quinta-feira, 9 de maio de 2013

Diferença entre remédio e veneno está na dose; entenda

Um complemento vitamínico aqui, um remedinho para febre ali. De médica toda a mãe tem um pouco, e resistir à tentação de medicar o filho em casa, sem consultar o pediatra, é tarefa difícil. No entanto, medicamentos de uso cotidiano, que prometem alívio instantâneo de desconfortos, oferecem riscos à saúde das crianças se ingeridos sem orientação de um profissional.

Todo o remédio pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis e provocar problemas graves de saúde. Mas, de acordo com o toxicologista pediátrico Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a automedicação pode ser benéfica e é estimulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quando a criança já sentiu outra vez os mesmos sintomas e já fez uso do mesmo remédio, por indicação do pediatra. Por exemplo: se seu filho está com febre, você pode medicá-lo com o mesmo remédio usado na última vez por até quatro dias consecutivos. Se os sintomas não melhorarem, daí sim é hora de procurar o pediatra.

Qualquer uso de medicamento pela primeira vez em crianças deve ser orientado pelo pediatra, que prescreverá as doses adequadas para o tamanho e a idade do pequeno. Além disso, a automedicação só é válida para remédios que não tenham tarja na caixa, ou seja, que podem ser vendidos sem receita nas farmácias. O uso por conta própria de remédios com tarja vermelha ou preta é extremamente perigoso. "A diferença entre o remédio e o veneno está na dose", alerta o toxicologista. Algumas crianças podem ser hipersensíveis a determinadas substâncias e apresentar reações alérgicas. Remédios em dose excessiva podem causar intoxicações e, se o pequeno utiliza outros medicamentos regularmente, usar um novo remédio pode neutralizar ou potencializar os efeitos dos anteriores.

Cuidado com analgésicos comuns

Usados pelas mamães para aliviar sintomas de virose, como a febre, os analgésicos são os remédios mais usados e abusados no Brasil. O ácido acetilsalicílico (AAS) presente em alguns desses medicamentos, vendido comercialmente como Aspirina, não deve ser dado a crianças com suspeita de gripes, resfriados, varicela ou catapora, pois pode precipitar uma destruição do fígado. Outra substância que deve ser usada com cautela é o paracetamol, também presente em analgésicos. Quando associado a anti-inflamatórios, pode aumentar a incidência de doença nos rins na vida adulta.

Suplementos de ferro e de vitaminas, comumente dados por mães aos pequenos, só devem ser consumidos com indicação do pediatra. O excesso dessas substâncias pode causar intoxicações. Na dúvida, quando se trata de medicamentos, optar pela cautela é sempre melhor do que o exagero.

Fonte: Terra

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