Curiosidade infantil e apelo visual levam à ingestão de medicamentos
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São Paulo - A
curiosidade infantil e o apelo visual dos medicamentos coloridos em
cápsulas, comprimidos ou líquidos acondicionados em frascos são um
perigo à saúde das crianças, principalmente na faixa etária de 1 a 4
anos.
O alerta é do médico e toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Ele observou que cada vez mais os adultos recorrem a medicamentos para transtornos psíquicos como os antidepressivos, os calmantes, os estimulantes, os ansiolíticos e as drogas para dormir.
Segundo o médico, não são raros os casos de crianças que, atraídas pela cor ou pelo cheiro, pegam esses remédios em gavetas e armários e acabam os tomando.
Mas o especialista diz que nem sempre ingerir inadequadamente esses medicamentos leva a uma intoxicação. Ele afirma que os responsáveis pela criança devem agir com calma e buscar orientação. Também alerta que beber água ou leite após o uso indevido de algum medicamento pode até comprometer mais a saúde.
Tomar água, por exemplo, potencializa o efeito do remédio, porque o composto químico irá percorrer a corrente sanguínea mais depressa. Se for leite, há risco de uma reação, lembra o especialista.
Outro procedimento a ser evitado é provocar o vômito. Uma pesquisa feita pelo Ceatox indicou que, no primeiro semestre do ano passado, ocorreram 600 casos de intoxicação, dos quais a maioria das vítimas (25%) era criança de 1 a 4 anos.
A faixa de 5 a 9 anos representou 8% dos casos. Os adultos somaram 11% dos atendimentos, prevalecendo os que tinham entre 30 e 39 anos. Mais da metade (60%), incluindo todas as faixas etárias, são do sexo feminino.
O Ceatox oferece atendimento para os primeiros socorros por telefone. Médicos, enfermeiros e farmacêuticos estão à disposição 24 horas por dia. Para falar com eles, os interessados podem ligar para número 0800 0148110. Uma equipe multidisplinar de especialistas está de prontidão para atender a população.
Gravidade
Um grave problema foi evidenciado em uma pesquisa do ‘Centers for Disease Control and Prevention’s Medication Safety Program’, nos Estados Unidos: uma em cada 150 crianças norte-americanas de até dois anos de idade dá entrada em emergências de hospitais por overdose acidental de medicamentos.
De acordo com o doutor Dan Budnitz, coordenador da pesquisa, o número de overdoses acidentais em crianças cresceu 20% nos últimos anos. O especialista alerta sobre o desconhecimento dos pais em relação ao perigo que os medicamentos representam. O resultado da pesquisa deu início a uma campanha educativa para alertar os pais a deixarem os medicamentos fora do alcance de crianças.
O doutor Budnitz sugere algumas medidas de segurança na hora de guardar medicamentos. •Escolha locais para guardar os medicamentos onde a criança não alcance e de preferência não os vejam e nunca deixe vitaminas e medicamentos juntos, pois podem ocorrer trocas acidentais”, alerta ele.
Medicamento pediátrico atrai pela cor e sabor
Em geral, sempre existe alguém que tem uma ótima receita quando o assunto é doença. Porém, a ingestão indevida de remédios é uma das principais causas de intoxicação no Brasil. E o mais grave é que a maioria destes casos ocorre em crianças.
Para serem mais atraentes, os remédios pediátricos são apresentados em cor, odor e sabor que agradam as crianças. “É importante que os pais não reforcem essa percepção e expliquem às crianças que se trata de um remédio, não de bala ou bombom e que não pode ser consumido à vontade”, diz a pediatra Sônia de Lourdes Liston Colina.
Quando se trata de crianças um pouco maiores, na fase pré-escolar, por exemplo, a própria curiosidade faz com que elas experimentem certos remédios que são guardados pelos pais de maneira inadequada.
Já, quando o assunto são os bebês, a intoxicação é normalmente causada em função de erro na dosagem por quem administra o medicamento.
A intensidade das reações varia de acordo com a quantidade e a composição química do medicamento ingerido. Em pequenas doses, é mais comum a intoxicação por analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, ‘antigripais’ e vitaminas.
Vômitos, diarreia, desidratação, hipertermia e acidose metabólica são os sintomas mais comuns. As reações pela ingestão de psicofarmacos podem variar desde sonolência, agitação, taquicardia até o coma.
Estudo
453 mil crianças foram intoxicadas por medicamentos entre 2001 e 2008, representando um aumento de 28% desse tipo de acidente, segundo pesquisa, publicada no ‘Journal of Pediatrics’;
500% foi a diferença volumétrica encontrada na dosagem de remédios avaliada pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Dicas
1 Quando a criança estiver doente, não manter os remédios dela próximos à cama, pois ela pode querer se automedicar;
2 Sempre conferir se os vidros dos remédios estão devidamente fechados. E nunca dizer à criança que medicamento é doce, pois ela pode acreditar e querer tomá-lo em outras ocasiões;
3 Se estiver recebendo hóspedes em casa, perguntar se a pessoa mantém remédios na mala e pedir para mantê-los em locais onde a criança não possa encontrá-los;
4 Todo cuidado é pouco na hora de proteger a criança da ingestão acidental de medicamentos. Por isso, é bom manter sempre em local de fácil acesso o número da emergência para casos de intoxicação;
5 Os pais devem estar atentos para não confundirem a embalagem primária (a capa) do remédio com outros medicamentos de cor e tamanho similares.
