quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Resistência bacteriana - Portugal com elevada taxa de resistência aos antibióticos

DGS (Direção Geral de Saúde) lança campanha para actuar junto do doente, mas também junto de quem prescreve medicamentos


Portugal é dos países europeus com maior taxa de resistência aos antibióticos. Uma realidade causada muitas vezes pelo uso desnecessário dos medicamentos. A pensar nisto, a Direcção-Geral de Saúde (DGS) volta a insistir num programa nacional que vai actuar tanto junto do doente, como junto de quem prescreve. As bactérias ganham resistências e os antibióticos perdem eficácia. Para que se use, mas não abuse, as autoridades de Saúde relembram que a maior parte das infecções são causadas por vírus e não por bactérias e que só se deve consumir antibióticos com indicação médica.

Video sobre a matéria no link abaixo.

fonte: http://diario.iol.pt/sociedade/medicamento-medicamentos-antibioticos-bacterias-saude-tvi24/1210120-4071.html

Um comentário:

  1. Várias bactérias já têm até 50% de resistência a antibióticos

    Infecções afectam dezenas de milhares de doentes nos hospitais de Portugal, país com altas taxas de resistência.

    Portugal é um dos líderes europeus nas taxas de infecções resistentes a antibióticos. Há vários exemplos de bactérias em que os casos de resistência superam os 25% a 50% do total de infecções, um indicador preocupante tendo em conta que os doentes afectados têm menos alternativas para se tratarem. No entanto, o consumo de antibióticos de última linha tem vindo a baixar nos últimos anos, de acordo com indicadores do Alto Comissariado da Saúde.

    Em Portugal, a taxa de infecção nas unidades de saúde é de 9,8%. Só tendo em conta os doentes que saíram dos internamentos hospitalares em 2008, as infecções teriam afectado quase 90 mil doentes durante o ano. A nível europeu, calcula-se que haja 4,1 milhões de episódios de internamento por infecção e 37 mil mortes anuais.

    Um exemplo preocupante é o do Staphylococcus aureus resistente à meticilina, em que Portugal apresenta uma taxa de resistências de quase 53%, o que o torna líder europeu juntamente com Malta. No Dia Europeu dos Antibióticos, que se assinala hoje, dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo da Doença apontam uma redução para menos de 50%.

    "Esta bactéria é responsável por um quinto da mortalidade associada a bactérias multirresistentes em toda a Europa. Sabemos hoje que cerca de 400 mil pessoas tiveram infecções multirresistentes, que originaram entre 20 a 25 mil mortes", explica Filipe Fróis, pneumologista do Hospital Pulido Valente e consultor da Direcção Geral da Saúde.

    Só esta bactéria, que normalmente está mais presente na pele e no nariz (sem causar problemas de maior), representa 44% das resistências a nível europeu e custa "cerca de 400 milhões de euros na Europa, só em custos indirectos", refere o mesmo responsável. Extrapolando estes dados para a Europa, tendo em conta que a prevalência é maior em Portugal, só os tratamentos com esta bactéria custarão a Portugal mais de dez milhões de euros.

    Mas há outros exemplos: O Escherichia coli, muito associado à bacteriemia, que é a infecção disseminada pelo organismo através do sangue (e mais fatal), também apresenta uma percentagem m de resistências entre 25% e 50% em Portugal. Um terceiro exemplo referido pelo centro europeu é o da Klebsiella pneumoniae , muito associada a infecções urinárias e respiratórias e que tem já uma percentagem entre 25% e 50% de casos de resistência em Portugal. Segundo dados do Alto Comissariado da Saúde, já de 2009, o consumo de antibióticos nestas infecções - cefalosporinas de terceira geração - tem caído. Actualmente representam 9,2% do consumo de antibióticos fora do hospital , mas em 2003 chegaram a 15%. O mesmo se passa com as quinolonas.

    fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1713712&seccao=Sa%FAde

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