28/08/2012 - 08:44
O teste recebeu o nome de PAD, sigla em inglês para “dispositivo de análise em papel”, e foi apresentado durante o encontro anual da Sociedade Química Americana. Ele foi feito para comprovar a autenticidade de comprimidos de paracetamol, uma substância usada para aliviar febre e as dores no corpo.
No entanto, os especialistas já têm planos para adaptá-lo a antibióticos e fármacos contra a malária, o que seria de grande utilidade para a medicina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mínimo, 10% dos medicamentos usados nos países em desenvolvimento sejam falsificados. Países como Quénia, Nigéria, Índia, Vietnã e Panamá já registaram mortes causadas por esse problema.
O teste criado pela equipa de Toni Barstis, da Faculdade Saint Mary, nos EUA, consiste num cartão de papel com substâncias químicas que reagem com o medicamento. Quando a reacção acontece, o cartão muda de cor e indica qual é a substância contida no medicamento.
Para fazer o teste, o comprimido deve ser partido ao meio e esfregado no cartão. Em seguida, o cartão deve ser mergulhado em água, para que as substâncias presentes no comprimido penetrem e reajam com as do cartão. Quando isso acontece, o cartão muda de cor.
O processo leva menos de dez minutos e poderia ser usado por hospitais, clínicas e agências reguladoras. Por enquanto, os criadores estimam que o custo de produção vá ficar abaixo de 1,50 dólares. “Esses preços devem cair significativamente com a produção em escala e melhorias nos métodos de fabrico”, afirmou Barstis.
Os testes disponíveis para a identificação de fármacos falsificados geralmente são feitos em laboratórios de países industrializados. Um lote suspeito encontrado em África precisa de ser enviado para a Europa ou para os EUA, e o processo leva, ao todo, entre três e seis meses.
“A nossa invenção não é analiticamente comparável aos métodos de alta tecnologia instrumental. É uma ferramenta de classificação, e não um método de detecção completa. Mas dada a grande falta de métodos instrumentais e cientistas treinados nos países em desenvolvimento, um teste rápido como o PAD é desesperadamente necessário”, completou Barstis.
Segundo a investigadora, o teste já poderá ser produzido em pequena escala dentro de um ano. O principal desafio dos produtores no momento é prolongar a validade do PAD e melhorar as condições de armazenamento. As primeiras remessas foram enviadas a colaboradores do projecto no Quénia.
Fonte: RCM Pharma
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