quarta-feira, 4 de maio de 2011

Brasil produzirá medicamento contra rejeição de transplantes de rins

Fiocruz produzirá ainda neste ano 9 milhões de comprimidos de micofenolato de mofetila, reduzindo o custo de R$ 1,87 para R$ 1,67 por unidade do remédio

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou um acordo com a multinacional Roche que permitirá ao Brasil produzir o medicamento micofenolato de mofetila, indicado contra a rejeição de órgãos transplantados, principalmente rins. Ainda em 2011, a fundação fornecerá 9 milhões de comprimidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). A parceria com a Roche também prevê intercâmbio científico para o desenvolvimento de novos tratamentos e transferência de tecnologia para a produção de medicamentos contra câncer, doenças neurológicas e virais.

O acordo levará a uma redução do preço praticado com o Ministério da Saúde durante o período de transferência de tecnologia (o valor passará de R$ 1,87 para R$ 1,67) e também propiciará o domínio de todas as fases do processo, incluindo a produção do insumo farmacêutico ativo. Com a incorporação do todo o processo de produção do medicamento, a estimativa é que o gasto anual do governo diminua nos próximos anos.

A partir de 2012, a produção da Fiocruz atingirá 20 milhões de unidades por ano.
O presidente mundial da Roche, Severin Schwan, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, participaram da assinatura, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Para o presidente da Fiocruz, o acordo com a multinacional permitirá aumentar a sustentabilidade do SUS e é mais um avanço no fortalecimento da política nacional de pesquisa e desenvolvimento, além de abrir oportunidade para outras parcerias.

— Essa capacidade de diálogo e intercâmbio tecnológico e científico é fundamental para o país, trazendo benefícios para a população — disse Gadelha.

Ele lembrou que o projeto contribui para reduzir o déficit comercial brasileiro na área da saúde, e que a fundação e o Brasil ganham ao firmar parcerias que tenham como contrapartida o investimento em ciência e tecnologia.

— Estamos garantindo o acesso a medicamentos — complementou.

Segundo o diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Hayne Felipe, o acordo possibilita à instituição incorporar novas tecnologias e aumenta sua autonomia.

O presidente mundial da Roche, Severin Schawn, afirmou que espera desenvolver uma cooperação de longo prazo com a Fundação e o país.

— É uma oportunidade para inovar e crescermos juntos. Por isso não penso em termos de meses ou em projetos de curto prazo. O Brasil é cada vez mais importante no mundo, e a Roche, que está aqui há 80 anos, quer ficar pelo menos mais 80 — afirmou.

Transplantes

O número de transplantes realizados no país apresenta crescimento sustentado nos últimos anos. Enquanto em 2003 foram realizados 12.722 procedimentos, em 2009 o Brasil contabilizou 20.253 cirurgias desse tipo — um aumento de 59,2%. Só no primeiro semestre de 2010, o número de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão) chegou a 2.367. A quantidade é 16,4% maior que o número de procedimentos realizados no mesmo período de 2009 (2.033 transplantes).
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Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Segundo%20Caderno&newsID=a3296460.xml

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