quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Conselho pune psiquiatra, que pode perder o registro

  • Por unanimidade, CRM interdita o médico Ubiratan Barbalho, flagrado vendendo atestados

  • MidiaNews/Reprodução

    Arlan Azevedo, do CRM: meta é cassar o registro do médico Ubiratan Barbalho (destaque)

    ISA SOUSA DA REDAÇÃO
     
    Por unanimidade, os 20 integrantes do Conselho Regional de Medicina (CRM) votou, ontem (8) à noite,  pela interdição cautelar do médico Ubiratan de Magalhães Barbalho. A partir de agora, ele está proibido de atender a pacientes.

    O psiquiatra é acusado de prescrever atestados e medicamentos tarja preta (venda mediante apresentação de receita médica) a militares e funcionários públicos, que queriam se afastar dos cargos, mesmo não apresentado quadro patológico.

    Conforme o presidente do CRM, Arlan de Azevedo, o julgamento pela interdição cautelar ocorreu pelo fato de o resultado ser imediato, ou seja, culminar na proibição do exercício da profissão, pelo período máximo de três meses.

    Além da interdição cautelar, o conselho irá prosseguir com pedido de cassação de Ubiratan, que é definitivo. Isso significa dizer que ele pode ter o registro profissional cassado. O CRM puniu o médico com base no inquérito que apurou a venda de atestados.

    "Vemos a interdição cautelar como importante, em um momento que entendemos o perigo iminente deste profissional no mercado de trabalho, que coloca em risco a população", disse Azevedo.

    Relembre o caso
    Ubiratan de Magalhães Barbalho foi o personagem principal de matéria exclusiva do programa "Fantástico", da Rede Globo, no início de janeiro. Psiquiatra, ele foi flagrado por uma policial militar, com uma câmera escondida, vendendo atestado médico.

    Além dos atestados, receitas eram prescritas com medicamentos tarjas preta (venda apenas sob apresentação de receita médica) indiscriminadamente. De acordo com números da Corregedoria da Polícia Militar, que investiga o caso, 87 militares compraram o atestado, que chegava a custar R$ 150.

    A sindicância e o processo administrativo que serão feitos pelo Conselho Regional de Medicina se iniciaram com representação do Ministério Público Estadual (MPE), que ainda investiga supostos casos em secretarias do Estado, com servidores públicos.

    Apesar dos vídeos, o MPE alertou que um inquérito policial só poderá ser aberto quando tiver provas cabíveis para tal, já que as gravações foram usadas apenas como instrumento de verificação do ato e as pessoas apenas fingiram necessitar do atestado.

    Caso sejam comprovados as ações de Ubiratan Barbalho, ele pode responder por falsidade ideológica, por declarar falso diagnóstico, e ainda por tráfico de entorpecentes, se os medicamentos que receitava causarem dependência química.

    fonte: http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=3&idnot=41675

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