DE SÃO PAULO
O crescimento de 20% do setor farmacêutico em 2010, frente a 2009, segundo o Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica) tem impulsionado a farmacoeconomia, também conhecida como economia da saúde. Profissionais dessa área identificam os produtos ideais para determinado tratamento com o melhor custo.
Nesse campo, um trabalhador desponta: o gerente médico, que faz a ponte entre os dados coletados e analisados pelos farmacoeconomistas e os médicos e hospitais. A missão é estudar e informar as opções de remédio, considerando a eficácia, a quantidade a ser adquirida e o custo.
Com a profissionalização do setor de saúde, "as empresas começaram a ver necessidade de adaptar os custos", diz Mariana Roriz, executiva da consultoria Hays.
"[Farmacoeconomistas e gerentes médicos] se complementam, e o trabalho conjunto será cada vez mais necessário", diz Denizar Vianna Araujo, professor-adjunto do Departamento de Clínica Médica da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Por serem relacionadas, as posições de farmacoeconomista e de gerente médico muitas vezes se concentram no mesmo profissional. É o que ocorre com Charles Viana Cachoeira Silva, 33.
Alexandre Rezende/Folhapress | ||
Alessandra Pimentel sai de São Paulo para voltar para o Rio de Janeiro, mas não teme ficar sem emprego |
Durante a residência médica, Silva optou pela atuação na indústria e matriculou-se em um MBA em administração em Utah, nos EUA.
"Neste mês, já fui contatado por três 'headhunters' diferentes", assegura ele.
AQUECIMENTO
Hélio Osmo, 49, gerente médico do laboratório Zambon, entrou na indústria atraído pela pesquisa, mas mudou para a economia da saúde pelas oportunidades.
"A área começou a ser muito valorizada", avalia.
Alessandra Pimentel da Silva, 38, deixou a gerência de farmaeconomia e preço em São Paulo para voltar para o Rio de Janeiro e diz não temer ficar fora do mercado.
"Estou tranquila porque já recebi propostas", conta.
Pimentel entrou nessa área por acaso, em 2007, quando teve de cobrir férias.
Segundo Araujo, a rotatividade está alta. "Não tem gente nova preparada." Consequência disso são os salários, que estão altos, diz.
Pesquisa da Hays aponta que gerentes médicos em São Paulo e no Rio de Janeiro ganham R$ 130 mil por ano (R$ 10 mil por mês) -o maior salário dentre as especialidades técnicas do setor.
RAIO-X
Atividade
Identificar produtos e serviços farmacêuticos efetivos e de baixo custo
Formação
Médicos e farmacêuticos especializados em administração; economistas e administradores especializados em saúde
Atuação
Em indústria farmacêutica, hospitais e laboratórios
Perfil
Analista crítico, que consiga aliar conhecimentos de saúde a econômicos
Salário
R$ 10 mil por mês
Fontes: consultoria Hays, professor Denizar Vianna e entrevistados
Fonte: http://classificados.folha.com.br/empregos/987622-setor-farmaceutico-vive-disputa-por-gerente-medico.shtml
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