sexta-feira, 5 de julho de 2013

Supermercado de Sabino, SP, é investigado por venda de remédio

MP quer saber como medicamento pago com dinheiro público foi desviado.
Dono do comércio era chefe do setor de licitação da prefeitura da cidade.

O Ministério Público de Sabino (SP) investiga um suposto desvio de medicamentos comprados com o dinheiro público e também como eles chegaram até um supermercado da cidade, onde eram comercializados livremente.

O supermercado pertence a Paulo Rogério Gonçalves, que ocupava o cargo de chefe do setor de licitações da prefeitura de Sabino. Após o surgimento da denúncia, ele pediu exoneração do cargo que ocupava desde o início do ano.

A venda de medicamentos em supermercados é uma prática condenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Avisa). Além disso, um dos remédios vendidos no mercado de Sabino é de comercialização proibida, ou seja, deveria ser distribuído gratuitamente apenas em unidades públicas.

O dono do supermercado, através de seu advogado, diz que não tinha conhecimento da ilegalidade, reafirma o erro na prática da venda de medicamentos e argumenta que jamais teve a intenção de receptar medicamentos desviados ou vender remédios destinados à distribuição gratuita. “Ele assumiu que vendia, mas no intuito de servir a população, que conta com apenas uma farmácia na cidade e que fecha cedo”, disse o advogado Ruy Arruda. Nos próximos dias, o MP começará a ouvir os envolvidos no caso.

A denúncia chegou ao MP através de um grupo de vereadores da cidade, que recebeu um vídeo feito por uma moradora de Sabino no qual ela entra no mercado e compra uma caixa de diclofenaco de sódico, um anti-inflamatório que só pode ser vendido com prescrição médica. No vídeo, ela recebe o produto e paga por ele. Na saída, ela mostra a cartela com os comprimidos com a inscrição de proibição da venda no comércio.

Um dos vereadores também comprou o medicamento no mercado e ainda obteve a nota fiscal da transação. “Efetuei a compra, pedi o cupom fiscal e o funcionário do mercado me deu”, relatou o vereador Alexandre Ezidio da Silva, um dos que levou o caso ao MP.

A  denúncia repercutiu no Executivo. O prefeito de Sabino, Pedro de Paula, garante que os comprimidos não foram desviados da prefeitura. “A prefeitura não tem nada a ver com esse caso, pois não são remédios do centro de saúde”, disse o prefeito.

O remédio diclofenaco sódico existente na única unidade de saúde da cidade de fato é diferente do que era vendido no supermercado. Por isso, o Ministério Público quer saber de onde foram desviados esses remédios. O presidente da Câmara de Sabino, Vagner Hávilla, disse que vai esperar um posicionamento da Justiça para decidir se instaura uma CEI (Comissão Especial de Inquérito).

Fonte: G1


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