Publicado em 2013-05-09
Susana Otão*
Ministério
Público atribuiu aos dois arguidos, um farmacêutico e uma técnica de
farmácia, a responsabilidade na negligência que motivou a cegueira a
seis pessoas após cirurgias oftalmológicas no Hospital de Santa Maria,
em Lisboa, e, nas alegações finais do julgamento, pediu ao tribunal para
fazer justiça.
foto Jose Carlos Pratas / Global Imagens |
Walter Bom, um dos doentes que ficou cego |
O
julgamento de um farmacêutico e de uma técnica de farmácia, acusados de
seis crimes de ofensa à integridade física de forma negligente, no
processo do Hospital Santa Maria, teve início há 15 meses.
Em
causa, neste processo, estão seis pessoas que cegaram total ou
parcialmente depois de, a 17 de julho de 2009, terem sido submetidas a
injeções intraoculares, alegadamente com Avastin, no Hospital de Santa
Maria, em Lisboa.
Na acusação ao farmacêutico e à técnica de
farmácia, o Ministério Público considerou que houve troca de
medicamentos e que esta troca teria sido "provocada por falta de
cumprimento dos deveres impostos pelo manual de procedimentos".
A
defesa, por seu lado, alegou que, à data dos factos, não existia manual
de procedimentos na Unidade de Preparação dos Produtos Citotóxicos, e
denunciou a inexistência de supervisão e fiscalização dos profissionais
por ordens superiores e por falta de meios humanos na secção.
Ao
longo do julgamento ficou a saber-se que a Unidade de Produção de
Citotóxicos não tinha manual de procedimentos para a elaboração de
medicamentos, nem havia normas na rotulagem dos medicamentos.
Um manual de
procedimentos, contudo, foi enviado para o Infarmed depois dos seis
casos de cegueira, como sendo o manual que estava a ser utilizado à data
dos factos.
Ficou ainda a saber-se que os medicamentos eram elaborados e ministrados segundo as orientações verbais da coordenadora do serviço de produção de citotóxicos, e que não havia supervisão e fiscalização dos profissionais que produziam os medicamentos por falta de meios humanos.
Durante as audiências foram ouvidos oftalmologistas que consideraram que a cegueira das seis pessoas terá tido origem tóxica e que os pacientes foram inoculados com um medicamento diferente do suposto - o Avastin (Bevacizumab).
*Com Agência Lusa
Fonte: Jornal de Notícias - Portugal
Ficou ainda a saber-se que os medicamentos eram elaborados e ministrados segundo as orientações verbais da coordenadora do serviço de produção de citotóxicos, e que não havia supervisão e fiscalização dos profissionais que produziam os medicamentos por falta de meios humanos.
Durante as audiências foram ouvidos oftalmologistas que consideraram que a cegueira das seis pessoas terá tido origem tóxica e que os pacientes foram inoculados com um medicamento diferente do suposto - o Avastin (Bevacizumab).
*Com Agência Lusa
Fonte: Jornal de Notícias - Portugal
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