Alerta
Água de rios contaminada com remédios é ameaça à saúde pública
Detectados vestígios de antidepressivos e analgésicos no Guadiana e no AradeA contaminação das águas dos rios Guadiana e Arade com medicamentos como antibióticos ou analgésicos é "incontrolável" e poderá ter consequências ao nível da saúde humana, alerta o médico Mário Durval, especialista em saúde pública.
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Uma equipa do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da UALG detectou vestígios de anti-inflamatórios, antidepressivos, analgésicos e alcalóides como a cafeína, cujos impactos a nível de saúde pública ainda estão a ser analisados, noticiou a Lusa.
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Estas substâncias chegam aos rios através dos esgotos e do escoamento das água das chuvas, e não existe tecnologia que permita elimina-los, alerta o médico de saúde pública.
"É absolutamente claro que os ecossistemas estão a ser contaminados através de produtos que não são eliminados através dos esgotos, pois não existe tratamento. É um problema universal que não se restringe apenas ao Algarve", diz Mário Durval. "No caso dos antibióticos, por exemplo, estamos a usar os de última geração como quem usa aspirinas e isso provoca alterações nos ecossistemas dos rios e cria resistências microbianas."
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Trata-se de uma "situação de risco que merece muita atenção e estudo" e que apenas poderá ser controlada pela redução do consumo de medicamentos, diz o especialista.
"Este tipo de contaminação não é tratado nas estações de tratamento, origina mutações ao nível dos microrganismos e as águas usadas no abastecimento público vão trazer alguns destes produtos que entram na alimentação humana", refere o especialista.
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Para a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, os vestígios encontrados pelos investigadores da Universidade do Algarve indiciam que "estão a ser excretadas grandes quantidades de fármacos". Mas alerta que não existem consequências directas ao nível da saúde pública uma vez que água é tratada antes de ser consumida e as quantidades aí presentes são já muito mais diluídas.
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"As pessoas não ingerem água directamente dos rios e a presença desse tipo de produtos é residual. Enquanto houver pessoas e animais a ingerir medicamentos em grandes quantidades, eles vão ser detectáveis na natureza."
No entanto a águas dos rios é usada na pecuária e também para a rega. Segundo Graça Freitas, a presença destas substancias é um indicador que deve ser seguido e monitorizado para se perceber "quão grande é consumo de medicamentos" tanto pelas pessoas como nas explorações pecuárias onde, nalguns casos, se utilizam antibióticos idênticos aos do consumo humano: "Só uma utilização racional pode resolver o problema".
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O trabalho do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve recorreu à utilização de sensores, cedidos pela Universidade de Bordéus, equipados com membranas que permitem absorver os compostos existentes na água.
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Nesta investigação, além dos Foram ainda detectados de contaminantes emergentes, como medicamentos e produtos de higiene pessoal, em peixes e moluscos recolhidos na costa algarvia.
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fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1705387&seccao=Sul
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Uma equipa do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da UALG detectou vestígios de anti-inflamatórios, antidepressivos, analgésicos e alcalóides como a cafeína, cujos impactos a nível de saúde pública ainda estão a ser analisados, noticiou a Lusa.
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Estas substâncias chegam aos rios através dos esgotos e do escoamento das água das chuvas, e não existe tecnologia que permita elimina-los, alerta o médico de saúde pública.
"É absolutamente claro que os ecossistemas estão a ser contaminados através de produtos que não são eliminados através dos esgotos, pois não existe tratamento. É um problema universal que não se restringe apenas ao Algarve", diz Mário Durval. "No caso dos antibióticos, por exemplo, estamos a usar os de última geração como quem usa aspirinas e isso provoca alterações nos ecossistemas dos rios e cria resistências microbianas."
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Trata-se de uma "situação de risco que merece muita atenção e estudo" e que apenas poderá ser controlada pela redução do consumo de medicamentos, diz o especialista.
"Este tipo de contaminação não é tratado nas estações de tratamento, origina mutações ao nível dos microrganismos e as águas usadas no abastecimento público vão trazer alguns destes produtos que entram na alimentação humana", refere o especialista.
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Para a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, os vestígios encontrados pelos investigadores da Universidade do Algarve indiciam que "estão a ser excretadas grandes quantidades de fármacos". Mas alerta que não existem consequências directas ao nível da saúde pública uma vez que água é tratada antes de ser consumida e as quantidades aí presentes são já muito mais diluídas.
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"As pessoas não ingerem água directamente dos rios e a presença desse tipo de produtos é residual. Enquanto houver pessoas e animais a ingerir medicamentos em grandes quantidades, eles vão ser detectáveis na natureza."
No entanto a águas dos rios é usada na pecuária e também para a rega. Segundo Graça Freitas, a presença destas substancias é um indicador que deve ser seguido e monitorizado para se perceber "quão grande é consumo de medicamentos" tanto pelas pessoas como nas explorações pecuárias onde, nalguns casos, se utilizam antibióticos idênticos aos do consumo humano: "Só uma utilização racional pode resolver o problema".
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O trabalho do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve recorreu à utilização de sensores, cedidos pela Universidade de Bordéus, equipados com membranas que permitem absorver os compostos existentes na água.
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Nesta investigação, além dos Foram ainda detectados de contaminantes emergentes, como medicamentos e produtos de higiene pessoal, em peixes e moluscos recolhidos na costa algarvia.
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fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1705387&seccao=Sul
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