Fonte: DM24h
O alerta é do médico e toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Ele observou que cada vez mais os adultos recorrem a medicamentos para transtornos psíquicos como os antidepressivos, os calmantes, os estimulantes, os ansiolíticos e as drogas para dormir.
Segundo o médico, não são raros os casos de crianças que, atraídas pela cor ou pelo cheiro, pegam esses remédios em gavetas e armários e acabam os tomando.
Mas o especialista diz que nem sempre ingerir inadequadamente esses medicamentos leva a uma intoxicação. Ele afirma que os responsáveis pela criança devem agir com calma e buscar orientação. Também alerta que beber água ou leite após o uso indevido de algum medicamento pode até comprometer mais a saúde.
Tomar água, por exemplo, potencializa o efeito do remédio, porque o composto químico irá percorrer a corrente sanguínea mais depressa. Se for leite, há risco de uma reação, lembra o especialista.
Outro procedimento a ser evitado é provocar o vômito. Uma pesquisa feita pelo Ceatox indicou que, no primeiro semestre do ano passado, ocorreram 600 casos de intoxicação, dos quais a maioria das vítimas (25%) era criança de 1 a 4 anos.
A faixa de 5 a 9 anos representou 8% dos casos. Os adultos somaram 11% dos atendimentos, prevalecendo os que tinham entre 30 e 39 anos. Mais da metade (60%), incluindo todas as faixas etárias, são do sexo feminino.
O Ceatox oferece atendimento para os primeiros socorros por telefone. Médicos, enfermeiros e farmacêuticos estão à disposição 24 horas por dia. Para falar com eles, os interessados podem ligar para número 0800 0148110. Uma equipe multidisplinar de especialistas está de prontidão para atender a população.
Gravidade
Um grave problema foi evidenciado em uma pesquisa do ‘Centers for Disease Control and Prevention’s Medication Safety Program’, nos Estados Unidos: uma em cada 150 crianças norte-americanas de até dois anos de idade dá entrada em emergências de hospitais por overdose acidental de medicamentos.
De acordo com o doutor Dan Budnitz, coordenador da pesquisa, o número de overdoses acidentais em crianças cresceu 20% nos últimos anos. O especialista alerta sobre o desconhecimento dos pais em relação ao perigo que os medicamentos representam. O resultado da pesquisa deu início a uma campanha educativa para alertar os pais a deixarem os medicamentos fora do alcance de crianças.
O doutor Budnitz sugere algumas medidas de segurança na hora de guardar medicamentos. •Escolha locais para guardar os medicamentos onde a criança não alcance e de preferência não os vejam e nunca deixe vitaminas e medicamentos juntos, pois podem ocorrer trocas acidentais”, alerta ele.
Medicamento pediátrico atrai pela cor e sabor
Em geral, sempre existe alguém que tem uma ótima receita quando o assunto é doença. Porém, a ingestão indevida de remédios é uma das principais causas de intoxicação no Brasil. E o mais grave é que a maioria destes casos ocorre em crianças.
Para serem mais atraentes, os remédios pediátricos são apresentados em cor, odor e sabor que agradam as crianças. “É importante que os pais não reforcem essa percepção e expliquem às crianças que se trata de um remédio, não de bala ou bombom e que não pode ser consumido à vontade”, diz a pediatra Sônia de Lourdes Liston Colina.
Quando se trata de crianças um pouco maiores, na fase pré-escolar, por exemplo, a própria curiosidade faz com que elas experimentem certos remédios que são guardados pelos pais de maneira inadequada.
Já, quando o assunto são os bebês, a intoxicação é normalmente causada em função de erro na dosagem por quem administra o medicamento.
A intensidade das reações varia de acordo com a quantidade e a composição química do medicamento ingerido. Em pequenas doses, é mais comum a intoxicação por analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, ‘antigripais’ e vitaminas.
Vômitos, diarreia, desidratação, hipertermia e acidose metabólica são os sintomas mais comuns. As reações pela ingestão de psicofarmacos podem variar desde sonolência, agitação, taquicardia até o coma.
Estudo
453 mil crianças foram intoxicadas por medicamentos entre 2001 e 2008, representando um aumento de 28% desse tipo de acidente, segundo pesquisa, publicada no ‘Journal of Pediatrics’;
500% foi a diferença volumétrica encontrada na dosagem de remédios avaliada pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Dicas
1 Quando a criança estiver doente, não manter os remédios dela próximos à cama, pois ela pode querer se automedicar;
2 Sempre conferir se os vidros dos remédios estão devidamente fechados. E nunca dizer à criança que medicamento é doce, pois ela pode acreditar e querer tomá-lo em outras ocasiões;
3 Se estiver recebendo hóspedes em casa, perguntar se a pessoa mantém remédios na mala e pedir para mantê-los em locais onde a criança não possa encontrá-los;
4 Todo cuidado é pouco na hora de proteger a criança da ingestão acidental de medicamentos. Por isso, é bom manter sempre em local de fácil acesso o número da emergência para casos de intoxicação;
5 Os pais devem estar atentos para não confundirem a embalagem primária (a capa) do remédio com outros medicamentos de cor e tamanho similares.
Fonte: DM24h
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