domingo, 15 de dezembro de 2013

Informação sobre suplementos ao público leigo em geral

By Daniel Pinheiro

Informação sobre suplementos ao público (leigo) em geral.
O grande problema dos suplementos: ninguém sabe o que tem neles, nem NADA sobre a eficácia e segurança de qualquer destas drogas, nem sequer sobre sua composição, caracterização e dosagem de p.a. ou diversos outros parâmetros técnicos de qualidade obrigatórios para outros tipos de produtos farmacêuticos.

E o charlatanismo comendo solto em tudo que é consultório clínico ou balcão de drogaria... ou mesmo na mídia, onde o povo finge saber e recomendar aquilo que ignoram completamente.

O dinheiro é grande. E a população que se lasque.

Ledo engano achar que drogas como suplementos não tenham efeitos adversos, contraindicações e interações importantes em relação a vários perfis de pacientes e várias outras drogas usadas por estes.

Mais enganação ainda achar ou ser levado a achar que super dosagens de suplementos lhe acrescentarão qualquer benefício, quando não sérios prejuízos. Ou o famoso: "todo mundo precisa disso, afinal, não faz mal, é """"natural""""!" O tipo de frase mais ignorante que se pode proferir em Farmacologia. Os maiores venenos são naturais!

E drogas sempre têm os dois lados, assim como suplementos, a depender de uma orientação, avaliação e monitoramento corretos. Quem valoriza sua vida e a de sua família deve busca informações sobre drogas com quem de fato entenda sobre elas, acima de todos, o bom Farmacêutico... ou ao menos alguém da Saúde que de fato faça valer seu título de bacharel e especialista. Bons nutricionistas e bons médicos (além dos demais profissionais clínicos) têm papel fundamental na equipe que deve contar sempre com Farmacêuticos em número suficiente para atendimento e acompanhamento de CADA paciente a usar os produtos que ele farmacêutico inventa, produz, manipula, distribui clinicamente e individualmente ou dispensa, além de garantir o devido acompanhamento e intervenções adequadas através da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica. Inclusive quanto a suplementos.

Venda não faz parte da atribuição de profissional algum em Saúde, e obviamente é um risco guiar-se por pessoas completamente leigas e comissionadas a lhe empurrar qualquer coisa baseadas em "cunversas" de papagaio que não sabem o que dizem... completamente anticientíficas e sem qualquer embasamento clínico ou técnico - inclusive nas "lojas" mais caras da cidade.

Mesmo em se tratando de suplementos, ou drogas supostamente "naturais" ou "inofensivas", inclusive fitoterápicas, o risco é imenso... várias delas são hepatotóxicas, cardiotóxicas, nefrotóxicas, neurotóxicas e cancerígenas, por ex... mesmo que supostamente eficazes quanto a um determinado efeito - não adianta ser eficaz por um lado e fatal ou tóxica, por outro. Logo, estudos clínicos são fundamentais para garantia da efetividade e segurança, assim como estudos técnicos, que comprovem as boas práticas de produção, de formulação e qualidade de matérias primas.

Exijam a prova de todos os estudos ao usarem qualquer DROGA. E obtenham sempre um acompanhamento devido. Não existe droga que, em inúmeros casos, não seja também um veneno. Inclusive suplementos. Além de toxicidade hepática, cardíaca, renal e cerebral, vários deles também alteram de forma bastante perigosa todo o metabolismo e parte endócrina do indivíduo, a pressão arterial sistêmica, além da hemostase sanguínea, levando a derrames ou tromboses (+infartos, +embolias pulmonares, + etc.) ou a várias outras reações graves, inclusive arritmias e paradas cardíacas súbitas (no caso de estimulantes beta-adrenérgicos, por ex).

Há centenas de casos notificados de mortes induzidas por suplementos nos EUA em atletas e militares de saúde "perfeita", não só em idosos ou crianças. No Brasil não temos sequer estatísticas, pois aqui não existe Farmacovigilância, só marketing enganoso, charlatanismo e crimes diversos, impunes. Isso tudo fora uma imensa chance de interação importante com várias outras drogas que o paciente já use, ou outros suplementos ou fitoterápicos (chás) usados em conjunto. Ou mesmo toxicidade por princípios ativos sequer expressos na bula, para potencializar criminosamente os efeitos sugeridos no marketing, porém sem citar drogas proibidas ou que teriam um controle mais rígido, como hormônios esteróides (anabolizantes). Quase todo suplemento para atletas possui contaminantes intencionais que adulteram a fórmula, sem que esta passe por qualquer verificação ou certificação independente do produtor. Enfim... todo cuidado é pouco. Orientação multiprofissional e especializada por quem entenda e saiba fazer as devidas revisões, com base em boas referências, é indispensável. Assim como o cuidado clínico de equipes completas, integradas e competentes, com a devida autonomia e independência fundamental de cada profissional.

"The Joint Commission, which is responsible for hospital accreditation in the United States, requires that dietary supplements be treated like drugs. It makes sense: Vitamins, amino acids, herbs, minerals and other botanicals have pharmacological effects. So they are drugs.

But the Food and Drug Administration doesn’t regulate dietary supplements as drugs — they aren’t tested for safety and efficacy before they’re sold. Many aren’t made according to minimal standards of manufacturing (the F.D.A. has even found some of the facilities where supplements are made to be contaminated with rodent feces and urine). And many are mislabeled, accidentally or intentionally. They often aren’t what they say they are.

Our hospital has acted to protect the safety of our patients. No longer will we administer dietary supplements unless the manufacturer provides a third-party written guarantee that the product is made under the F.D.A.’s “good manufacturing practice” (G.M.P.) conditions, as well as a Certificate of Analysis (C.O.A.) assuring that what is written on the label is what’s in the bottle.

The real answer is that, until the day comes when medical studies prove that these supplements have legitimate benefits, and until the F.D.A. has the political backing and resources to regulate them like drugs, individuals should simply steer clear."

http://www.nytimes.com/2013/12/15/opinion/sunday/skip-the-supplements.html?hp&rref=opinion&_r=0

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