Três caixas de levonorgestrel, conhecido como "pílula do dia seguinte", são vendidas a cada 2 horas em Cuiabá. O número mostra que o medicamento substitui os métodos tradicionais de evitar a gravidez, como o preservativo e os anticoncepcionais. O dado mostra ainda que o cuiabano se expõe nas relações, correndo risco de contrair uma série de doenças sexualmente transmissíveis. A falta de informação faz com que os consumidores não saibam dos efeitos colaterais causados com o uso frequente, entre eles o câncer de mama e útero, diarréia e desordem menstrual.
A venda indiscriminada do comprimido mostra a mudança no modo de se evitar a gravidez. Ele teoricamente deveria ser usado em casos considerados de emergência como o rompimento do preservativo ou estupro. No entanto, se tornou uma "solução" para as relações sexuais, muitas vezes, sem camisinha.
A estatística faz parte de uma pesquisa de pós-graduação de Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). A farmacêutica Elisangela Cadore esteve em uma rede de farmácias da Capital, com unidades em 12 bairros. Em um período de 5 meses constatou que 5.976 caixas (cada caixa possui 2 comprimidos) foram vendidas em Cuiabá. Por causa da grande concentração de pessoas, as regiões do CPA e Coxipó foram as que mais comercializaram o anticoncepcional. "Eu trabalho na área, no balcão, então fui percebendo o aumento do consumo. Ele ocorre muito. Tem mulheres que tomam de 5 a 6 vezes por mês a pílula".
Na rede de farmácia onde foi realizado o estudo, foram vendidas uma média de 40 caixas por dia. Os bairros onde estão as farmácias atendem 12% da população feminina da Capital. Durante o estudo, constatou-se que apenas na rede, 3 de cada 100 mulheres das regiões compraram uma caixa do medicamento.
O consumo excessivo acontece independentemente do preço. Comparado a um anticoncepcional diário que, dependendo da marca, pode ser comprado por R$ 5 (para duração de 1 mês), a pílula do dia seguinte custa até 5 vezes mais, de R$ 18 a R$ 26 a caixa, para ser usado apenas 2 vezes.
O orientador do projeto, professor Helder Cássio de Oliveira, afirma que 1 comprimido do anticoncepcional de emergência equivale a 5 do normal, tamanha é a concentração de hormônios. "O consumo frequente pode causar a falta da menstruação".
Vendas - Vendedores das farmácias na região do CPA comprovam a compra sem critério do comprimido. Em algumas delas, são vendidas de 6 a 7 caixas enquanto em outras, dependendo do período do ano, pode chegar a 20.
O balconista Ecleibert Carvalho, 26, conta que, quando os clientes não encontram a pílula, procuram medicamentos abortivos. "Tomar a pílula não é errado, mas deve ser para casos emergenciais. Essa frequência que deve ser evitada".
Na opinião dele, a grande procura acontece devido a "falta de instrução em casa". "Se as pessoas soubessem o estrago que faz no corpo delas ficar tomando isso sempre, com certeza evitariam".
Bairros considerados de classe média-alta e alta também apresentam grande procura. Em uma farmácia localizada no bairro Jardim Itália, por exemplo, por dia são vendidas até 5 caixas, incluindo em entrega à domicílio, caso o cliente não queira se expor. Um farmacêutico disse que a procura aumenta no Carnaval e cerca de 2 semanas depois, o foco dos consumidores se volta para o teste de gravidez.
Relato de usuárias da pílula do dia seguinte
C.B, 29, tomava regularmente o anticoncepcional "tradicional". No entanto, devido a um sangramento no meio do ciclo menstrual, teve que parar de usá-lo. Nesse período manteve as relações sexuais e, segundo ela, teve que tomar a pílula de emergência 2 vezes.
Na primeira utilização, seguindo corretamente a instrução, tomou as 2 pílulas em um período de 12 horas até 24 horas após a relação. Já na segunda, seguindo o mesmo "ritual", não surtiu efeito e engravidou de gêmeos.
Outra usuária do comprimido, C.M., 18, sofreu com os efeitos colaterais. Segundo ela, na primeira vez que usou, sentiu muita dor no corpo. "Eu não aguentava ficar em pé. Ficava deitada".
Ela conta que usou a primeira vez quando tinha 17 anos. Na segunda vez que utilizou, "na hora do desespero", o principal efeito colateral foram as ânsias de vômito.
