segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Está na hora de rever os meus conceitos

PC Guimarães | PC Guimarães | 05/12/2010 23h18
Sou do tempo em que as farmácias vendiam remédios. A Drogaria Granado, por exemplo. Já foi uma das melhores do Rio desde os tempos em que ainda se escrevia pharmacia com ph. Mas acho que estou precisando rever os meus conceitos, como dizia uma antiga propaganda.

Um amigo do Blog esteve na Granado da Praça Saens Peña no último sábado para comprar uma cartelinha de Tylenol. Estava com um princípio de dor de cabeça. Como tinha apenas R$ 2 no bolso e o remédio custava um pouco mais, decidiu pagar com cartão de crédito.

Envergonhado por ter que pagar uma conta tão pequena com cartão, adorou a ideia de fazer umas "comprinhas" numa farmácia tradicional. Afinal, hipocondríaco, hipertenso e com problemas de colesterol, adora uma "novidade" farmacêutica. Decidiu repor seu estoque, embora sem necessidade.
"Me dá também um Pressat, 2,5 mg", pediu ao vendedor.

"Pressat? 2,5? Um instante".
O rapaz consultou o computador.
"Não temos".

"Então, tá. Me dá um Moduretic 2,5. Genérico, tá!".
Sem consultar o computador dessa vez, o rapaz subiu numa daquelas antigas escadas de rodinhas que percorrem toda a estante de remédios e foi direto na estante de genéricos.
"Também não tem".

Já desolado, meu amigo resolveu arriscar e pediu um Vytorin, remédio para colesterol, que custa na faixa de R$ 100.
"Esse aí não tem mesmo. Nem adianta consultar".

Meio preocupado em não poder levar uma simples cartelinha de Tylenol para curar o seu princípio de dor de cabeça, resolveu fazer graça:
"Escute aqui: isso aqui é mesmo uma farmácia?".

"É sim senhor!".
"Mas não tem remédios?".
"Tem sim senhor. Só não tem esses que o senhor pediu".

Meu amigo resolveu descontrair de novo:
"Então, tá. Já que não tem os meus remédios e eu preciso gastar pelo menos um pouco mais de R$ 10, você tem bala, pelo menos?".

"Tem sim senhor. Mas só aquelas de gengibre".
A cartelinha de Tylenol ficava cada vez mais longe e algumas pessoas já formavam uma pequena fila esperando ser atendidas.

Meu amigo saiu de fininho, meio sem graça e foi olhar aquelas pequenas prateleiras que ficam no interior da loja. Procurou pastas dentais, sabonetes, shampoos, alguma coisa que pudesse completar os R$ 10. Não encontrou nenhuma das marcas que costuma usar. Resolveu levar um antisséptico bucal. Com as duas mercadorias se dirigiu ao caixa e apresentou seu cartão Amex.
"Esse cartão está fora do ar. O senhor tem outro?".

Não tinha. Após quase uma hora na farmácia, acabou trocando o princípio de dor de cabeça por uma enxaqueca.

fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/112130+esta+na+hora+de+rever+os+meus+conceitos

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