Federal descobre rede de comércio ilegal de medicamentos
Pela primeira vez no Estado, nesta quinta, foram encontrados medicamentos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Por Marco Faria (redacao@eshoje.com.br).
Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos e quatro prisões efetuadas, nesta quinta-feira (02), durante a Operação Panacéia II. As ações foram feitas em conjunto entre a Polícia Federal (PF) e Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em dois pontos da Grande Vitória, outros dois no sul do interior do Estado e um na divisa com Minas Gerais. A PF apreendeu medicamentos de uso controlado, recibos e atestados médicos para a compra de fármacos de tarja preta - previamente assinados e carimbados, faltando apenas ser preenchidos com o nome do remédio.
Pela primeira vez no Estado, nesta quinta, foram encontrados medicamentos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Operação Panacéia II ocorreu exclusivamente no Espírito Santo, onde, em outubro, a Operação Panacéia apreendeu 161.000 remédios comercializados ilegalmente e 22.533 em outros sete Estados brasileiros. A quantidade de medicamentos encontrados no Estado correspondeu a mais de 15% do montante apreendido em todos os países participantes da Operação Pangea (da qual a Panacéia faz parte).
O delegado federal, Marcos Pugnal, detalhou a segunda parte da operação que investiga o tráfico de remédios no Brasil e em outros 44 países. Segundo ele, foi descoberta uma quadrilha de nove membros, na qual quatro forneciam remédios encontrados em farmácias, dois ficavam encarregados dos manipulados e os outros três faziam o envio pelos correios das encomendas feitas pela internet.
A Operação Panacéia, no ES, é um braço da operação internacional denominada Pangea III, presente em 45 países e coordenada pela Interpol, e foi fruto de quase oito meses de investigação, na qual foi descoberta a venda ilegal de medicamentos de tarjas preta e vermelha, que só poderiam ser vendidos com receita médica. Entre os comercializados, estavam anorexigenos e psicotrópicos como a sibutramina, o diazepan e o prozac. Eles eram comercializados de maneira ilegal em farmácias, academias e sites da internet.
Nos websites, eles eram ofertados como produtos de beleza seguidos de um código e, em fóruns de discussão, os códigos eram descriminados com o nome dos medicamentos. Segundo Pugnal, o material apreendido superava a movimentação anual de R$ 1 milhão. Os medicamentos proibidos são considerados como drogas de acordo com a Lei 11.343/06 (Lei de entorpecentes) e da Portaria 344/98-ANVISA. Por esta causa, os acusados poderão ser enquadrados no crime de tráfico se drogas, com penas que vão de três a dez anos de prisão.
Em todo o Brasil, foram apreendidos remédios de uso controlado, sem permissão de venda no país e falsificações, vindos principalmente da Ásia e Europa, que chegavam por meio das fronteiras com Paraguai e Uruguai.
No Estado do Pará foram presas dez pessoas da Secretaria de Saúde em Altamira, acusadas de desviar remédios que deveriam ser distribuídos gratuitamente à população, para serem comercializados em farmácias da cidade. De acordo com Pugnal, não foi registrado nenhum caso semelhante no Espírito Santo.
Panacéia, segundo a mitologia grega, era a deusa da cura e o termo é comumente utilizado como significado de "remédio para todos os males". Pangea (em português, Pangéia) era o continente que, na teoria da deriva continental, era composto pela junção de todos os outros continentes há 200 milhões de anos.
fonte: http://www.eshoje.com.br/portal/leitura-noticia,inoticia,7996,federal+descobre+rede+de+comercio+ilegal+de+medicamentos.aspx
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