Motivo: Falta de Informação
Para os pesquisadores, Elisangela e Helder, o principal motivo para o grande consumo é a falta de informação das pessoas. O problema é tão grave que, de acordo com os farmacêuticos, já houve casos do homem também tomar o medicamento junto com a parceira. "A situação mostra também que os casais estão mantendo relação sexual sem prevenção, o que aumenta a contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)"
Ao contrário do que é divulgado, a pílula do dia seguinte não é um abortivo. O remédio tem a função de diminuir a velocidade do espermatozóide antes de chegar ao óvulo. A "lentidão", causada pela espessamento do muco cervical, faz com que o espermatozóide não consiga fecundar.
Os comprimidos devem ser tomados em até 72 após a relação sexual. Pesquisas mostram que a eficácia da pílula reduz com o decorrer do tempo. Caso a ingestão seja em menos de 24 horas após o ato, a eficácia é de 95%. Entre 24h e 48h, cai para 85% e, entre 48h e 72h, é reduzido para 58%.
Fonte: Do site de notícias de Mato Grosso - Mídia News
Leia mais sobre
Abuso no uso de Pílulas do Dia Seguinte - Portal Farmacêutico em
pfarma.com.br
Três caixas de levonorgestrel, conhecido como "pílula do dia seguinte", são vendidas a cada 2 horas em Cuiabá. O número mostra que o medicamento substitui os métodos tradicionais de evitar a gravidez, como o preservativo e os anticoncepcionais. O dado mostra ainda que o cuiabano se expõe nas relações, correndo risco de contrair uma série de doenças sexualmente transmissíveis. A falta de informação faz com que os consumidores não saibam dos efeitos colaterais causados com o uso frequente, entre eles o câncer de mama e útero, diarréia e desordem menstrual.
A venda indiscriminada do comprimido mostra a mudança no modo de se evitar a gravidez. Ele teoricamente deveria ser usado em casos considerados de emergência como o rompimento do preservativo ou estupro. No entanto, se tornou uma "solução" para as relações sexuais, muitas vezes, sem camisinha.
A estatística faz parte de uma pesquisa de pós-graduação de Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). A farmacêutica Elisangela Cadore esteve em uma rede de farmácias da Capital, com unidades em 12 bairros. Em um período de 5 meses constatou que 5.976 caixas (cada caixa possui 2 comprimidos) foram vendidas em Cuiabá. Por causa da grande concentração de pessoas, as regiões do CPA e Coxipó foram as que mais comercializaram o anticoncepcional. "Eu trabalho na área, no balcão, então fui percebendo o aumento do consumo. Ele ocorre muito. Tem mulheres que tomam de 5 a 6 vezes por mês a pílula".
Na rede de farmácia onde foi realizado o estudo, foram vendidas uma média de 40 caixas por dia. Os bairros onde estão as farmácias atendem 12% da população feminina da Capital. Durante o estudo, constatou-se que apenas na rede, 3 de cada 100 mulheres das regiões compraram uma caixa do medicamento.
O consumo excessivo acontece independentemente do preço. Comparado a um anticoncepcional diário que, dependendo da marca, pode ser comprado por R$ 5 (para duração de 1 mês), a pílula do dia seguinte custa até 5 vezes mais, de R$ 18 a R$ 26 a caixa, para ser usado apenas 2 vezes.
O orientador do projeto, professor Helder Cássio de Oliveira, afirma que 1 comprimido do anticoncepcional de emergência equivale a 5 do normal, tamanha é a concentração de hormônios. "O consumo frequente pode causar a falta da menstruação".
Vendas - Vendedores das farmácias na região do CPA comprovam a compra sem critério do comprimido. Em algumas delas, são vendidas de 6 a 7 caixas enquanto em outras, dependendo do período do ano, pode chegar a 20.
O balconista Ecleibert Carvalho, 26, conta que, quando os clientes não encontram a pílula, procuram medicamentos abortivos. "Tomar a pílula não é errado, mas deve ser para casos emergenciais. Essa frequência que deve ser evitada".
Na opinião dele, a grande procura acontece devido a "falta de instrução em casa". "Se as pessoas soubessem o estrago que faz no corpo delas ficar tomando isso sempre, com certeza evitariam".
