Ignorar informações da bula é o principal erro no caso de remédios que não precisam de receita médica
Por Minha Vida - publicado em 22/04/2013
Resfriados são muito comuns na infância. Algumas crianças
chegam a ter dez deles por ano. Não é por acaso que muitos pais acabam
dando, por conta própria, remédios que não necessitam de receita médica
para aliviar os sintomas do resfriado
dos seus filhos, como tosse, nariz entupido e dor de garganta. Mas um
novo estudo, realizado pela Universidade de Michigan e publicado dia 22
de abril, no site norte-americano da University of Michigan C.S. Mott Children's Hospital National Poll on Children's Health,
chama atenção para o perigo que cerca esse costume. Muitos desses pais e
mães estão dando aos filhos medicações voltadas a adultos, como
analgésicos e descongestionantes nasais, que não são apropriadas para as
crianças.
Entre os 498 pais e mães avaliados, mais de 40% disseram dar aos filhos com menos de quatro anos remédios
para aliviar a tosse ou para múltiplos sintomas do resfriado, e 25%
admitiram dar descongestionante nasal aos filhos. Medicamentos, como
antitérmicos e analgésicos, possuem a versão infantil com o objetivo de
ter a dosagem ajustada para evitar complicações e efeitos colaterais.
Em 2008, o Food and Drugs Administration,
órgão federal norte-americano que regula a indústria farmacêutica,
definiu que medicamentos vendidos sem receita médica não devem ser
usados por crianças com menos de dois anos. Além de não serem
comprovadamente eficazes para os pequenos, essas medicações podem causar
efeitos adversos perigosos, como reação alérgica, aumento da frequência
cardíaca, sonolência, insônia, convulsão, diminuição da frequência
respiratória, entre outros. Em resposta, os fabricantes dessas
medicações mudaram as bulas, definindo que a medicação não deve ser
usada por crianças abaixo dos quatro anos.
Os pesquisadores chamam atenção para a importância de ler com
cuidado as instruções da bula do medicamento e entrar em contato com o
médico ou pediatra sempre que houver dúvidas sobre o uso de remédios que
não requerem receita médica.
Cuidados com remédios
Desde 2009, a
Anvisa estabeleceu que todos os remédios devem ser acompanhados da bula
do paciente, além da bula técnica já comum nos produtos. Na bula do
paciente, deve ser especificada a forma como ele deve ser ingerido e
seus riscos específicos de forma clara e objetiva. No entanto, ainda
existem muitas dúvidas sobre a melhor maneira de tomar uma medicação e
outras crenças tão comuns que sequer são colocadas em dúvida - e muitos
desses hábitos podem não só interferir na eficácia do medicamento, como
também prejudicar o organismo. Confira os erros mais comuns na hora de
ingerir uma medicação:
Tomar o medicamento acompanhado de líquidos com sabor
O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de todos os tipos de medicamentos é a água. "Isso porque algumas medicações desencadeiam reações químicas quando ingeridas com sucos, leite, refrigerantes, chás ou café, que podem comprometer sua eficácia", explica a clínica geral Fernanda Galvão, da Amil, em Brasília. De acordo com a especialista, um bom exemplo são os antibióticos com tetraciclina na composição - essa substância reage na presença de cálcio, e portanto tem sua eficácia comprometida se ingeridos com leite.Outra combinação perigosa e muito conhecida é remédio e bebidas alcoólicas. "O álcool pode tanto potencializar quanto neutralizar os efeitos de um medicamento, em alguns casos ativando enzimas que transformam o remédio em substâncias tóxicas para o organismo", alerta a clínica geral Fernanda. Por isso, na dúvida, sempre tome seus medicamento acompanhados de água apenas.
