A FDA (agência que regula os medicamentos e alimentos dos EUA) anunciou na semana passada a aprovação de um dispositivo portátil que interrompe a divisão de células que contribui para o crescimento e propagação de tumores no cérebro, avança a agência EFE.
O dispositivo NovoTTF-100A®, do fabricante israelita Novocure, foi projectado para tratar adultos com glioblastoma multiforme (GBM, em inglês), um cancro muito comum e agressivo que costuma resistir aos tratamentos cirúrgicos, quimioterapia e radiação, explicou a FDA em comunicado.
"O glioblastoma multiforme recorrente é um tipo de cancro cerebral devastador que frequentemente resiste aos tratamentos padrões", explicou o director da FDA responsável pela aprovação de dispositivos, Jeffrey Shuren.
Para as autoridades médicas, o sistema NovoTTF-100A®, que foi aprovado com base nos resultados de um único estudo internacional com 237 doentes, oferece novas opções de tratamento.
Até agora, o tratamento de tumores primários do cérebro consistiu em remédios, cirurgia e radiação, ou mesmo uma combinação desses elementos.
O sistema é composto de uma série de eléctrodos implantados no couro cabeludo do doente e emitem descargas eléctricas de baixa intensidade para atacar o tumor cerebral.
Segundo a FDA, a forma e características eléctricas das células cancerígenas em processo de divisão são susceptíveis aos chamados "Campos de Tratamento do Tumor" (TTF, em inglês), "o que poderia travar o crescimento do tumor".
O dispositivo é portátil – pesa 2,7 kg – e funciona com baterias ou com energia eléctrica, e o doente pode utilizá-lo em casa e assim continuar suas actividades diárias com normalidade, acrescentou.
O estudo internacional não demonstrou um aumento no período de sobrevivência dos doentes que utilizaram o dispositivo, em comparação com os que se submeteram a quimioterapia. Em ambos grupos, os doentes registaram uma média de seis meses adicionais.
O entusiasmo em torno do aparelho deve-se aos doentes que usaram o NovoTTF-100A® e tiveram uma melhor qualidade de vida.
Em geral, indica a FDA, os doentes que foram submetidos ao tratamento com o dispositivo experimentaram uma maior incidência de efeitos neurológicos secundários, incluindo convulsões e dores de cabeça, em comparação com os que receberam quimioterapia. No entanto, os doentes que usaram o novo sistema não reportaram problemas de náusea, anemia, fadiga, diarreia e infecções graves, como costuma ocorrer com a toxicidade da quimioterapia.
Segundo o Instituto Nacional do Cancro, cada ano aproximadamente 19 mil pessoas nos EUA são diagnosticadas com cancro no cérebro. Em 2010, houve 13 140 mortes por este tipo de cancro e outros do sistema nervoso no país.
fonte: http://www.pop.eu.com/news/4630/26/FDA-aprova-dispositivo-portatil-para-tratar-cancro-do-cerebro.html
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