Bairros considerados de classe média-alta e alta também apresentam grande procura. Em uma farmácia localizada no bairro Jardim Itália, por exemplo, por dia são vendidas até 5 caixas, incluindo em entrega à domicílio, caso o cliente não queira se expor. Um farmacêutico disse que a procura aumenta no Carnaval e cerca de 2 semanas depois, o foco dos consumidores se volta para o teste de gravidez.
Relato de usuárias da pílula do dia seguinte
C.B, 29, tomava regularmente o anticoncepcional "tradicional". No entanto, devido a um sangramento no meio do ciclo menstrual, teve que parar de usá-lo. Nesse período manteve as relações sexuais e, segundo ela, teve que tomar a pílula de emergência 2 vezes.
Na primeira utilização, seguindo corretamente a instrução, tomou as 2 pílulas em um período de 12 horas até 24 horas após a relação. Já na segunda, seguindo o mesmo "ritual", não surtiu efeito e engravidou de gêmeos.
Outra usuária do comprimido, C.M., 18, sofreu com os efeitos colaterais. Segundo ela, na primeira vez que usou, sentiu muita dor no corpo. "Eu não aguentava ficar em pé. Ficava deitada".
Ela conta que usou a primeira vez quando tinha 17 anos. Na segunda vez que utilizou, "na hora do desespero", o principal efeito colateral foram as ânsias de vômito.
Motivo: Falta de Informação
Para os pesquisadores, Elisangela e Helder, o principal motivo para o grande consumo é a falta de informação das pessoas. O problema é tão grave que, de acordo com os farmacêuticos, já houve casos do homem também tomar o medicamento junto com a parceira. "A situação mostra também que os casais estão mantendo relação sexual sem prevenção, o que aumenta a contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)"
Ao contrário do que é divulgado, a pílula do dia seguinte não é um abortivo. O remédio tem a função de diminuir a velocidade do espermatozóide antes de chegar ao óvulo. A "lentidão", causada pela espessamento do muco cervical, faz com que o espermatozóide não consiga fecundar.
Os comprimidos devem ser tomados em até 72 após a relação sexual. Pesquisas mostram que a eficácia da pílula reduz com o decorrer do tempo. Caso a ingestão seja em menos de 24 horas após o ato, a eficácia é de 95%. Entre 24h e 48h, cai para 85% e, entre 48h e 72h, é reduzido para 58%.
Fonte: Do site de notícias de Mato Grosso - Mídia News
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Abuso no uso de Pílulas do Dia Seguinte - Portal Farmacêutico em
pfarma.com.br
Três caixas de levonorgestrel, conhecido como "pílula do dia seguinte", são vendidas a cada 2 horas em Cuiabá. O número mostra que o medicamento substitui os métodos tradicionais de evitar a gravidez, como o preservativo e os anticoncepcionais. O dado mostra ainda que o cuiabano se expõe nas relações, correndo risco de contrair uma série de doenças sexualmente transmissíveis. A falta de informação faz com que os consumidores não saibam dos efeitos colaterais causados com o uso frequente, entre eles o câncer de mama e útero, diarréia e desordem menstrual.
A venda indiscriminada do comprimido mostra a mudança no modo de se evitar a gravidez. Ele teoricamente deveria ser usado em casos considerados de emergência como o rompimento do preservativo ou estupro. No entanto, se tornou uma "solução" para as relações sexuais, muitas vezes, sem camisinha.
A estatística faz parte de uma pesquisa de pós-graduação de Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). A farmacêutica Elisangela Cadore esteve em uma rede de farmácias da Capital, com unidades em 12 bairros. Em um período de 5 meses constatou que 5.976 caixas (cada caixa possui 2 comprimidos) foram vendidas em Cuiabá. Por causa da grande concentração de pessoas, as regiões do CPA e Coxipó foram as que mais comercializaram o anticoncepcional. "Eu trabalho na área, no balcão, então fui percebendo o aumento do consumo. Ele ocorre muito. Tem mulheres que tomam de 5 a 6 vezes por mês a pílula".
Na rede de farmácia onde foi realizado o estudo, foram vendidas uma média de 40 caixas por dia. Os bairros onde estão as farmácias atendem 12% da população feminina da Capital. Durante o estudo, constatou-se que apenas na rede, 3 de cada 100 mulheres das regiões compraram uma caixa do medicamento.
O consumo excessivo acontece independentemente do preço. Comparado a um anticoncepcional diário que, dependendo da marca, pode ser comprado por R$ 5 (para duração de 1 mês), a pílula do dia seguinte custa até 5 vezes mais, de R$ 18 a R$ 26 a caixa, para ser usado apenas 2 vezes.
