Apesar da invasão das grandes redes de farmácia nos bairros mais distantes, o que se percebe é que muitos estabelecimentos de menor porte do setor ainda conseguem se manter em atividade. Além de acompanhar a evolução do segmento - que já há algum tempo não se limita à venda de produtos farmacêuticos -, as pequenas têm uma distinção crucial das gigantes: o atendimento mais aproximado com o comprador. "Eles (os seus clientes) são como se fossem da família", confessa Rubens da Silveira Barbosa, proprietário de uma farmácia na Avenida Coronel Carvalho, no bairro Jardim Iracema.
"Há 30 anos, moro e trabalho aqui. E não tem hora, domingo e feriado. Sempre atendo nas madrugadas. Aqui, eles não falam: vou lá na farmácia Dione. Dizem: vou lá no Rubens", comenta, lembrando que, apesar de ser localizada no mesmo quarteirão de uma das maiores redes de drogaria do Brasil, não se intimida. "Não afeta o meu movimento. A minha clientela é fidelizada. Eu já estou vendendo para filhos e netos dos primeiros consumidores. Conheço o pessoal pelo nome. Meu ponto já virou referência. É a mesma coisa do seu Alberto, da farmácia Independência, nessa mesma avenida, lá na frente, na Barra do Ceará, que também já tem muito tempo de estrada e não perdeu os seus", compara.
Rubens é daqueles que gosta de conversar, e, talvez, por isso, tenha dado certo no ramo que decidiu seguir em 1982, quando retornou de Brasília para sua terra natal.
"É maravilhoso. A gente faz por vocação. Aí dá certo". Ele diz que no começo a distância entre as casas era bem maior e havia muito terreno baldio. Mas, mesmo assim, o projeto vingou.
"Escolhi abrir o negócio no Jardim Iracema por causa da necessidade da população. Observei isso. Fica mais fácil a locomoção das pessoas e naquele tempo já havia demanda. A concentração das grandes farmácias era mais no Centro", relembra Rubens.
Para Maurício Filizola, diretor tesoureiro do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), é notória a diferença que faz esse tipo de atendimento mais pessoal para o público da periferia, em específico. Porém, é preciso muito mais do que isso para concorrer com as grandes drogarias. "As pequenas precisam se associar para obter descontos mais interessantes e poder concorrer com o preço praticado pelas redes maiores", acredita.
"O mercado é muito competitivo. Se elas não procurarem se atualizar elas vão acabar fechando por conta dos prejuízos", complementa.
Segundo ele, há muito, as principais redes que atuam no setor já observaram esse dinamismo vivido pelos bairros que abrigam as classe C e D.
"Pelo que nós temos observado, os bairros periféricos têm se estruturado e a demanda está ficando é mais criteriosa. Já existe a cobrança por melhores produtos e serviço também nessas regiões da Cidade", conclui o especialista do setor. (IJS)
Preferência
"Aqui, eles não falam: vou lá na farmácia Dione. Dizem: vou lá no Rubens"
Rubens da SilveiraProprietário da Farmácia Dione
"Há 30 anos, moro e trabalho aqui. E não tem hora, domingo e feriado. Sempre atendo nas madrugadas. Aqui, eles não falam: vou lá na farmácia Dione. Dizem: vou lá no Rubens", comenta, lembrando que, apesar de ser localizada no mesmo quarteirão de uma das maiores redes de drogaria do Brasil, não se intimida. "Não afeta o meu movimento. A minha clientela é fidelizada. Eu já estou vendendo para filhos e netos dos primeiros consumidores. Conheço o pessoal pelo nome. Meu ponto já virou referência. É a mesma coisa do seu Alberto, da farmácia Independência, nessa mesma avenida, lá na frente, na Barra do Ceará, que também já tem muito tempo de estrada e não perdeu os seus", compara.
Rubens é daqueles que gosta de conversar, e, talvez, por isso, tenha dado certo no ramo que decidiu seguir em 1982, quando retornou de Brasília para sua terra natal.
"É maravilhoso. A gente faz por vocação. Aí dá certo". Ele diz que no começo a distância entre as casas era bem maior e havia muito terreno baldio. Mas, mesmo assim, o projeto vingou.
"Escolhi abrir o negócio no Jardim Iracema por causa da necessidade da população. Observei isso. Fica mais fácil a locomoção das pessoas e naquele tempo já havia demanda. A concentração das grandes farmácias era mais no Centro", relembra Rubens.
Para Maurício Filizola, diretor tesoureiro do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), é notória a diferença que faz esse tipo de atendimento mais pessoal para o público da periferia, em específico. Porém, é preciso muito mais do que isso para concorrer com as grandes drogarias. "As pequenas precisam se associar para obter descontos mais interessantes e poder concorrer com o preço praticado pelas redes maiores", acredita.
"O mercado é muito competitivo. Se elas não procurarem se atualizar elas vão acabar fechando por conta dos prejuízos", complementa.
Segundo ele, há muito, as principais redes que atuam no setor já observaram esse dinamismo vivido pelos bairros que abrigam as classe C e D.
"Pelo que nós temos observado, os bairros periféricos têm se estruturado e a demanda está ficando é mais criteriosa. Já existe a cobrança por melhores produtos e serviço também nessas regiões da Cidade", conclui o especialista do setor. (IJS)
Preferência
"Aqui, eles não falam: vou lá na farmácia Dione. Dizem: vou lá no Rubens"
Rubens da SilveiraProprietário da Farmácia Dione
fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=992194
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