Farmacêutico de bairro é 'da família'
Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
No Dia da Farmácia, comemorado hoje, o Diário traz um resumo das informações colhidas em 32 estabelecimentos visitados no Grande ABC.
"Nas grandes farmácias, o atendimento é tipo fast food, tudo é muito rápido, padronizado. Já as de bairro têm atenção especial do farmacêutico. Ele lê a receita com calma, explica até as reações que podem causar o medicamento. Por isso, prefiro ir na farmácia do meu bairro", disse a dona de casa de Diadema Sonia Regina Cruz, 45 anos.
As lojas centrais e periféricas visitadas respeitam as mais recentes determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como a de colocar todos os medicamentos atrás dos balcões.
Já a presença dos farmacêuticos que é obrigatória, não foi constada em algumas unidades de grandes redes. Os atendentes informaram que estavam em horário de almoço ou que haviam saído por alguns minutos, mas que logo retornariam. Em uma loja do Centro de Diadema, a balconista pediu para aguardar o profissional. "É muito urgente? Ele saiu para o almoço. Se você esperar meia hora, ele deve retornar" , disse a atendente, que preferiu não se identificar.
Farmacêutica e proprietária de uma farmácia no Jardim Campanário, em Diadema, Adriana Nakatani afirmou que o estabelecimento cria fidelização com o cliente com um atendimento diferenciado. "Nós damos atenção, sempre há dois farmacêuticos na loja, orientamos o consumo do medicamento, e assim muita gente prefere vir aqui. Nas grandes redes, os profissionais têm demanda maior, por isso não podem oferecer este tipo de atendimento."
"Sempre peço ao farmacêutico orientações e realmente as grandes redes vivem dando desculpa para falar que eles não estão", disse a secretária de Santo André Lucia Aparecida de Souza.
O presidente da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), Sergio Mena Barreto, lembra que é obrigatória a presença do profissional. "A norma vale desde 1973. Mas existem algumas situações em que a lei permite a ausência. O profissional é contratado, mas por algum motivo não estava presente naquele momento, pode ser até por férias, licença. Quem fiscaliza é a vigilância sanitária e não há periodicidade. O estabelecimento pode ser multado".
É proibido indicar remédio e fazer curativo
Antigamente o farmacêutico era considerado o médico da comunidade, podia indicar remédios, fazia curativos. Com a mudança nas regras, são poucos os serviços hoje em dia oferecidos pelos estabelecimentos. Todas as farmácias visitados pela equipe do Diário na região respeitam as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A venda dos medicamentos que são prescritos precisa de apresentação da receita, caso contrário o balconista ou o entregador não estão autorizados a entregar o remédio. A dona de casa Maria Cristina Juarez, de Mauá, solicitou remédio tarja preta e não apresentou a receita. "Fui entregar e a cliente não tinha a receita. Voltei para a farmácia com o medicamento", disse o entregador Jonathan Silva, 25 anos. Maria não encontrou a receita e ficou furiosa por não ter recebido o remédio. "Compro sempre lá, eles já cansaram de ver a receita. Não sei onde guardei o papel, e não posso ficar sem o medicamento", protestou.
Os serviços que estão autorizados são: aplicação de injeção, colocação de brincos, testes de glicemia e medição de pressão.
"Quando era criança, quase não ia ao médico porque o serviço de Saúde era complicado. Então ia até a farmácia do meu bairro e pedia remédio para o farmacêutico. Sempre deu certo. Agora, o comércio mudou o perfil", contou o administrador de empresa Sergio Batista, 63 anos,
A farmacêutica Roseli Arantes, que trabalha numa loja da Vila do Tanque, em São Bernardo, conta que as pessoas não entendem as proibições. "Antes as pessoas se machucavam em casa e corriam para a farmácia fazer curativo. Agora não podemos. Eles brigam e acham que é má vontade, mas é regra e temos de seguir."
GENÉRICOS
Em algumas farmácias visitadas pela equipe do Diário, os clientes afirmaram desconfiar da eficácia dos medicamentos genéricos. "Eles preferem pagar mais caro do que levar o genérico ou similar", disse o farmacêutico Ricardo Garcia.
O medicamento genérico contém o mesmo princípio ativo que o remédio de referência, a mesma dose e a mesma fórmula farmacêutica. O custo médio é 30% mais barato em relação ao de marca. Porém, em alguns casos, o genérico é mais caro . "A azitromicina, por exemplo, usada para o tratamento de sinusite, custa em média R$ 10,33. O genérico sai por R$ 22,59", disse o atendente Fábio Máximo.
fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5829305/farmaceutico-de-bairro-e-da-familia.aspx
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