terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O negócio de remédio






Uma grande produtora local de

medicamentos como tornou-se a Hypermarcas, com a compra da Mantecorp, deve significar que tipo de desafios para as redes de farmácias e consumidores de remédios? Menos poder de barganha no mercado, é uma primeira coisa a se pensar. Mas se realmente a Hypermarcas quer fazer a diferença na indústria brasileira de medicamentos poderia investir pesado na nacionalização de princípios ativos para produção de remédios, um dos maiores responsáveis  pelo desequilíbrio da balança comercial da indústria química nacional a favor dos importados.

O Brasil já tentou enfrentar essa dependência de matérias-primas essenciais para a produção de remédios com um plano no final do governo militar de incentivo à química fina, mas, na contramão, o grande número de multinacionais do ramo farmacêutico pesou mais na continuidade de importação de princípios ativos de suas casas-matrizes, ficando apenas a formulação e a "tropicalização" dos medicamentos para a operação das suas unidades instaladas no País. Mas, se o objetivo da Hypermarcas para o negócio de remédios for apenas o ter construído uma significativa massa crítica para capitalização ou venda, por bilhões, desse naco que hoje integra seus ativos no ramo, então os bilhões poderão chegar em breve. E o brilho atraente desse negócio vem com a emergência para o mercado consumidor de dezenas de milhões de brasileiros - eram calculados em 33 milhões de pessoas até o final dos anos 90 - que até pouco tempo passavam dor, porque não tinham condições de comprar remédios, quaisquer que fossem. Se, digamos, pelo menos metade deles passar a comprar um tipo de medicamentos nas farmácias, significa que o mercado brasileiro farmacêutico deve crescer pelo menos 20% ao ano por uns cinco anos pela frente. É mais ou menos o ritmo de expansão exibido pela construção civil, de dois anos para cá. E, com esse tipo de desempenho, quem não vai querer vir comprar algum negócio de remédio no Brasil.
 
fonte: http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=4&id_noticia=355175

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