garantidos pelo nº do M.S.
Portanto afirmar :
Você pega os laboratórios de ponta e o cuidado que eles têm é tão grande que você sente isso nos resultados do dia a dia com o paciente. Este controle de qualidade que se vê na prática, principalmente nos casos mais graves, faz o médico direcionar e escolher determinado medicamento de marca”, afirma o médico.
Como é possível fazer tal afirmação! Se existe alguma desconfiança existem os caminhos que é pedir esclarecimentos ao SAC da empresa, para isso ela tem um setor de farmacovigilância, ou para a Vigilância Sanitária que irá provideciar esclarecimentos para a reclamação.
Todos tem a obrigação de reclamar ao SAC da Empresa e a Vigilância Sanitária, caso perceba falta de qualidade, segurança e eficácia no medicamento.
Cordiais Saudações,
Darcio Calligaris