Uso prolongado de inibidores de apetite pode provocar problema que costuma atingir mulheres entre 20 e 40 anos
No Brasil, o número de pessoas que fazem regime e usam medicamentos para emagrecer é elevado. Mesmo com orientação médica, inibidores de apetite podem causar um problema difícil de ser previsto, graças aos efeitos de sua ação sobre o coração e os pulmões: a hipertensão arterial pulmonar (HAP). Estas relações começaram a ser notadas já nos anos 1960, quando uma epidemia da doença ocorreu na Europa, logo após a liberação do uso destes medicamentos no continente.- Alguns mecanismos de ação dos remédios para emagrecer, como os efeitos de contração das veias e artérias do coração contribuem para um remodelamento dos vasos pulmonares, o que pode propiciar o desenvolvimento da HAP - explica a cardiologista pediátrica Cyanna Ravetti.
Segundo ela, estes medicamentos atuam sobre neurotransmissores, como a serotonina e dopamina, que dentre outros efeitos físicos podem ocasionar a vasoconstrição. Uma pessoa predisposta a desenvolver a doença pode apresentar o problema de uma hora para outra durante uma dieta com inibidores de apetite.
- É importante frisar que não é o regime, mas sim o uso de medicações que expõem o paciente a um risco relativo maior. Existem estudos que demonstraram que alguns medicamentos para emagrecer tiveram associação preferencial com HAP, sendo mais forte essa associação com o uso prolongado - ressalta Cyanna.
Desde 1996 estudos científicos comprovam que uso por mais de três meses destes medicamentos podem desencadear a doença. Ainda conforme a médica, de modo geral os inibidores de apetite levam a um desenvolvimento acentuado da musculatura vascular levando ao aumento do ventrículo direito do coração, o que pode ser um gatilho para quem está propenso à doença e um agravante dos sintomas para os portadores da hipertensão.
Para evitar possíveis problemas, sempre que desejar fazer uma dieta, o indicado é que a pessoa procure um médico que a oriente. Associações de medicamentos para emagrecer não recomendadas por especialistas podem aumentar muito o risco do paciente desenvolver problemas como a HAP.
Atualmente, estima-se que 10% dos pacientes portadores da doença no mundo sejam em função de causa familiar.
- O ideal é ser preventivo: se houver casos de HAP na família a atenção deve ficar redobrada. É importante que todos os parentes de primeiro grau sejam investigados (irmãos, pais e filhos) para diagnosticar a doença, por meio de um ecocardiograma quando um novo caso é descoberto - alerta a médica.
Apesar de não haver cura para a enfermidade, existem tratamentos que aumentam a qualidade de vida dos seus portadores. De acordo com a cardiologista, um deles é feito por meio do citrato de sildenafila, que age como dilatador das artérias pulmonares, ocasionando uma sensação de fôlego extra ao pacientes, aliviando os sintomas comumente observados como de falta de ar, cansaço frequente e dores no peito.
fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Segundo%20Caderno&newsID=a3226534.xml
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