O orientador do projeto, professor Helder Cássio de Oliveira, afirma que 1 comprimido do anticoncepcional de emergência equivale a 5 do normal, tamanha é a concentração de hormônios. "O consumo frequente pode causar a falta da menstruação".
Vendas - Vendedores das farmácias na região do CPA comprovam a compra sem critério do comprimido. Em algumas delas, são vendidas de 6 a 7 caixas enquanto em outras, dependendo do período do ano, pode chegar a 20.
O balconista Ecleibert Carvalho, 26, conta que, quando os clientes não encontram a pílula, procuram medicamentos abortivos. "Tomar a pílula não é errado, mas deve ser para casos emergenciais. Essa frequência que deve ser evitada".
Na opinião dele, a grande procura acontece devido a "falta de instrução em casa". "Se as pessoas soubessem o estrago que faz no corpo delas ficar tomando isso sempre, com certeza evitariam".
Bairros considerados de classe média-alta e alta também apresentam grande procura. Em uma farmácia localizada no bairro Jardim Itália, por exemplo, por dia são vendidas até 5 caixas, incluindo em entrega à domicílio, caso o cliente não queira se expor. Um farmacêutico disse que a procura aumenta no Carnaval e cerca de 2 semanas depois, o foco dos consumidores se volta para o teste de gravidez.
Relato de usuárias da pílula do dia seguinte
C.B, 29, tomava regularmente o anticoncepcional "tradicional". No entanto, devido a um sangramento no meio do ciclo menstrual, teve que parar de usá-lo. Nesse período manteve as relações sexuais e, segundo ela, teve que tomar a pílula de emergência 2 vezes.
Na primeira utilização, seguindo corretamente a instrução, tomou as 2 pílulas em um período de 12 horas até 24 horas após a relação. Já na segunda, seguindo o mesmo "ritual", não surtiu efeito e engravidou de gêmeos.
Outra usuária do comprimido, C.M., 18, sofreu com os efeitos colaterais. Segundo ela, na primeira vez que usou, sentiu muita dor no corpo. "Eu não aguentava ficar em pé. Ficava deitada".
Ela conta que usou a primeira vez quando tinha 17 anos. Na segunda vez que utilizou, "na hora do desespero", o principal efeito colateral foram as ânsias de vômito.
Motivo: Falta de Informação
Para os pesquisadores, Elisangela e Helder, o principal motivo para o grande consumo é a falta de informação das pessoas. O problema é tão grave que, de acordo com os farmacêuticos, já houve casos do homem também tomar o medicamento junto com a parceira. "A situação mostra também que os casais estão mantendo relação sexual sem prevenção, o que aumenta a contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)"
Ao contrário do que é divulgado, a pílula do dia seguinte não é um abortivo. O remédio tem a função de diminuir a velocidade do espermatozóide antes de chegar ao óvulo. A "lentidão", causada pela espessamento do muco cervical, faz com que o espermatozóide não consiga fecundar.
Os comprimidos devem ser tomados em até 72 após a relação sexual. Pesquisas mostram que a eficácia da pílula reduz com o decorrer do tempo. Caso a ingestão seja em menos de 24 horas após o ato, a eficácia é de 95%. Entre 24h e 48h, cai para 85% e, entre 48h e 72h, é reduzido para 58%.
Fonte: Do site de notícias de Mato Grosso - Mídia News
-> - Foto: WEB
O símbolo da Medicina é uma cobra enrolada, com a seguinte frase:" Sedarem dolorem opus divinus est", ou seja: "Sedar a dor é um ato divino". Mas, como na vida tudo é relativo, vai lá uma pergunta: medicamento ou veneno?
Na antiguidade grega, a Medicina era um grande sacerdócio, mas foi mudando, mudando até se tornar um grande negócio. O lucro passou a ser o medicamento. O veneno mais eficiente encontrado hoje é o modelo capitalista, que envenena as massas trabalhadoras com seu ódio, desprezo pelas pessoas, pelo trabalho justo e produtivo, pela falta de justiça, pela ausência da reforma agrária, pelo envenenamento com os agrotóxicos produzido pelo agronegócio... Lucro, lucro, lucro sempre o lucro, e tome uma mídia totalmente envenenada.
