Uma maior penetração dos medicamentos genéricos no mercado depende de
mais divulgação e informação para a classe médica. Para a presidente do
Conselho Regional de Farmácia (CRF), Ernestina Rocha, isso é uma questão
de cultura. “O consumidor acredita que a marca referência tem maior
eficácia, quando o genérico passou pelos mesmos testes e oferece as
mesmas garantias”, afirma.
Na opinião de Ernestina, é apenas uma questão de tempo, com divulgação e
demonstração desses produtos junto aos profissionais, a maior
penetração dos genéricos. Ela garante que os farmacêuticos já informam
ao consumidor a alternativa do genérico, mas só podem fazer a troca se
ele autorizar, de acordo com a Lei da Intercambialidade. “O problema é
que o paciente que chega com o remédio prescrito tem medo de mudar,
comprometer o tratamento e ser questionado pelo médico”, lembra.
Qualidade
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego),
Salomão Rodrigues Filho, reconhece que o genérico ainda não ganhou
totalmente a confiabilidade da classe. Para ele, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) deveria divulgar para os médicos os
resultados das avaliações de qualidade que faz sobre os medicamentos
genéricos, a fim de aumentar a confiança destes profissionais.
Segundo Salomão Rodrigues, pela lei dos medicamentos, há uma lista de
exigências a serem cumpridas pelos medicamento de marca, por isso há
naturalmente uma maior confiabilidade neles do que nos genéricos.
Para o presidente do Cremego, o Brasil deveria seguir o exemplo do Food
and Drug Administration (FDA), órgão americano responsável pelo
controle de medicamentos e que sempre recolhe amostras nas farmácias
para fazer o controle de qualidade. Ele lembrou que uma pesquisa feita
pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou menor
concentração de princípios ativos num determinado antibiótico genérico
em relação ao de marca.
“Esses laboratórios também precisam orientar melhor os médicos, mas
através de dados da Anvisa que tragam mais credibilidade para esses
medicamentos”, alerta.
Fonte: O Popular
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