
A  memória tem sido sempre uma preocupação dos idosos e até de pessoas  mais jovens. Dessa forma, são freqüentes as queixas de problemas na  esfera cognitiva dos nossos pacientes. Chamamos habilidades cognitivas  toda uma organização de memória e pensamento que nos faz capaz de  resolver tarefas simples e complexas. Quando pedimos para um paciente  portador de algum tipo de demência que ele leve um objeto até uma mesa  próxima, deixe-o lá e nos traga outro objeto lá deixado, essa tarefa  parece extremamente complexa, pois há uma perda da capacidade de  organizar cada etapa das tarefas, por mais simples que elas sejam.  Quando  há perda da memória ou da orientação no tempo e espaço e o paciente não  sabe mais que dia é hoje ou em que ano estamos, esse quadro já define  uma doença muito avançada. 
Felizmente,  a maior parte dos nossos pacientes com queixas de dificuldades de  memória não tem demência. São vítimas do stress e cansaço com a correria  do dia a  dia. Além disso, o medo de esquecer pode gerar  maior dificuldade em se lembrar dos detalhes dos fatos recentes, como o  que eu comi ontem ou o nome do filme que eu assisti no final de semana. A  orientação para esses casos não passa de recomendações de cuidado com o  stress e um providencial maior período de repouso e laser. 
Outra  situação que vem sendo regularmente avaliada pelos neurologistas,  frente às queixas de alterações de memória em seus pacientes, são os  níveis de vitamina B12. Alguns deles demonstram deficiência da vitamina  no sangue e isso tem sido relacionado à alterações cognitivas. Acaba de ser publicado na revista médica da American Academy of Neurology  um  trabalho científico que vem confirmar a importância da vitamina B12  para a saúde neurológica das pessoas. Os autores da pesquisa avaliaram  os níveis da vitamina B12 em 121 pessoas com mais de 65 anos e  correlacionaram esses resultados com testes de memória e outras  habilidades cognitivas, além da avaliação cerebral através de  Ressonância Nuclear Magnética. Os níveis de vitamina B12 revelaram boa  correlação com os testes cognitivos e de memória, de maneira que os mais  baixos valores da vitamina foram associados com os piores índices  cognitivos, bem como com redução do volume cerebral medido pela  ressonância nuclear magnética. 
Esses  achados vem confirmar um fato já estudado e bem conhecido que é a  importância da proteína de origem animal na alimentação do idoso. Esses  alimentos, incluindo peixe, carne vermelha, frango, ovos e leite são  sabidamente as principais fontes de vitamina B12 de nossa dieta. Frente à  conhecida importância dessa vitamina na preservação da memória, assim  como de todas as demais habilidades cognitivas do idoso, faz-se  necessária a adequação desse micronutriente à sua dieta. O que ocorre  com os idosos é que eles passam a evitar inicialmente a carne, por  problemas de mastigação e digestão. Depois, evitam o frango com a  alegação de que não tem sabor. Finalmente, deixam de tomar leite devido à  maior fermentação e formação de gases. Com isso, eles deixam de ingerir  todas as fontes nutricionais da vitamina B12.
fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/arch2011-09-16_2011-09-30.html
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