O aumento da média de vida da população aconteceu muito mais em função das conquistas sociais bancadas pela população trabalhadora do que propriamente pelas conquistas científicas. As conquistas sociais sempre foram um medicamento voltado para a Saúde, ao passo que as conquistas cientificas sempre foram voltadas para combater as doenças. Uma complementa a outra... mas e o veneno?
O modelo capitalista sempre foi o veneno, na sua forma mais avançada: o imperialismo, que, na fobia de impedir qualquer vestígio de luta de classes, tenta esmagar com a doença, alienação, desinformação, deseducação...Ou seja: o modelo capitalista precisa desesperadamente da doença. Manter a população adoecida é manter o controle. Doença e lucro mantêm essa cobra venenosa ativa e raivosa.
As elites são iguais em qualquer lugar do planeta. Mantêm seus enormes "bolsos-famílias" plenos de venenos, corrupção e artimanhas, criam leis para seu próprio benefício, mostram o "pau" e escondem sempre a cobra. Lucro com o "pão e circo", lucro com as doenças de massa produzidas pela forma totalmente insalubre ou insana da produção de bens e insumos inteiramente administrada pelo envenenamento da "mais e cada vez mais-valia" e o lucro que desqualifica o indivíduo, tornando-o um simples objeto, um simples numerozinho desprezível e vulgar. O modelo capitalista precisa desqualificar e adoecer, eis sua real fonte de lucro.
A Medicina, desde algum tempo, vem sendo usada metaforicamente, como no exemplo da cobra: medicamento ou veneno, ou seja, ambigüidade para encobrir outras razões. Escolas e cursos superiores particulares em cada esquina "sem rosto" para gerar lucros e formar gerações adestradas. Todos tem enormes lucros: "a industria da doença", com laboratórios, planos de saúde, farmácias, drogarias, "em cada família um ou vários doentes". E segue essa procissão impiedosa e cruel em nome da "bondade" e da "piedade". O "rabo do cavalo" é o setor público, que pertence verdadeiramente à população, mas só cresce para baixo.
Doenças de massa, fome, miséria, causas naturais, desemprego, as grandes "jogadas" do capital especulativo que geram milhões de desempregos, angústia, desespero, cada vez mais doenças contra as quais a Medicina sozinha nunca pôde, nem dará conta. A Medicina é um alivio para a dor... a dor social. A tragédia social é para ser combatida de frente pelo indivíduo, pelo cidadão, pela ação coletiva, para retirar o veneno da exploração de classes...
A nossa tarefa é envenenar as cobras, modificar, revolucionar, não acreditar em medicamentos que a cultura burguesa nos dá como líquidos e certos há séculos, como infantilizar-nos com suas verdades venenosas e absolutas. Usemos o medicamento adequado: justiça social. Usemos a Medicina, a Educação, a Arte, a Cultura, a Justiça, no lugar onde devem estar. O veneno da corrupção, do lucro; da alienação; da estupidez pela força das armas, das guerras por mais poder, ditaduras econômicas e culturais,podemos jogar tudo isso no lixo com suas cobras venenosas.
É doloroso ver um trabalhador num corredor de um hospital público, totalmente desprotegido, sem nenhuma assistência, nenhum medicamento, quase morrendo, cercado de uma multidão de trabalhadores iguais a ele, nas mesmas circunstâncias, sem a menor chance... e o médico impotente. Aquele trabalhador que deu sua vida pela família, pela sua dignidade, nunca imaginou que isso acontecesse.
E o médico, com seu baixíssimo salário, vê todo dia isso acontecer...sem nada poder fazer. Eis o que o modelo capitalista nos impõe: nossa frustração ou morte, venenos letais. Contra o veneno... o antidoto, que é não se deixar levar pelas "bruxarias" "do não adianta fazer nada", "é impossível fazer alguma coisa", "é melhor negociar com o inimigo", "vamos fazer o jogo", "vamos manter a esperteza" , "os fins justificam os meios", "não adianta remar contra a maré"... A "bruxaria" só existe se você acreditar nela.
Companheiro cidadão, coragem e esperança sempre, não se deixe envenenar. A sua voz é a minha voz, a sua angústia é a minha angústia, a tua força é a minha força. O nosso grande medicamento? Lucidez e solidariedade.
* Daniel Chutorianscy, médico e pesquisador, residente em Niterói-RJ.
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Fonte:
http://www.ex-vermelho1.blogspot.com/)
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=40110