sábado, 11 de dezembro de 2010

Cai lucro das drogarias da Capital com nova lei de antibióticos


Laura Holsback
Alessandra de Souza


A nova lei para a venda de antibióticos em vigor desde o dia 28 de novembro tem influenciado na lucratividade das drogarias e farmácias de Campo Grande e gerado dúvidas entre os comerciantes do ramo. 

Depois que passou a ser exigida a receita médica, a venda deste medicamento caiu entre 40 a 50%, segundo responsáveis de drogarias. 

Este não é o único problema enfrentado por eles, ainda existe a dúvida quanto à demanda de médicos na saúde do município e se os próprios profissionais vão cumprir a nova regra. 

A lei presume que todos os antibióticos com registro no país devem ser receitados pelos médicos em duas vias, cuja validade termina em 10 dias. Um das vias deve ficar na farmácia, com o nome, RG, endereço e telefone, de quem comrprou, além da data de emissão, e a outra entregue ao paciente devidamente carimbada para comprovar a venda. 

A prescrição também deve estar em letra legível contendo o nome do medicamento, dosagem, nome completo do paciente, nome do médico, registro profissional, endereço, assinatura e carimbo.
Segundo a farmacêutica Caroline Rainche de Arruda, a venda de antibióticos na drogaria onde trabalha representa 40% das vendas. Para ela, apesar disso a lei é válida, mas deve funcionar melhor. “Muitos pacientes reclamam quando não podemos vender remédio sem a prescrição médica. Vários deles não têm acesso à saúde como deveriam ter”, comenta. 

Sobre este problema Caroline não é a única que tem essa opinião. Haline David, também farmacêutica, acha que o prazo de 180 dias estipulados para adaptação à lei não foi o suficiente. Para ela os médicos são poucos para atender a todos que precisam da receita. “Tem sido um problema, muitos são de classe social baixa, não tem condições de pagar um médico e aí precisam recorrer aos postos de saúde que com a quantidade de médicos não conseguem atender a demanda de pacientes. 

Outro questionamento é com relação ao desconhecimento da lei. Segundo os farmacêuticos, muitos chegam para comprar sem a receita e pela venda ser proibida ficam irritados com os atendentes. Os comerciantes do ramo julgam que a divulgação deveria ter sido mais intensificada, principalmente nos centros de saúde. 

Enquanto a equipe do Midiamax fazia a reportagem em uma farmácia local, flagrou uma senhora tentando comprar um tipo de antibiótico apenas com o nome escrito a lápis em um pedaço de papel. Ela não quis se identificar, e assustada, apenas disse que havia esquecido a receita em casa e foi embora. 

Os médicos e a nova lei
Os profissionais também comentaram sobre muitos pacientes que vão até a farmácia com apenas uma via da receita. De acordo com eles, os médicos não estão fornecendo as duas como prevê a lei. Nestes casos eles solicitam que o paciente tire uma fotocópia. 

Conforme o CRM/MS (Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso do Sul), segundo a assessoria de imprensa, o posicionamento do conselho é de acordo com a lei, e como os médicos acatam a regra não depende deles. A assessoria comentou que o CRM se envolve apenas quando há denuncias de que o profissional não está atendendo a lei, e esta deve ser feita no conselho. 

O Midiamax questionaria o CRM sobre a quantidade de médicos na saúde da Capital, mas não conseguiu falar com presidente Juberty Antônio de Souza, nem com responsáveis e a assessoria não soube dar um posionamento.
A fiscalização nas farmácias e drogarias é feita pela Vigilância Sanitária estadual ou municipal. O descumprimento tanto da comercialização quanto da saúde é considerado infração à legislação sanitária federal. 

fonte: http://www.midiamax.com/noticias/732958-cai+lucro+drogarias+capital+com+nova+lei+antibioticos.html

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