Misturar com antiácidos
Os antiácidos também interferem na absorção de medicamentos, para mais ou para menos, dependendo da interação. "Além de deixar o estômago com pH alcalino - muitos remédios precisam da acidez gástrica para serem aproveitados - os antiácidos podem conter alumínio, que se ingerido com medicamentos que contenham citrato de cálcio podem atingir níveis tóxicos no sangue, sendo perigosos principalmente para os rins, que podem ter seu funcionamento afetado e até sofrer graves consequências", explica a hepatologista Marta Deguti, do Centro de Referência em Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.Ingerir o comprimido sem beber água
Assim como não é recomendada a ingestão de medicamentos com outros líquidos que não sejam água, tomá-lo a seco também pode trazer malefícios. "Existe o risco da medicação ficar parcialmente retida no esôfago, podendo haver irritação na mucosa em que o comprimido se prendeu", explica a hepatologista Marta. Além disso, um pouco da dose da medicação é perdida, já que passa a ser absorvida enquanto está retida. "Um exemplo muito sério é o alendronato, usado no tratamento da osteoporose, que pode causar, se retido no esôfago, até mesmo perfuração do órgão", alerta a especialista. Por isso, deve-se sempre ter muito cuidado com as medicações, seguir as orientações do seu médico e tirar dúvidas tanto com ele quanto com o farmacêutico devidamente habilitado.Retirar o conteúdo da cápsula
Muitas pessoas optam por abrir a cápsula do medicamento e ingerir apenas o pó, para tornar o processo de deglutição mais simples. No entanto, essas cápsulas são concebidas com a função de proteger a mucosa da boca e do esôfago do contato com a medicação, para que ela possa agir de forma lenta, garantindo sua eficácia. ?Para alguns remédios, a remoção da cápsula pode ter consequências como dor no tórax, vômitos e esofagite?, diz a hepatologista Marta.Triturar o comprimido para facilitar a digestão
Com a justificativa de facilitar a deglutição, também é comum as pessoas triturarem o comprido ou cortá-lo ao meio, prática que também pode interferir na absorção pelo organismo. Segundo as especialistas, os únicos comprimidos que podem ser cortados ao meio são aqueles que possuem uma linha no meio, desenhada inclusive para facilitar o corte. "Fora isso, os medicamentos devem ser ingeridos inteiros, da maneira como vieram na cartela", diz a clínica geral Fernanda. Os problemas nesse caso são muito parecidos com o de ingerir o remédio fora da cápsula - o corpo irá absorvê-lo mais rápido do que deveria, levando a uma intoxicação. "O desenho do comprimido foi feito para facilitar a ingestão da quantidade necessária de medicamento e o contato do comprimido com o ácido gástrico deve dissolvê-lo e quebrá-lo em partículas que serão absorvidas", afirma a hepatologista Marta. "Se houver maior dificuldade para ingerir o comprimido, converse com o seu médico para buscar formulações alternativas."Ingerir o medicamento em gotas a seco
"As medicações em gotas também são melhor absorvidas quando diluídas em água, em vez de pingadas direto na língua ou dadas em colher", explica Fernanda Galvão. Como geralmente são prescrições pediátricas, essas já são fabricadas com sabor e aroma diferentes para facilitar a ingestão pelas crianças. Devemos lembrar que os medicamentos devem ser diluídos preferencialmente em água. "O risco da diluição em outras bebidas é principalmente a perda da eficácia terapêutica", diz Fernanda.Tomar a medicação fora do horário
As atividades do organismo variam ao longo do dia de acordo com nosso relógio biológico, e cada medicamento é estudado minuciosamente em relação ao tempo que leva para ser absorvido, o tempo de duração do efeito e modo como é eliminado do corpo de acordo com essas atividades fisiológicas. "Por isso, atrasar ou adiantar o horário do medicamento pode reduzir a eficiência e até mesmo provocar efeitos colaterais", afirma a clínica geral Fernanda. A hepatologista Marta alerta para os antibióticos e antidiabéticos, que podem trazer consequências mais sérias. "Se a pessoa está tomando antibióticos e atrasa um período inteiro, a bactéria pode tornar a se multiplicar e criar resistência ao antibiótico, já no caso de antidiabéticos, os níveis de açúcar do sangue podem subir ou descer demais, o que pode resultar até mesmo em coma", diz.Preste atenção nas interações com alimentos
Muitos medicamentos devem ser ingeridos em jejum porque eles necessitam do ambiente mais ácido do estômago para que sejam melhor absorvidos. "Já outros são absorvidos com mais eficácia na presença de alimentos, ou são menos agressivos ao estômago quando tomados desta maneira", explica a clínica geral Fernanda. A especialista afirma que existem também substâncias que possuem interação com determinados tipos de alimentos, formando um complexo que o organismo não consegue absorver, diminuindo ou até mesmo neutralizando a ação do medicamento. Por conta disso, o ideal é perguntar ao médico e sempre seguir as instruções da bula.Fonte: Minha Vida
Oi, somos do blog CIM (Centro de Informação sobre Medicamento).
ResponderExcluirParabéns seu blog é sempre bem atual, suas postagens trazem informações uteis e são muito interessantes.
Visite também nosso blog http://cimunisantos.blogspot.com.br/ .
Obrigado CIM... Vamos sim...
ExcluirVamos fazer uma parceria...
Vou entrar sempre e divulgar em nossa midia...