terça-feira, 3 de maio de 2011

Endocrinologista contesta sobre inibidores de apetite


- Justificativa é que uso do medicamento pode ser inevitável no combate a obesidade
Da Redação
Em vez da proibição à venda de alguns inibidores de apetite (sibutramina e anorexígenos anfetamínicos), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) defende reforço na fiscalização para coibir a prescrição incorreta, abusiva e antiética dessa medicação. De acordo com a diretora do Departamento de Obesidade e Síndrome Metabólica da entidade, Rosana Bento Radominski, o uso de medicamento pode ser inevitável quando a mudança de estilo de vida do paciente, com a introdução de reeducação alimentar e a prática de atividades físicas, é insuficiente para combater o sobrepeso ou a obesidade.

A endocrinologista participou de audiência pública sobre o assunto, realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta segunda-feira, 2.

Rosana Radominski questiona o fato de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se amparar num estudo com alegado alcance restrito para propor a retirada desses medicamentos do mercado. O levantamento, segundo a médica, apontou maior risco de incidentes cardiovasculares em pacientes obesos cardíacos, diabéticos ou portadores das duas condições tratados com sibutramina. Mas, em seu ponto de vista, não é razoável extrapolar resultados obtidos em uma população de cardiopatas para pacientes sem doença cardiovascular.

“A endocrinologia brasileira está apreensiva com as graves consequências da retirada desses medicamentos para os pacientes que os vêm utilizando com sucesso. A retirada do mercado estimulará o mercado negro de medicamentos e a prescrição fora da indicação de bula”, advertiu Rosana Radominski.

Cautela  - A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) não fechou posição contra ou a favor da recomendação da Anvisa, mas seu representante na audiência pública ponderou que, sempre que a eficácia de uma medicação gera dúvidas, é preciso ter cautela na orientação sobre seu uso. O cardiologista Geniberto Paiva Campos observou que a prescrição de inibidores de apetite se torna polêmica pelos efeitos adversos - notadamente problemas cardiovasculares - associados ao seu uso.

Com base em dados do Censo 2010, a SBEM estima em 90 milhões os brasileiros com sobrepeso (50% da população), dos quais 30 milhões são portadores de obesidade. Rosana Radominski informou ainda que a redução de 5% a 10% no peso do paciente tem impacto significativo na diminuição dos fatores de risco para o surgimento de diabetes e doenças cardiovasculares.

Ao final do evento, o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), prometeu prosseguir com a discussão em outra audiência pública, já marcada para o dia 31 de maio, às 9h. A reunião deverá ser realizada em conjunto com duas subcomissões vinculadas à Comissão de Assuntos Sociais (CAS): de Emprego e Previdência e de Saúde.

fonte: http://odiariodeteresopolis.com.br/leitura_noticias.asp?IdNoticia=17395

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