segunda-feira, 27 de maio de 2013

Observatório adverte para interação de diuréticos com medicamentos

Os diuréticos usados para eliminar água do organismo com a "falsa ilusão de que emagrecem" podem contribuir para aumentar a expulsão dos medicamentos (AP)

O Observatório de Interações Planta-Medicamento  advertiu hoje que os diuréticos usados para eliminar água do organismo com  a "falsa ilusão de que emagrecem", como o dente-de-leão e a alcachofra,  contribuem para aumentar a expulsão dos medicamentos. 

O alerta desta semana do observatório, inserido na campanha "Aprender  Saúde entre as Plantas e os Medicamentos", dirige-se à população saudável  que, de vez em quando, consome alguns medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios,  diuréticos, laxantes) juntamente com produtos naturais (incluindo certos  alimentos ou chás) ou outros produtos que "podem ter efeitos intensos no  organismo e até mesmo causar algum dano". 

"Uma pessoa saudável pode comer quase tudo respeitando sempre doses  baixas e quando não usa medicamentos", refere aquela estrutura, coordenada  por Maria da Graça Campos. 
O Observatório de Interações Planta-Medicamento (OIPM/FFUC) dá como  exemplo a cafeína no café, chá verde ou preto, guaraná ou bebida de cola,  que pode ter "um efeito estimulante moderado, mas usada em elevada quantidade  pode ter efeitos tóxicos graves". 

"A toxicidade está diretamente ligada à dose. No entanto, existem  vários produtos que a contêm e que devem, quando associados, ter essa ação  aditiva em consideração", sublinha. 

Fernando Ramos, membro do observatório e docente/investigador na Faculdade  de Farmácia na área da Nutrição, adiantou à Lusa que cuidados se devem ter  quando, por exemplo, à toma de aspirina se adiciona concentrados de frutos  vermelhos, chá de camomila ou produtos que contém angelica, gingko, ginseng,  aloé.  

"O risco nestas associações é de hemorragias ou aparecimento de nódoas  negras mais frequentes do que o costume", disse Fernando Ramos, explicando  que isto acontece porque todos estes produtos, tal como a aspirina, diminuem  a agregação plaquetar que é fundamental nos processos de coagulação. 

Maria da Graça Campos e o diretor do Programa Nacional para a Promoção  da Alimentação Saudável, da Direção-Geral de Saúde, Pedro Graça, advertem,  por seu turno, que muitas substâncias termogénicas (que provocam calor)  que aparecem em produtos publicitados para emagrecer podem conter substâncias  cuja eficácia não foi comprovada. 

Estas "podem interferir com a metabolização e ação de muitos medicamentos,  entre os quais antidiabéticos, hipolipidémicos antineoplásicos, antiepiléticos,  anticoagulantes e psicofármacos", salientam.  

No caso dos psicofármacos, uma vez que alguns são compostos químicos  como a cafeína ou outras substâncias estimulantes, o efeito destes produtos  sobre o organismo pode ser de ansiedade, conduzindo a insónia e outras alterações  do sistema nervoso central. 

Segundo o observatório, uma chávena de chá verde e de chá preto, chás  que provêm da planta camellia sinensis, contém a mesma quantidade de cafeína  do que um café.  

"Esta planta ou os seus extratos aparecem nos mais variados produtos  e/ou programas de perda de peso, atribuindo-lhe poder diurético", explicou,  alertando que o "consumo excessivo pode mesmo induzir morte súbita". 

Também contém vitamina K e, como tal, quem toma medicamentos anticoagulantes,  como a varfarina, não deve consumi-lo. 

O observatório dispõe de uma linha de apoio à população e aos profissionais  de saúde (239488484). 

Lusa

Fonte: SIC notícias

 

 

 

 

 

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