quinta-feira, 28 de junho de 2012

Fraude: Associação de Farmácias rejeita acusações


Medicamentos (arquivo)
 


 

João Cordeiro deixa a pergunta no ar: « Por que é que o Infarmed não atuou?»

 O presidente da Associação Nacional de Farmácias rejeitou esta quinta-feira que haja medicamentos substituídos nas farmácias contra a vontade do médico prescritor, como refere um relatório relativo a 2011 da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).


Segundo o documento, a que a agência Lusa teve acesso, a IGAS detetou «receitas faturadas ao Serviço Nacional de Saúde em que, apesar de o médico prescritor não autorizar a dispensa de um medicamento de marca diferente do que prescreveu, tal não impediu que os farmacêuticos dispensassem medicamentos de marca diferentes».

Esta é uma situação que o presidente da Associação de Farmácias acha «estranha», até porque nunca são apresentados casos concretos.

«O senhor bastonário da Ordem dos Médicos tem feito esse tipo de acusações às farmácias e quando o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos lhe pede para apresentar casos concretos, essas situações nunca são apresentadas», afirmou à Lusa João Cordeiro.

Além disso, acrescentou: «Não compreendo porque é que, se efetivamente isso se passar, coisa que eu não acredito não sejam feitas participações ao Infarmed, que é a entidade responsável pelo controlo e, no caso de terem sido feitas, por que é que o Infarmed não atuou».

Para João Cordeiro, esta denúncia da IGAS constitui «mais uma tentativa para bloquear a legislação que, entretanto, foi aprovada no Parlamento, que dá ao doente o direito de tomar decisões sobre medicamentos que são bioequivalentes».
O presidente da associação adianta ainda achar «estranho» que a IGAS levante a questão «nesta altura».

«Há uma coincidência de posições total relativamente à Ordem dos Médicos e à indústria farmacêutica e convém não esquecer que, ainda há dias, a Apifarma [entidade que representa a indústria farmacêutica] informou que tinha metido uma providência cautelar sobre essa matéria», referiu.

No mesmo relatório, a IGAS recomenda a realização de «auditorias sistemáticas aos registos clínicos, devendo ser tomadas medidas que identifiquem os casos de utentes sem informação clínica e com prescrições sem controlo de qualidade».

Recomendação com a qual João Cordeiro diz estar «completamente de acordo», lembrando que ela «está no próprio memorando de entendimento» com a e já existe nos hospitais, pelas comissões de farmácia terapêutica.
«Obviamente cabe ao ministério da Saúde a validação desses protocolos terapêuticos», concluiu.

Fonte: TV24 horas

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